Com ou sem Mozart?
Com ou sem Mozart? As indefinições do futuro governo
Diretor do Instituto Ayrton Senna e cotado para Ministério da Educação se reúne hoje com Bolsonaro. Seu nome encontra aversão na bancada evangélica
Mozart Neves, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco e diretor do Insituto Ayrton Senna, assume ou não assume o ministério da Educação? A confusão sobre sua nomeação dominou o noticiário político ontem e deve ser o grande tema desta quinta-feira. Depois de jornais confirmarem Mozart no cargo, tanto o instituto quanto o futuro presidente negaram a confirmação. Por volta das 20h, no Twitter, Bolsonaro afirmou que “não existe nome definido para dirigir o Ministério da Educação”.
Mozart deve se reunir hoje com a equipe de transição de Bolsonaro numa reunião que deveria confirmar sua nomeação. Mas a disputa pela pasta, uma das potencialmente mais polêmicas do novo governo, é intensa. O nome do diretor do Instituto Ayrton Senna foi bem recebido entre educadores por razões técnicas: um bem-sucedido modelo de ensino médio integral em Pernambuco e sua aversão ao Programa Escola Sem Partido, uma das bandeiras de Bolsonaro e seus apoiadores.
Mas esta posição, segundo o jornal Folha de S. Paulo, teria gerado reação entre a bancada evangélica no Congresso, e foi a causa maior do vaivém na nomeação. Ouvido pelo jornal, o deputado Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ), disse que “o governo pode errar em qualquer ministério, menos no da Educação, que é uma questão ideológica para nós”. A declaração reforça o peso que as bancadas vêm tendo na formação do novo governo, fator reconhecido pelo próprio Bolsonaro.
Já são 12 ministros indicados. Além de Mendonça na AGU e Bebbiano na secretaria-geral, Onyx Lorenzoni assumirá a Casa Civil; Paulo Guedes deverá comandar um superministério da Economia; o juiz Sergio Moro será o ministro da Justiça e Segurança Pública; Tereza Cristina, ministra da Agricultura; Marcos Pontes comandará a Ciência e Tecnologia; o General Augusto Heleno será o chefe do Gabinete de Segurança Institucional; o General Fernando Azevedo e Silva vai assumir o ministério da Defesa; o diplomata Ernesto Araújo será o ministro das Relações Exteriores; Wagner Rosário será o chefe da Controladoria-Geral da União; e o médico e ortopedista Luiz Henrique Mandetta assumirá o ministério da Saúde.
Agora a equipe de transição corre para definir todos os ministérios até o fim do mês para até o dia 15 de dezembro ter um plano de trabalho para cada ministro. Faltam definir ainda cargos importantes, como o Banco do Brasil e a Caixa. Um nome de peso para a comunicação também não faria mal ao futuro governo.
EXCLUSIVO: Mozart Neves é o novo Ministro da Educação
21/11/2018
Por Ricardo Antunes
O ex-secretário da Educação do Governo de Pernambuco e atual diretor do instituto Ayrton Senna, foi escolhido Ministro da Educação do governo Bolsonaro. Essa semana, ele esteve junto com Viviane Senna, que é presidente do instituto Ayrton Senna, com o presidente eleito. Mozart é considerado uma das pessoas mais competentes do setor de educação no Brasil e já atuou MEC.
Segundo o Blog apurou, o nome do pernambucano deverá nessa quinta após o encontro pessoal que ele terá com o presidente. Além de ex-secretário da Educação em Pernambuco, Mozart foi reitor da UFPE e diretor executivo do Todos pela Educação. O fato de seu nome não ser ligado a nenhum partido político também ajudou na escolha. O único que pode vetar seu nome é o guru da direita, Olavo de Carvalho.
Com isso, Pernambuco pode ter seu primeiro ministro no novo governo.
Sob pressão, Bolsonaro desiste de Mozart Neves e novo ministro da Educação deve ser um colombiano
Depois de abrir uma crise com a bancada evangélica, Jair Bolsonaro deve anunciar o nome do colombiano Ricardo Vélez Rodriguez para a pasta
A divulgação do nome do assessor de Viviane Senna e diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, para a pasta do Ministério da Educação, foi logo bombardeada pela bancada evangélica, provocando nova crise em um governo que ainda não assumiu, uma vez que o educador tem um perfil considerado moderado demais pelos evangélicos. Com isso, Jair Bolsonaro novamente recuou e deve anunciar um colombiano para o cargo: Ricardo Vélez Rodriguez.
Depois de mais um início de crise, Rodriguez foi chamado rapidamente de Juiz de Fora, Minas Gerais, onde coordena o Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), para conversar com Bolsonaro ainda nesta quarta-feira (21). O nome do colombiano já aparecia entre os cogitados para a pasta.
O possível escolhido é colombiano, coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e também coordenou o Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos, o Núcleo Tocqueville-Aron de Estudos sobre as Democracias Contemporâneas e o Núcleo de Cosmologia e Filosofia da Ciência.
Rodriguez é, também, professor associado aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME). Já trabalhou na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Universidad Pontificia Bolivariana, na Colômbia.
É membro do conselho consultivo da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), do Instituto de Geografia e História Militar, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Brasileira de Filosofia. Autor de “Da Guerra à Pacificação”, “O Patrimonialismo Brasileiro em Foco” e “A Grande Mentira – Lula e o Patrimonialismo Petista”. O professor também é mestre e doutor em Filosofia.