Turno reduzido em protesto

Turno reduzido em protesto

Escolas adotam turno reduzido em protesto pelo parcelamento de salários

Volta às aulas na rede pública começou com mudança de horário

A volta às aulas da rede estadual teve alteração no horário em muitas escolas que adotaram a redução do turno nesta terça-feira como forma de protesto pelo parcelamento do salário dos servidores. Apesar de estar acompanhando a movimentação, a Secretaria Estadual da Educação não fez levantamento de quantas instituições de ensino aderiram à recomendação do sindicato dos professores (Cpers), mas informou que era preciso cumprir o calendário letivo.

Os alunos do Colégio Estadual Protásio Alves, no bairro Azenha em Porto Alegre, eram informados da mudança de horário ao entrarem para o início das aulas. Os períodos, que normalmente são de 50 minutos, passaram a ser de 30 minutos. A vice-diretora do turno da manhã, Katia Martini Labarthe, disse que a medida vai perdurar até o dia 17. No dia 18, ocorre a greve geral e não haverá aula.

“Participamos de todas as paralisações e os alunos e pais apoiam”, explicou a professora, que ressaltou que o tema é tratado e discutido com os estudantes. No período em que os horários ficarão reduzidos, os docentes permanecem na escola após a saída dos jovens para debater as reivindicações. Conforme Katia, o movimento hoje foi tranquilo e não houve redução no número de alunos no primeiro dia de aula em função da mobilização. Apesar de muitos estudantes apoiarem, houve quem ficou insatisfeito com a medida. “Assim é ruim, porque já falta muita aula para recuperar”, observou Naomi Machado, 15 anos.

No Colégio Estadual Júlio de Castilhos, a movimentação também era calma. Os alunos chegaram tranquilamente para o primeiro dia de aula depois das férias de inverno. Assim como no Protásio Alves, os períodos foram reduzidos de 50 minutos para 30 minutos. Porém, haverá assembleia para definir se a medida segue amanhã e nos próximos dias.

A Secretaria Estadual da Educação enviou nota para as Coordenadorias Regionais de Ensino (CREs) para demonstrar que sabe das “dificuldades e transtornos que o parcelamento de vencimentos causou para os servidores públicos que percebem vencimento líquido acima de R$ 2.150,00”.

A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, estava hoje em Pelotas participando do início das plenárias de diversas categorias. Segundo ela, as escolas não funcionaram na cidade. Afirmou também que as direções são orientadas a fazer atividades de cidadania com os alunos no período de mobilização. Sobre as horas perdidas de aula, afirmou que a manutenção das 800 horas por ano e 200 dias letivos são um compromisso e que devem ser compensados. Além da questão do salário, ela lembrou que as classes também lutam para a melhora dos serviços públicos.




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