Assustadora Situação da Educação

Assustadora Situação da Educação

Levantamento mostra a Assustadora Situação da Educação no Rio Grande do Sul

 

Entre os dias 27 de fevereiro e 20 de março de 2025, o CPERS realizou um amplo levantamento sobre a realidade das escolas da rede estadual do Rio Grande do Sul. As respostas coletadas, por meio do Radar do CPERS, evidenciam um quadro de precariedade que contrasta diretamente com a narrativa oficial do governo Eduardo Leite (PSDB). Enquanto a administração estadual insiste em divulgar uma suposta normalidade, os dados colhidos apontam para um colapso estrutural e humano que afeta diretamente o aprendizado das(os) estudantes e as condições de trabalho das(os) educadoras(es).

Déficit de profissionais sobrecarrega a educação

O levantamento, voltado à comunidade escolar, revela que, nas escolas estaduais, faltam ao menos 1.634 profissionais, entre docentes, funcionárias(os) e especialistas. A ausência dessas(es) trabalhadoras(es) impacta diretamente a qualidade do ensino e sobrecarrega aquelas(es) que permanecem em atividade:

  • Falta de professoras(es): 660

  • Falta de funcionárias(os): 544

  • Falta de especialistas: 430

Entre as disciplinas com maior déficit de docentes, Inglês lidera a lista, com 58 vagas em aberto, seguida por Matemática (45), Educação Física (34) e Língua Portuguesa (27). Também estão entre as matérias com grande carência Artes (22), Física (18) e Geografia (18). Outras disciplinas fundamentais, como Ciências (15), História (15), Biologia (14) e Espanhol (11), também registram falta de profissionais, evidenciando um impacto direto na qualidade do ensino oferecido às(aos) estudantes da rede estadual.

 

 

Problemas estruturais graves

As condições precárias das escolas também são denunciadas através da pesquisa. Das 886 respostas, 472 relataram problemas estruturais graves, sendo os mais recorrentes:

  • Rede elétrica comprometida: 310

  • Telhados danificados: 241

  • Infiltrações: 177

  • Problemas hidráulicos: 142

  • Obras atrasadas: 121

  • Muro em risco de desabamento: 101

Além disso, quando questionadas(os) sobre a capacidade da rede elétrica para suportar o uso de equipamentos eletrônicos, 282 pessoas afirmaram que não suporta, e 143 disseram que suporta parcialmente. Ainda, 274 escolas possuem obras iniciadas e nunca finalizadas, evidenciando o descaso do governo com o patrimônio público e a segurança da comunidade escolar.

 

 

Onda de calor expôs a negligência com conforto e segurança nas escolas

Os meses de fevereiro e março foram marcados por temperaturas extremas, e o levantamento do CPERS revela que as escolas estaduais não possuem estrutura adequada para lidar com esse cenário. Sobre as condições de climatização:

  • Ventiladores:

    117 escolas não possuem nenhum equipamento; e

    143 possuem apenas em alguns espaços.

 

  • Ar-condicionado:

    242 escolas não possuem; e

    92 possuem apenas em alguns espaços.

 

 

A falta de climatização torna a permanência das(os) alunas(os) e educadoras(es) insuportável. Quando questionadas(os) se, em dias de calor extremo, é possível manter as aulas de forma adequada, 388 responderam que não, evidenciando um problema grave de conforto e saúde. Outro fator crítico é a falta de espaços de sombra e áreas de convivência:

 

  • Não possuem: 128

  • Possuem parcialmente: 171

  • Possuem espaços adequados: 191

Escolas atingidas pelas enchentes seguem abandonadas

A crise estrutural também se reflete nos danos causados pelas enchentes de maio de 2024. De acordo com os dados coletados, 63 escolas foram atingidas pelo desastre, e até o momento 17 ainda aguardam a conclusão de obras para recuperação. A morosidade do governo Leite (PSDB) agrava ainda mais a situação das(os) estudantes e trabalhadoras(es) da educação, que seguem convivendo com os impactos da tragédia.

 

 

A Caravana do CPERS, que percorreu escolas nas regiões dos 42 núcleos do Sindicato, entre os dias 11 de março e 4 de abril deste ano, evidenciou essa realidade. A EEEB Padre Fernando, de Roca Sales, é um exemplo: a instituição sofreu com duas enchentes, a primeira em setembro de 2023 e a segunda em maio de 2024. Hoje, a escola funciona em salas de uma igreja da cidade, locais onde antes ocorriam aulas de catequese. Cerca de 200 estudantes estão divididas(os) em pequenas salas, algumas com apenas uma janela basculante. No momento, a comunidade espera que o município encontre um terreno para que o Estado construa uma nova escola, mas segue à míngua, sem sinal de uma definição.

A verdade que o governo tenta esconder

O governo Eduardo Leite (PSDB) insiste em vender uma falsa realidade, ignorando as dificuldades enfrentadas no dia a dia das escolas estaduais. O Radar do CPERS comprova que a educação pública gaúcha está abandonada, enquanto professoras(es), funcionárias(os) e especialistas lidam com salários defasados, descontos abusivos, sobrecarga de trabalho e a constante ameaça das Parcerias Público-Privadas (PPPs), que representam um passo rumo à privatização da educação pública.

Diante desse cenário, o CPERS reforça a necessidade de mobilização e luta. No dia 11 de abril, a partir das 13h30, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre, será realizada uma grande Assembleia Geral de Mobilização para definir os próximos passos da resistência. Somente com unidade e ação coletiva será possível barrar os ataques e conquistar direitos. Unidas(os), somos mais fortes!

 

FONTE:

https://luizmuller.com/2025/04/08/levantamento-mostra-a-assustadora-situacao-da-educacao-no-rio-grande-do-sul/ 




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