Temer e Sartori

Temer e Sartori

Temer, o pequeno, e Sartori, o menor

Por Antônio Escosteguy Castro

Mesmo num ano difícil como 2016, esta semana tem sido especialmente trágica. O Congresso Nacional aprovou a PEC do Fim do Mundo, congelando os gastos sociais por 20 anos e liberando todo o dinheiro da nação para pagar juros bancários, e agora se prepara para atropelar uma Reforma da Previdência nefasta. E aqui no Rio Grande, a Assembleia se apronta para votar o Pacotão do Sartori, que destrói o estado, em prol dos amigos e sem nenhum projeto de desenvolvimento.

É óbvio que o Brasil e o Rio Grande passam por um momento econômico complicado. Mas nos dois casos, por Temer e Sartori, a solução aventada pelos governos de plantão é jogar todo o peso da crise nas costas dos trabalhadores e dos mais pobres.

Temer usurpou a Presidência da República num golpe parlamentar/judicial e ainda por cima carece de legitimidade política para aplicar na nação uma arrocho sem precedentes, mesmo considerando os tempos de ditadura. Sartori tem a vantagem política da eleição popular, mas perdeu muito de sua legitimidade por dois anos de um governo paralisado e quando propõe as famigeradas “ medidas amargas” é ainda incapaz de agregar ao Pacote propostas que incentivem o crescimento do estado.

O resultado não poderia ser diferente: a instabilidade política decorrente destas propostas antipopulares aprofunda ainda mais a crise econômica e social. Nos últimos meses, ninguém mais compra ou consome no Brasil além do estritamente necessário. O comércio, os serviços e a indústria caem mês a mês.O ambiente é de insegurança , e não só nas ruas, como neste nosso Rio Grande sem lei. A insegurança está nos lares e se comunica com as ruas que, embora o boicote quase absoluto das grande mídia plutocrática, estão cada vez cheias de manifestantes , não raro brutalmente espancados pelas polícias do golpe.

Sinceramente não sei onde vamos parar. A rejeição popular e a evidência de que estas medidas de arrocho, que num grau ou outro já estão em aplicação e em nada vem melhorando a situação econômica do país, não tiveram nenhum efeito em nossa casta parlamentar, que para manter seus privilégios vem aprovando todos os disparates vindos do Executivo.

A provável piora da situação de vida do povo, nestas circunstâncias, sob governos ilegítimos ou severamente desgastados, poderá nos levar a uma convulsão social, já que o Parlamento, ou mesmo o Judiciário, não apresentam nenhuma saída dentro das regras usuais do jogo político. É impossível prever o que advirá da exacerbação do confronto nas ruas.

Nunca dantes na história deste país seres políticos tão pequenos nos ameaçaram tanto. Pobre Rio Grande. Pobre Brasil.

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Antônio Escosteguy Castro é advogado.

 

http://www.sul21.com.br/jornal/temer-o-pequeno-e-sartori-o-menor/ 




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