As principais ameaças à Copa

As principais ameaças à Copa

AS PRINCIPAIS AMEAÇAS À COPA NÃO VÊM DAS RUAS, MAS SIM DOS GABINETES

A AES, cuja concessão para distribuir energia elétrica em São Paulo há muito deveria ter sido extinta por não estar honrando os compromissos assumidos, deixou, pela enésima vez, a principal cidade da América do Sul às escuras na semana passada (vide aqui). E se isto voltar a acontecer durante a Copa, expondo-nos a ridículo mundial?

Anteontem (25/01), a Polícia Militar de São Paulo novamente baleou um civil sem justificativa aceitável, colocando-o em coma. A alegação de que o coitado ameaçava um soldado com estilete é risível e é a de sempre; desde a ditadura militar, a PM de SP é mundialmente conhecida como uma corporação que maquila execuções em autodefesa, tendo inclusive sido, por este motivo, energicamente recriminada pela ONU (que recomendou sua extinção, conforme pode ser visto aqui).

E se manifestantes forem barbarizados durante a Copa, para os repórteres do mundo inteiro relatarem e os fotógrafos do mundo inteiro fotografarem?

O perigo aumenta com a cartilha repressiva lançada sorrateiramente pelo ministro da Defesa no finalzinho de 2013 (vide aqui), abrindo a possibilidade de que as Forças Armadas venham a ser acionadas para reprimir black blocs, indignados e rolezeiros. Aí as mortes de civis serão praticamente uma certeza; faz parte da cultura militar esmagar o inimigo, o que é catastrófico quando se lida com cidadãos do próprio país. Deus nos acuda!

A rede virtual petista propaga incessantemente teorias da conspiração relativas ao Mundial; parte sempre do pressuposto de que o inferno são os outros. 

Mas, o maior risco de avacalhação provém dos péssimos serviços prestados aos brasileiros pelos governos e pelas companhias privatizadas.

E o maior risco de desastre total, da truculência dos efetivos policiais que tentarão sufocar violentamente as manifestações de desagrado, ao invés de administrarem o problema com um mínimo de sensatez.  

De tudo que de ruim poderá acontecer, o pior vai ser se fardados assassinarem civis, horrorizando as pessoas civilizadas de países cuja tradição não é autoritária como a nossa.

As principais ameaças à Copa não vêm, portanto, das ruas, mas sim dos gabinetes em que omissos se omitem e serpentes chocam seus ovos

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BESTIALIDADE POLICIAL JUSTIFICA IMPEACHMENT DOS GOVERNADORES

Um comentarista incógnito do CMI, em tom de galhofa (vide aqui), fez uma leitura totalmente equivocada do meu artigo As principais ameaças à Copa não vêm das ruas, mas sim dos gabinetes, afirmando que a minha preocupação com blecautes e violência policial se restringiria ao período do Mundial da Fifa.
Como se eu, várias vezes, já não houvesse recriminado os péssimos serviços públicos prestados aos brasileiros; e como se eu não fosse um dos mais constantes e incisivos críticos da truculência repressiva.

Respondi ser o meu artigo "uma resposta aos que, mesmo um PM tendo baleado estupidamente um manifestante, preferem assestar suas baterias contra os manifestantes e poupar os PMs". E acrescentei:

"Aliás, [são] os mesmos que estão ESCONDENDO a informação de que a petição on line pró Snowden é, provavelmente, a que alcançou maior número de adesões até hoje no Brasil. ESTA INFORMAÇÃO SERIA OBRIGATÓRIA PARA QUALQUER SITE OU BLOGUE DE ESQUERDA. Minha dúvida é: os espaços virtuais petistas ainda são espaços virtuais de esquerda? Temo que não".

Para minha surpresa, uma companheira cujo passado de lutas é dos mais expressivos, veio em socorro do humorista anônimo. Como ela merece respeito, alonguei-me um pouco no esclarecimento da questão. 

Acredito que valha a pena reproduzir alguns trechos aqui, até porque são elucidativos e servem como uma reafirmação de princípios: 

"A minha intenção foi, UNICA E EXCLUSIVAMENTE, a de confrontar a rede virtual petista, que está satanizando todos os que protestam contra a Copa e insinuando que é a mão oculta da direita que move os cordéis. 

Para a esquerda palaciana, o 'não vai ter Copa' de alguns adolescentes bobinhos é pior do que a truculência bestial das polícias estaduais (além de consentir, pois não diz uma palavra contra, na possível participação das Forças Armadas em atividades repressivas durante a Copa). 

O que houve de mais chocante no dia 25 foi o disparo de um PM contra um civil que não portava arma de fogo; até o jornal da ditabranda, em editorial, critica esta aberração; no entanto, em espaços virtuais tidos como de esquerda se lamenta mais o fulano azarado que teve seu fusca queimado do que o manifestante que quase foi executado.

Eu contrapus que quem realmente está ensejando os piores cenários para a Copa é o Governo Federal, ao omitir-se diante dos péssimos serviços prestados pelo Poder Público ou pelas companhias privadas às quais delegou a prestação dos serviços de que antes se incumbia diretamente; e ao fechar os olhos à violência desenfreada dos fardados. 

Se tivéssemos uma esquerda de verdade no Brasil, o Jânio de Freitas não estaria falando com as paredes ao lembrar que a complacência dos governadores com os desmandos de suas polícias justifica até impeachment: 'Os governadores e seus prepostos para a segurança pública não podem instaurar ambientes de guerra civil, com suas armas inadmissíveis e ferocidade injustificável permitidas, senão estimuladas, como se fossem normais na democracia. Essa prática é uma transgressão ao Estado de Direito e como tal pode ser tratada, por meio de impeachment'. 

O impeachment, aliás, a que Geraldo Alckmin faz jus desde o episódio do Pinheirinho, quando um idoso barbarizado pela repressão foi por ela sequestrado e mantido longe da família e da imprensa, para não gerar noticiário adverso. Como acabou morrendo logo em seguida, cabia, sim, a responsabilização do Alckmin e de sua Gestapo por sequestro e assassinato. Eminentes juristas endossaram esta tese, mas a esquerda palaciana não deu a mínima, pois prefere engolir os sapos mais indigestos do que colocar em risco a maldita 'governabilidade'..." 

Finalmente, correndo o risco de eu também, e mais uma vez, falar com as paredes (como quando escrevi este artigo), destaco: de tudo que está colocado neste post, o mais importante é a proposta de impeachment dos governadores de Neandertal, começando pelo Alckmin. 

Nem que fosse por desencargo de consciência, deveríamos fazer o que é justo, de preferência ao que é conveniente (ou menos arriscado). É claro que dificilmente resultaria, com os Legislativos que temos. Eles são o horror, o horror!

Mas dormiríamos melhor sabendo que nós -pelo menos nós!- tentamos deter a escalada do retrocesso e da barbárie.

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