Greve na Educação

Greve na Educação

Impasse adia decisão sobre abono do ponto de professores grevistas

Folha de setembro foi gerada com R$ 7,4 milhões em descontos devido à greve do funcionalismo

Por: Cleidi Pereira       28/09/2015

Impasse adia decisão sobre abono do ponto de professores grevistas Mateus Bruxel/Agencia RBS

Assembleia do Cpers no dia 11 deste mês decidiu pelo fim da greve    Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Um impasse nas negociações com o Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) adiou a decisão sobre o abono do ponto para grevistas do magistério. Conforme a Secretaria da Educação, a definição, que era esperada para a tarde desta segunda-feira, poderá sair até amanhã. A tendência é a de que o Piratini aceite gerar uma folha suplementar, com os valores que ficaram de fora dos contracheques.

Nesta segunda-feira, após reunir-se por mais de três horas com o governador José Ivo Sartori, o secretário Vieira da Cunha teve um encontro com dirigentes do Cpers e condicionou o pagamento dos salários sem descontos pelos dias parados à apresentação de um cronograma para recuperação das aulas.

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No entanto, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, disse que o calendário só vai começar a ser formulado pelas escolas depois que o Piratini confirmar o abono do ponto. Ela espera que a proposta — que será levada ao governador ainda hoje — seja aceita pelo governo, pois, dessa forma, "todos sairão ganhando". Conforme Helenir, a greve teve duração de 17 dias, incluindo feriados e finais de semana, e a recuperação das aulas depende de cada escola.

— Nós dissemos para o secretário que é histórico, que sempre recuperamos as aulas. Precisamos ter certeza de que iremos receber nossos salários sem descontos. A escravatura já acabou. Recuperar é um direito do aluno, assim como também temos direito de receber nossos salários — disse.

De acordo com a Secretaria da Fazenda, a folha de pagamento de setembro foi gerada com corte de ponto para 18.148 servidores — ou 12,1% do total de vínculos ativos no Executivo. Em média, cada um desses funcionários — cerca de 90% deles são professores — faltou 5,2 dias nos meses de agosto e setembro. O valor descontado dos salários soma R$ 7,4 milhões, sendo R$ 6,1 milhões referente à folha do magistério.

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O Piratini descarta a possibilidade de rever o corte do ponto de servidores de outras categorias. O argumento é que, ao contrário dos docentes, estes não têm condição de recuperar os dias não trabalhados.

A Federação Sindical dos Servidores Públicos do RS (Fessergs) ingressou, nesta segunda-feira, com ação na Justiça para impedir o desconto dos dias parados.

— O governo não tem autoridade autoridade legal e muito menos moral para penalizar os servidores que receberam seus salários com atraso e parcelados — afirmou o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud.

Pelo Twitter, enquanto ocorria a reunião entre Vieira e Cpers, o governador Sartori afirmou que o secretário está legitimado para negociar com a entidade. "Nossa principal motivação é garantir o direito das famílias e dos alunos a terem integralmente recuperadas suas aulas", escreveu.

  • Zero Hora

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/09/impasse-adia-decisao-sobre-abono-do-ponto-de-professores-grevistas-4857989.html




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