Enem permanente e on-line

Enem permanente e on-line

 Ministro da Educação quer Enem permanente e on-line nos próximos anos

Em visita ao Rio, Cid Gomes anunciou que abrirá consulta pública para iniciar transição para novo modelo de prova

POR LEONARDO VIEIRA


Ministro da Educação, Cid Gomes, discursa para representantes de institutos federais ao lado do reitor do IFRJ,
Paulo Roberto de Assis Passos - Bárbara Lopes / Agência O Globo

 

RIO - O ministro da Educação, Cid Gomes, informou nesta sexta-feira (30) que sua gestão planeja implementar um “Enem permanente” nos próximos anos, totalmente informatizado. Em visita ao Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Gomes afirmou que abrirá consulta pública logo após o período do Carnaval para que professores, educadores e instituições contribuam com um banco de dados que será fonte das questões da prova.

A ideia de um Enem informatizado, onde todos os candidatos fazem o exame em terminais de computadores com horários e dias diferenciados já havia sido ventilada pelo novo ministro da Educação na primeira semana de sua gestão. A novidade colocaria o fim ao modelo de exame feito por papel.

Cada estudante responderia a questões que integram o Banco Nacional de Itens e não são necessariamente as mesmas. A possibilidade de candidatos responderem a questões distintas é permitida por causa da metodologia de Teoria de Resposta ao Item (TRI), que mantém o mesmo nível de dificuldade e garantiria a equidade na correção.

Mas o projeto mencionado por Gomes nesta sexta traz a novidade de o exame não ter período para a realização. Segundo o ministro, cada candidato poderá fazer quantas vezes quando quiser a prova, optando pela nota que considerar ideal para participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou o Prouni.

- Se o estudante vir que sua nota em Ciências da Natureza não foi boa o suficiente, ele poderá fazer a prova de novo, quantas vezes quiser, até achar que conseguiu elevá-la para disputar por vagas no vestibular – explicou Gomes.

O exame continuaria seria gratuito para estudantes de escolas públicas na primeira tentativa, sendo cobrada a inscrição nas vezes subsequentes. O ministro comparou o modelo ao utilizado atualmente pelo Detran para quem deseja tirar a carteira nacional de habilitação:

- É a mesma coisa. Quem quer ser motorista vai lá, senta no computador, faz sua prova, e vai embora. E a prova do colega ao seu lado não será exatamente a mesma que a tua.

VAZAMENTO NÃO COMPROMETEU EXAME

Cid Gomes expôs novo o possível modelo do Enem ao comentar o episódio de vazamento do tema de redação no Piauí, horas antes do início do segundo dia de prova, em novembro. Na semana seguinte ao exame, estudante Jomásio Barros, de 17 anos, postou em sua conta no Facebook um vídeo demostrando que havia recebido uma fotografia em seu telefone celular.

Ele recebeu, via WhatsApp, uma imagem da folha do caderno de questões que trazia o tema da redação, “Publicidade Infantil em questão no Brasil”. A imagem chegou às 10h47 (11h47 no horário de Brasília) do dia 9 de novembro, portanto antes do início do segundo dia de prova.

O vídeo motivou a denúncia do Ministério Público Federal no Piauí, que pediu na semana passada a anulação da parte de redação do parcial do Enem 2014. O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça Federal no mesmo dia.

Embora Jomásio tenha recebido mais de duas horas antes do início da prova, Cid Gomes disse nesta sexta que o estudante viu o espelho com cerca de “15 minutos” de antecedência. Diante desses casos, o ministro defendeu a reformulação do Enem.

- É claro que um processo dessa natureza, aplicar a mesma prova, no mesmo dia, na mesma hora, em mais de mil cidades, ele tem que se cercar de mil cuidados e está vulnerável a ter problemas. Faltando 15 minutos antes do início do horário da prova, circulou no Whatsapp o tema da redação, mas ficou muito claro que isso não permitiu o benefício para ninguém. Não serão 15 minutos que vão permitir que a pessoa tenha desempenho maior que o outro.

NOVA SEDE DO IFRJ

Durante conversa com reitores e representantes de institutos federais de ensino do Rio, o reitor do IFRJ, Paulo Roberto de Assis Passos, pediu a Cid Gomes ajuda da União para que a instituição consiga terrenos para viabilizar a expansão dos campi para o Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Centro do Rio, Niterói e São Gonçalo. Atualmente, a sede do IFRJ fica em um prédio alugado, no Maracanã.

De acordo com Passos, “a reitoria funciona numa sede provisória que não comporta sequer todos os funcionários”. Em resposta, Cid Gomes anunciou que vai conversar com secretarias de Educação dos municípios envolvidos para obter a doação de terrenos.

- Já conversei com representantes de São Gonçalo e hoje (sexta) ainda vou conversar com Eduardo Paes. Eu asseguro que Todas as expansões anunciadas serão consolidadas.



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