Animações que ganharam o Oscar 2023
Animações que ganharam o Oscar 2023 sensibilizam adultos e crianças
Adaptações de obras literárias infantis, a melhor animação e o melhor curta premiados no Oscar tratam de temas universais, com delicadeza e sensibilidade
Da redação Publicado em 13.03.2023
Resumo
Os filmes "Pinóquio por Guillermo del Toro" e "O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo", vencedores do Oscar nas categorias de melhor animação e melhor curta, respectivamente, surgiram da literatura infantil, mas abordam temas que também sensibilizam adultos.
“Pinóquio por Guillermo del Toro” e “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo” são os filmes vencedores do Oscar 2023 nas categorias de melhor animação e melhor curta, respectivamente, em cerimônia que aconteceu neste domingo (12). Em comum, ambos são adaptações da literatura infantil, mas abordam temas que geram reflexões entre as crianças e também despertam a sensibilidade dos adultos.
A melhor animação ficou com o filme “Pinóquio por Guillermo del Toro”, do diretor mexicano Guillermo del Toro, que traz de forma sensível questões como o luto parental, conflitos políticos, aceitação e a própria existência humana. Segundo críticos de cinema, trata-se de uma obra de arte repleta de referências sobre o mistério da existência e suas complexidades, o que foi confirmado pelo próprio diretor na divulgação do filme:
“Algo que nunca esteve vivo pode se tornar humano? O que nos faz
humanos? […] Como um bom mexicano, eu tenho uma resposta: a morte.”
Mas a produção também levou adultos a questionarem se o clássico conto italiano seria apropriado para passar um tempo com sua criança e se divertir. No Instagram do Lunetas, leitores manifestaram suas opiniões sobre “essa ‘releitura’ de Pinóquio não ser filme para crianças” ou que, apesar de “excelente, o filme tem temas que só dá pra dialogar a partir dos 10 anos”.
Na categoria melhor curta, a animação vencedora “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo” também foi inspirada em uma história infantil que, por tratar de temas universais, acaba sensibilizando os mais velhos. O britânico Charlie Mackesy, autor e ilustrador do livro, afirmou que a história é destinada a “crianças de 8 a 80 anos” – e a indicação “livre” do filme confirma que é mesmo para todos os públicos.
Seguindo o fluxo do rio como guia, acompanhamos a jornada de um menino em um encontro com animais improváveis numa volta para casa. No filme, os diálogos e os silêncios revelam muito sobre os significados da vida, contados por rabiscos singelos de uma caneta tinteiro, e enchem os olhos com as reações dos personagens a cada grande passo, enquanto descobrem o valor da coragem, da gentileza, da amizade e do respeito à individualidade.
“Ser gentil com você mesmo é uma das maiores gentilezas.”
Ao mesmo tempo em que “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo” pode ser uma aventura com muitas descobertas para as crianças, adultos podem identificar a grandiosidade de um olhar sutil para uma jornada com o seu íntimo, redescobrindo o lugar onde verdadeiramente nosso coração pertence.