Base aliada foge do debate do reajuste

Base aliada foge do debate do reajuste

Cpers diz que base aliada de Leite foge do debate sobre reajuste dos professores

Por Sul 21   sul21@sul21.com.br 

 

Cpers diz que base aliada de Leite foge do debate sobre reajuste dos professores - Sul 21

Comissão de Educação da Assembleia Legislativa promoveu uma Audiência Pública para
debater o reajuste dos trabalhadores(as) da educação. Foto: Luiza Castro/Sul21

 

A Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa discutiu nesta terça-feira (28) o reajuste salarial dos professores, buscando tentar achar soluções para o impasse que existe entre a proposta encaminhada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que deve ir à votação na próxima terça-feira (4), e a reivindicação dos professores.

Em 15 de fevereiro, Leite apresentou uma proposta de reajuste de 9,45% no piso do magistério, somente para os professores e aposentados com paridade que ganhariam, no mínimo, o novo piso nacional, de R$ 4.420,55 para 40 horas de trabalho semanais. A categoria, entretanto, pede 14,95% para todos os professores, aposentados mesmo sem paridade e trabalhadores de escolas.

Presidente da comissão, a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) destacou que o encontro teve como objetivo apresentar evidências de que o reajuste de 14,95%, além estar respaldada pela lei, pode ser estendido a toda categoria, incluindo professores inativos e funcionários de escola.

Ela também destacou que 53 mil professores estão na situação de ainda possuírem a chamada parcela de irredutibilidade, criada quando o governo eliminou benefícios — como triênios — e que vem sendo abatida a cada reajuste concedido à categoria, o que cria uma realidade de não aumento e o que o Cpers denuncia como o fenômeno de que os professores estão pagando o próprio reajuste.

“Em setembro de 2021 eram 123 mil professores com este benefício e que tiveram os benefícios por tempo de serviço suprimidos por reajustes. É maquiavélico o que Eduardo Leite vem fazendo, reduzindo nominalmente salários, suprimindo conquistas de uma vida inteira”, disse Sofia.

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Helenir Shürer (esq.) e Sofia Cavedo (centro) | Foto: Luiza Castro/Sul21   

 

Uma emenda apresentada pelas bancadas do PT, PCdoB e PSol à proposta do governo garante o reajuste de 14,95% e que este índice não possa ser abatida da parcela de irredutibilidade. Além disso, a comissão propôs a criação de um comitê pró-pagamento do piso, envolvendo os sindicatos municipais e o Cpers para tratar do pagamento do piso nacional e o do plano de carreira. A comissão também pretende mediar uma reunião entre o governo e a categoria para debater a emenda.

Presidente do Cpers, Helenir Shürer criticou a ausência de representantes do governo e de sua base aliada na Assembleia, ironizando as falas do governador de que seu segundo governo vai priorizar a educação.

“A teoria e a palavra são fáceis. É fácil dizer para a sociedade que educação é prioridade, mas a realidade a gente sabe qual é e está refletida aqui nesta audiência em que nenhum representante do governo veio. Sabemos a importância de termos deputados com clareza da real importância da educação e aqueles que a gente consegue ter o diálogo e apresentar nossas pautas”, disse.

Helenir também destacou que, pela proposta do governo, 28.388 professores aposentados terão zero de reajuste. Além disso, outros 4.328 professores terão 3% de reajuste — os outros 6,45% serão abatidos da parcela de irredutibilidade, 9.8889 professores ganharão de 3,01% até 6% — com o restante também sendo abatido da parcela –, e somente 19.205 receberão o índice de 9,45% integralmente, porque estão no início da carreira ou porque já tiveram todos os benefícios absorvidos em reajustes anteriores.

O Cpers vem tentando negociar com parlamentares de todas as bancadas apoio à emenda. “As de esquerda nos receberam e construíram uma proposta de acordo com o que estamos reivindicando, mas tem bancadas que estão fugindo do debate e do Cpers. Se o governo está tão correto no que ele diz, as bancadas deveriam estar prontas para fazer o debate. Por que fogem? É porque não podem sustentar?”, questionou.

Também participaram da reunião representantes de professores da Capital e de diversos sindicatos municipais do interior, bem como de entidades estudantis. “NH passa por uma transição muito grande do número de professores. A grande maioria está aposentada e está havendo uma troca por novos aprovados em concursos e temos 300 professores em um plano de carreira em extinção, recebendo abaixo do piso o seu salário básico”, disse Rosane Moura, vice-presidente do Sindiprof, de Novo Hamburgo. Segundo ela, a prefeitura da cidade tem se recusado a dialogar com a categoria.

Já a diretora-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Cindi Sandri, defendeu a necessidade de rever a política pedagógica da rede municipal de ensino da Capital. “Por muito tempo tivemos a discussão do piso nacional. Tínhamos acesso a ele e mais um tanto porque tínhamos, além do reconhecimento dos governos daquele período, a perspectiva de um plano de carreira”, disse.

https://sul21.com.br/noticias/educacao/2023/03/cpers-diz-que-base-aliada-de-leite-foge-do-debate-sobre-reajuste-dos-professores/ 

 

Acompanhe a *Audiência Pública* promovida pela Comissão de Educação, da Assembleia Legislativa, *que debate o reajuste dos trabalhadores(as) da educação.

https://fb.watch/jyFocKj17o/

 

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