O custo da omissão

O custo da omissão

Educação: o custo da omissão

Um novo relatório sobre educação publicado pela Unesco mostra que o setor vive uma crise mundial. O custo é pesado: US$ 129 bilhões por ano e gerações sem formação adequada.

Unescopress

Educação: o custo da omissão

Educação: o custo da omissãoO grande número de crianças e de jovens analfabetos signifi ca que é crucial priorizar a igualdade no acesso e na aprendizagem nos futuros objetivos da educação” Pauline Rose, diretora do relatório

11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, publicado pela Unesco, em janeiro, revela que 10% do custo mundial do ensino fundamental está sendo desperdiçado na educação de baixa qualidade, que não garante a aprendizagem das crianças. A situação incapacita 25% dos jovens em países de baixa renda de ler uma única frase. Segundo o estudo, bons professores são a chave para a melhoria. Os governos precisam se esforçar para oferecer àqueles que precisam o que há de melhor na docência.

O relatório alerta que, sem atrativos suficientes e sem treinamento adequado para os professores, a crise no setor durará várias gerações e afetará os desfavorecidos mais intensamente. Em muitos países da África Subsaariana, por exemplo, só 20% das crianças pobres concluem o ensino fundamental com boa formação em leitura, redação e matemática.

A educação de má qualidade está deixando um legado de analfabetismo maior do que o previsto. Cerca de 175 milhões de jovens em países de baixa renda – por volta de 25% da juventude mundial – não sabem ler ou leem apenas parte de uma frase. Um terço desse total são mulheres jovens do sul e do oeste da Ásia. Conforme a tendência atual, o relatório prevê que as mulheres jovens mais pobres dos países em desenvolvimento podem não alcançar a alfabetização universal até 2072. Possivelmente as meninas das famílias mais pobres da África Subsaariana só concluirão o primeiro ano do ensino médio no século

Em um terço dos países analisados, só 25% dos professores do ensino fundamental são treinados adequadamente de acordo com os padrões de suas nações. Na África Ocidental, onde poucas crianças aprendem o básico, 50% dos docentes têm contratos temporários, são sub- remunerados e possuem pouca formação educacional formal.

“Precisamos de 5,2 milhões de professores contratados até 2015 e trabalhar mais para apoiá-los a fim de oferecer às crianças o direito a uma educação universal, gratuita e de qualidade”, diz Irina Bokova, diretora-geral da Unesco. “Precisamos ainda ter certeza de que haja um comprometimento explícito com a equidade nos novos objetivos da educação mundial após 2015, com indicadores que monitorem o progresso dos marginalizados para ninguém ser excluído.”

O relatório estima que os 250 milhões de crianças do mundo que não aprendem nem o básico se traduzem numa perda anual de US$ 129 bilhões. No total, 37 países estão perdendo pelo menos a quantia investida no ensino fundamental, porque as crianças não estão aprendendo. Em contraste, garantir a educação igualitária e de qualidade para todos pode elevar o produto interno bruto per capita de um país em até 23% durante 40 anos.

Mesmo em países de alta renda, os sistemas de educação têm fracassado em atender expressivas minorias. Na Nova Zelândia, os padrões mínimos de aproveitamento na segunda metade do ensino fundamental são atingidos por quase todos os estudantes ricos, mas por apenas 66% dos pobres. Os imigrantes em países ricos também têm sido excluídos. Na França, por exemplo, pouco mais de 60% dos imigrantes atingem os patamares mínimos de leitura. O relatório mostra que, para atingir boa qualidade na educação para todos, os governos precisam atrair os melhores candidatos a professor, dar-lhes treinamento relevante, alocá-los nas áreas mais necessitadas e oferecer-lhes incentivos para se comprometerem em longo prazo com a profissão. O texto destaca ainda a necessidade de as escolas abordarem questões sobre violência baseada na discriminação por gênero, uma barreira importante para a qualidade e a equidade na educação, e ressalta a relevância de estratégias de currículo e de avaliação para promover a inclusão e melhorar a aprendizagem.

Link original da matéria

http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/unesco-planeta/educacao-o-custo-da-omissao

 

http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=18746




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