Aumenta posts de ameaças a escolas

Aumenta posts de ameaças a escolas

Pesquisa aponta aumento de 360% em posts de ameaças a escolas

Segundo o levantamento, de janeiro até 21 de maio deste ano, já foram registrados mais de 88 mil posts com conteúdo de ódio contra alunos(as), professores(as), diretores(as) e ameaças a escolas


Foto: Bruna Durigan / APP-Sindicato

 

Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com a empresa de monitoramento Timelens, revela dados preocupantes sobre o aumento de publicações em redes sociais contendo ameaças a escolas. O estudo analisou as principais redes sociais utilizadas pela população brasileira e identificou que a quantidade de posts com conteúdo de ódio contra alunos(as), professores(as), diretores(as) e ameaças a escolas aumentaram 360% nos últimos quatro anos.

O levantamento, divulgado na última quarta-feira (11), aponta que de janeiro deste ano até o dia 21 de maio, mais de 88 mil posts foram feitos com conteúdo violento contra a educação. Outro dado assustador é em relação aos ataques já ocorridos em escolas brasileiras. Comentários com elogios aos agressores passaram de 0,2% em 2021, quando ocorreu o massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, para 21% nos ataques registrados em 2025. 

Segundo o estudo, os principais elogios analisados em 2025 recaem sobre jovens que, supostamente, reagiram com violência após sofrerem consequências psicológicas e emocionais decorrentes do bullying. Do total de elogios aos agressores, 35% foram classificados como legítima e 23% como heróis.

Os dados demonstram a necessidade de debater como o ambiente escolar pode auxiliar no combate a uma cultura de ódio e também no risco da utilização das redes sociais sem a devida supervisão ou uma educação que debata assuntos fundamentais para a eliminação de discursos de ódio contra pessoas em situação de vulnerabilidade e grupos sociais, como população negra, LGBTI+ e mulheres, alvos de extremistas.

Ameaças e a falta de segurança nas escolas

Em 2023, uma escola do interior do Paraná viveu momentos de horror. Um ataque no Colégio Cívico-Militar Helena Kolody, em Cambé, vitimou os(as) adolescentes Karoline Verri Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16. O crime foi praticado por um ex-aluno, de 21 anos, que entrou na escola usando alegando solicitar a cópia do histórico escolar. Mas o jovem foi ao banheiro, vestiu um sobretudo preto e uma camiseta branca com inscrição em russo, elementos que fazem referência a grupos extremistas que disseminam suas ideologias no submundo da internet. 

 

Investigações apontaram que atentado no Colégio Estadual Helena Kolody foi planejado pela internet – Foto: Altvista/APP-Sindicato

 

A situação chamou a atenção para o risco de radicalização de jovens em idade de formação de personalidade, principalmente dentro da cultura dos chamados “chans”, fóruns anônimos que fomentam uma cultura de ódio e louvor a assassinos em massa, como no caso de Columbine, nos Estados Unidos.

O caso gerou um intenso debate sobre como as escolas estão preparadas para lidar com o caso. Um estudo publicado pelo FBSP em novembro de 2023, indica que 70,7% das escolas entrevistadas informaram que os(as) professores(as) não receberam capacitação específica sobre prevenção de ataques violentos. Além da falta de capacitação, 66,7% das escolas não realizam sistematização de registros de ataques ocorridos na escola que tragam características dos perpetradores e das vítimas, mesmo em caso de ameaças. 

Além disso, 39,2% das escolas não oferecem aos estudantes espaços de escuta/canais para que alunos(as) que sofrem algum tipo de violência possam reportar o incidente de forma anônima e segura.

Já na questão de controle e segurança preventiva, a maior parte das escolas aposta no controle de acesso realizado por funcionários como principal medida de segurança física (85,3%). Contudo, apenas 17,4% das escolas possuem funcionários(as) especialmente capacitados(as) para lidar com ameaças de ataques violentos.

O estudo aponta entre as recomendações para precaução de casos similares o incentivo a criação de canais de denúncia, ações contra bullying e ao cyberbullying, atenção biopsicossocial aos estudantes, Capacitar os profissionais da educação para o reconhecimento de situações e comportamentos de risco no ambiente escolar e outros. 

FONTE:

https://appsindicato.org.br/pesquisa-aponta-aumento-de-360-em-posts-de-ameacas-a-escolas/ 




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