Isso é Brasil

Isso é Brasil

 

Isso é Brasil

Emily Coutinho

 

 

É sempre assim, o mundo gira, a Terra dá voltas e as coisas se repetem o tempo todo. É difícil acreditar num país cuja bandeira prega Ordem e Progresso vendo que ainda, nos dias de hoje, nos encontramos em situações onde o coronelismo ainda impera diante de nossos olhos, onde ainda vivemos sob a luz de uma democracia que favorece poucos, onde os pilares que deveriam sustentar a nação estão ruídos pelas traças que democraticamente elegemos para serem nossos representantes.

Mas que democracia é essa que muda as máscaras dos políticos mas a face real é sempre a mesma? Eleger significa repetir o erro, só que com outros atores ocupando o palco, e que palco! Tão grandioso que ninguém quer largar o osso. Para tanto, é quase um jogo de vale tudo: vale atropelar os outros, vale cabide de empregos, vale sucatear a saúde e a educação, vale desrespeitar até mesmo os homens de boa vontade que trabalham honestamente; só não vale cumprir as promessas feitas e a palavra empenhada.

Queria que hoje houvesse pessoas que se valessem apenas da palavra, ou como no tempo do meu avô, do fio do bigode, mas hoje, só existe sujeira e dinheiro podre, que tornaram os elegíveis cada vez mais preocupados com sua própria “miséria”, a “miséria” de ainda não ter bens e imóveis dez vezes mais do que sua capacidade de compra, carros de luxo, contas bancárias que excedem a lógica, e é claro, organizar financeiramente a vida da parentada toda:  maridos, esposas, filhos, pais, irmãos, primos, tios… Quando se elege um candidato por quatro anos, elege-se também toda essa massa que vem por tabela, não para somar, mas para sugar do sistema, para dividir a fatia do bolo, que é grande, mas mal distribuída.

Enquanto isso, o povo se regozija batendo palmas para os benefícios do governo concedidos aos denominados baixa renda, como o bolsa família, por exemplo. Como boa parte da população se enquadra nessa característica, acaba por achar o governo excelente, e o povo, cada vez menos crítico, perpetua o legado da imoralidade eleitoral deixando para seus filhos, um país sucateado pela politicagem dos politiqueiros, que sempre se esquecem da real democracia. O que fica de herança para o povo é a ignorância, mas como se diz por aí, feliz é o ignorante que por não saber, sofre menos… Pão e circo para o povo.

 

Emily Coutinho

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