Comunidade escolar reprova matriz
Comunidade da escola Alcides Cunha reprova matriz curricular de Eduardo Leite
Em reunião com a comunidade escolar, o conselho da escola Prof. Alcides Cunha, de Porto Alegre, debateu as mudanças impostas pelo governo Eduardo Leite (PSDB) à matriz curricular e reprovou por unanimidade as alterações, ressaltando a necessidade de manter a carga horária anterior.
O encontro, motivado por orientação do CPERS, foi realizado no dia 13 de fevereiro e contou com alunos(as), professores(as), funcionários(as) e pais, além da assessoria jurídica do Sindicato.
Após os esclarecimentos sobre as imposições antidemocráticas das portarias 293 e 312/2019, o debate culminou em uma votação para saber a posição da comunidade escolar sobre as mudanças. O rechaço foi unânime.
Em comunicado publicado na página da escola no Facebook, os membros do conselho ressaltam:
“O governo está preocupado unicamente com questões econômicas, de cortes de gastos, e não com melhoramentos pedagógicos. Os pais presentes demonstraram revolta, pois os prejudicados serão seus filhos que vivenciarão um corte sem precedentes no currículo da escola pública. Também houve revolta pela maneira como estas mudanças foram materializadas: método ditatorial, sem levar em consideração os anseios da comunidade, mas sim os de um governo burguês”.
Para alertar a comunidade quanto às mudanças, o conselho também vem divulgando através da rede social uma comparação entre os períodos que serão reduzidos com a imposição da nova grade curricular do governo.
No lado esquerdo da imagem está a grade antiga e, no lado direito, a nova.
Além da redução de carga horária e de recursos humanos, a nova matriz levará a uma precarização da qualidade do ensino, privando estudantes de disciplinas e conteúdos essenciais para a sua formação.
Uma mãe presente na reunião ressaltou o distanciamento para o ensino privado, “estas mudanças também serão feitas no ensino privado? Claro que não! Isso aumentará, cada vez mais, o desnivelamento entre os alunos da escola pública e os alunos das escolas particulares, praticamente impossibilitando o ingresso posterior em uma universidade pública. Assim, as universidades se elitizarão ainda mais”.
Após reunião com o Ministério Público no início deste mês, o CPERS aguarda posicionamento da Seduc quanto ao tema e orienta os conselhos escolares para que multipliquem o exemplo do Alcides, debatendo no chão da escola as mudanças e as reais necessidades do alunado.
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