Avaliação do magistério
Avaliação do magistério por valor agregado: fracasso anunciado
Em 2010, o secretário da Educação americana, Arne Duncan, lançou o seu programa Race to the Top para reformar a educação americana sob a administração Obama, na esteira do recente fracasso do programa implantado por Bush: “Nenhuma Criança Deixada para Traz”. Foram aplicados algo como 5 bilhões de dólares distribuídos aos estados que aceitassem o novo programa que implicava em autorizar escolas charters (terceirização), aceitar uma “base comum” e também avaliar seus professores com base nos resultados dos testes realizados em seus estudantes.
O esquema variava, mas em geral envolvia manter uma parte do salário fixa e outra variável que era consequência de quanto os estudantes demonstravam que haviam aprendido nos testes padronizados.
Como nos informa Diane Ravitch, naquele momento, “Duncan zombou dos críticos, dizendo que eles estavam tentando proteger os maus professores e não queriam saber a verdade.” Para reforçar o programa:
“Em 2012, três renomados estudiosos afirmaram que os professores que aumentavam as notas nos testes [dos estudantes] aumentavam [também] os rendimentos vitalícios dos alunos. O Presidente Obama citou este estudo, liderado pelo economista de Harvard, Raj Chetty, no seu discurso sobre o Estado da União. Parecia ser uma sabedoria irrecusável a de que os professores que aumentavam as notas nos testes eram ótimos, e os professores que não o faziam, não”.
“Em 2014, a Associação Americana de Estatística alertou sobre o perigo de avaliar os professores pelos resultados dos testes dos seus alunos. A declaração da ASA afirmava que a maioria dos estudos sobre este método constatava que os professores eram responsáveis por 1 a 14% da variação nas pontuações dos testes. A maior oportunidade de melhoria, disseram eles, estaria nas mudanças ao nível do sistema.”
Mas a febre da “avaliação por valor agregado (VAM em inglês)” continuou. Como sempre ocorre com a reforma empresarial da educação, as propostas geram bilhões para as terceirizadas e empresas de avaliação até que se torne evidente que não funcionam. Mas, então, outra “inovação infalível” estará a postos.
Como agora nos informa Ravitch:
“… no estado de Nova Iorque, a era da VAM acabou. Betty Rosa, chanceler do Conselho de Regentes do Estado de Nova Iorque, chegou a um acordo com Melinda Person, presidente do New York State United Teachers, para elaborar uma nova forma de avaliar os professores que se afaste dos resultados dos testes padronizados dos alunos.”
“Os líderes educacionais do estado de Nova Iorque e o sindicato dos professores anunciaram um acordo para mudar a forma como os professores e diretores das escolas de Nova Iorque são avaliados e abandonar a dependência obrigatória de resultados de testes padronizados.”
FONTE: