O professor se faz de coitado?

O professor se faz de coitado?

O professor se faz de coitado, ou é mesmo culpabilizado?

 

Será que o professor reclama demais?

Será que o professor “acha” que “acham” que a culpa da má educação é sempre dele, ou realmente acham que a culpa desta educação falida é do professor?

Apesar de fazer a pergunta, eu tenho minha resposta: eu tenho certeza de que aqueles que estão fora da escola, especialmente aqueles que estão fora de sala de aula, acham que a culpa de toda a falência da educação é do professor.

Há inúmeros exemplos pela mídia – e no dia a dia – que corroboram minha tese.

É só prestar atenção que você acha alguns. Posso dar alguns exemplos aqui.

Veja o que “pensa” – se é que podemos dizer pensar – a tal de cremilda no meu artigo “Democracia tem dessas coisas”.

Veja o que o “vereador burro” também “pensa” sobre os professores, nos meus artigos “Vereador burro critica os professores” e “Culpar os professores é fácil”.

E a atual secretária de educação do Rio de Janeiro, sabe o que ela pensa? Que “quando um aluno é reprovado, é sinal de que o professor falhou”. É mole? “O professor falhou”! Não foi a escola, a sociedade, a secretaria… foi o professor!!!  Veja a resposta que eu dei a ela na minha “Carta Aberta à Secretária de Educação do Rio de Janeiro”.

Eu sinto muito ligar vocês à revista veja, mas é lá que o “especialista” escreve suas baboseiras contra o professor. Numa vez ele disse “Mudar os professores ou mudar de professores”, deixando claro o que digo.

Nem vou comentar sobre o que ele se refere de “aumento substancial”, porque é patético demais, considerando que o professor recebe o menor salário do país – segundo o próprio conglomerado midiático que sempre contrata este mesmo “especialista” para dar seus pitacos contra os professores! Irônico, não?

E considerando ainda que o professor no Brasil ganha menos da metade do salário dos docentes da OCDE, ainda tem muito “”significativo” pra aumentar, né, “especialista”?

Pra terminar, cito a campanha “um bom professor, um bom começo”. uma campanha subliminar de que os professores são ruins e temos que ter bons professores.

Veja:

“A campanha tem como objetivo a valorização do bom professor, aquele que tem o foco no aprendizado de seus alunos e que, assim, contribui efetivamente para a melhoria da qualidade da Educação no Brasil.”

O “bom” professor é aquele que tem o foco no aprendizado de seus alunos???

Ãhn???

Isso é patético, é escroto, é maquiavélico!

Ora, nunca vi uma campanha de valorização dos “bons” jornalistas; dos “bons” médicos”; dos “bons” advogados…

Há professores ruins? Sim, como em todas as profissões. Não nego isso e também vejo isso todos os dias. Mas, como em todas as profissões, valoriza-se a profissão, e não os “bons”, pois os “bons” são fruto, justamente, da valorização da profissão.

Isso faz parte da valorização da profissão!

Só pra terminar: como a culpa pela má educação não é dos professores, mas justamente a desvalorização dos professores, ao focar-se  as possíveis soluções no professor como culpado, erra-se o foco e não acertar-se-á nunca.

Estou escrevendo um artigo que demonstra isso. Fiquem de olho.

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
Professor

http://www.diariodoprofessor.com





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