Caramelo, símbolo da resiliência
CARAMELO. UM SÍMBOLO DA RESILIÊNCIA DO GAÚCHO.
Por Leo Ribeiro
Hoje, 10/05, Dia da Cavalaria, e um dia após a operação de salvamento do Caramelo, venho postar um poema do meu Amigo, Irmão, grande poeta lá de Fraiburgo, SC, Dr. Osmar Ransolin, que retrata com uma felicidade incrível este episódio divino que comoveu não somente os rio-grandenses.
NÃO ERA SÓ UM CAVALO
- Osmar Ransolin -
Não era só um cavalo...
Era um monumento vivo
Dos andarengos da Ibéria
Que mesclou em cada artéria
Do rubro sangue nativo
O ancestral primitivo,
- Cara limpa, lombo nu -
Que carregou o xirú
Pelas terras missioneiras
E que tombou nas fileiras
Das tropas de Tiarajú.
Não era só um cavalo...
Era a própria imagem
Do Rio Grande açoriano,
Que alargou meridianos
Pelas rotas de passagem,
Era o cavalo selvagem
Rasgando campo e fronteira
Perdido na polvadeira
Ou entre a chuva e o vento,
E que invadiu Sacramento
Com Dom Cristóvão Pereira.
Não era só um cavalo...
Era o esteio da lida,
Que a cada marcha tropeira
Se fez alma aventureira
Pra ofertar a própria vida,
E nesta saga sofrida
De desbravar o sertão,
Percorreu cada rincão
Desse Brasil continente,
Sustentando nossa gente
Pra erguer uma Nação.
Não era só um cavalo...
Era um herói da terra
Que a história não menciona,
E que o covarde abandona
No entrevero da guerra!
Que vendo a morte, não berra,
Porque engole o sofrimento
- Soldado sem regimento
Da velha estirpe proscrita -
Que foi garupa pra Anita
E montaria de Bento.
Não era só um cavalo...
Era o Rio Grande em pelo!
E no horizonte da incerteza
Enfrentou a natureza
Neste último atropelo,
Tostado sem marca e selo
Pelo-duro que se amansa,
Que na rédea é uma balança
E na vida é um regalo
Cavalo que é bom cavalo
Pro trabalho, e pras crianças.
E não era só um cavalo...
Era também um amigo,
E um amigo não fica pra trás...
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