A educação do Século XXI

A educação do Século XXI

Novos caminhos para a educação do Século XXI

 

Tiago Schmitz

Jornalista, especialista em marketing, professor universitário e gerente de marketing da Associação Beneficente e Educacional (mantenedora do Colégio Farroupilha)

 

Tocar os corações. Eis o grande papel de um educador. Não me perguntem se isso vem de alguma teoria, autor, livro porque a resposta vai ser não sei. Falo por convicção. Falo porque sinto assim. No sábado (12 de abril), quando lançamos aqui no Colégio Farroupilha o projeto Professores Inquietos para cerca de 250 educadores das redes pública e privada foi essa vibração que senti. Corações tocados, sentidos agussados, pessoas em sintonia. 


Abrimos o evento - que tivemos a pretensão de chamar de Inteligência Coletiva (e viva Piérre Levy) - com trechos do fantástico vídeo Eu Maior (www.eumaior.com.br). E entre relatos de experiência de pessoas que transformam a sala de aula nas suas rotinas, mais vídeos inspiravam o coração dos presentes. Foi praticamente um encontro de almas. Todas dispostas a compartilhar saberes, a aprender, a somar forças, a crescer como seres humanos. Foi uma manhã mágica. E é assim que se faz a inteligência coletiva. "Ninguém sabe nada, mas todos sabemos alguma coisa", afirma Levy. E a reflexão continuou inquietando a todos naquela manhã. Aconteceram workshops temáticos inspiradores e as pessoas tiveram a oportunidade de trocar a partir de múltiplos olhares e experiências. E daí me pergunto: Por que em sala de aula, diante de 30 seres humanos de diferentes jeitos de ser, não existem estímulos para essa troca? Falta reformular os métodos de aprendizagem. Falta humildade para todos nós, profissionais da educação, admitir que não sabemos e que queremos aprender com os alunos, com nossos colegas, com a nova sociedade, com o outro. Nunca foi tão significativa a máxima de que não somos seres sós e aprendemos a partir da relação que nos permitimos estabelecer com o outro. Se nos isolamos, somos frágeis, juntos somos incrivelmente fortes.


E eis que encerramos o evento com vontade de desaprender mais. A palestra da filósofa contemporânea Viviane Mosé caiu como uma luva. Durante mais de uma hora, ficamos estáticos, afoitos por mais palavras vindas de tamanha sabedoria. Sem recursos audiovisuais, vídeos, a técnica da Viviane foram as palavras que fazem sentido e que conseguiram nos tocar. "Temos que definir o que queremos pra nossa educação, esse é o momento, temos que mudar o ensino, e temos que trazer pro ensino pensamento, e não passividade e repetição, que é uma característica da nossa educação no momento", afirmou Viviane.
 

Foi-se o tempo da educação tecnicista, dos modelos industriais e da produção em série. Chegou o momento de construirmos novos caminhos para a educação. Acredito que - de forma cocriada, coletiva, colaborativa, simples, genuína - conseguimos plantar uma semente linda de uma microrevolução que teve seu começo no dia 12 de abril e que abre caminhos incríveis para a educação do século XXI a partir da Escola de Professores Inquietos.


Sou Inquieto, por isso como um dos idealizadores deste nobre projeto, estou tão motivado. Os olhos dos professores brilhavam, a alegria contagiou a educação e esse foi só o começo. A revolução educativa está chegando à sala de aula e da maneira mais nobre que poderia chegar: com sentido para o mundo em que vivemos.

 SINEPE-RS




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