Consulta pública volta às aulas

Consulta pública volta às aulas

Governo gaúcho abre período de consulta pública sobre volta às aulas presenciais

Retorno dependerá da definição de calendário, etapas de ensino e protocolos de prevenção

Retorno dependerá da definição de calendário, etapas de ensino e protocolos de prevenção

ISABEL INFANTES/AFP/JC

Fernanda Crancio

A partir desta quinta-feira (2), o Executivo gaúcho abre a etapa de consulta pública digital às entidades da área da educação e de assistência à criança e ao adolescente para avaliar a melhor forma de retomada do ensino presencial em todo o Rio Grande do Sul. Como anunciado na semana passada, serão mais de 1,5 mil entidades participantes do processo, que se estenderá até 12 de julho, fundamental para a tomada de decisão sobre a formatação do calendário e das etapas de ensino para o retorno.

A ideia do governo é obter sugestões sobre os protocolos de prevenção a serem adotados nas atividades escolares, bem como definir a melhor forma de conduzir a volta gradual às aulas e os níveis de ensino que deverão iniciar o processo. Nos formulários eletrônicos enviados, as perguntas se concentram em qual deve ser a ordem desse retorno, por etapas de ensino, e as medidas sanitárias e de segurança a serem tomadas. Segundo o governador Eduardo Leite, a questão para muitos é definir se a Educação Infantil deve ser a primeira a retornar às aulas presenciais, para permitir que os pais possam trabalhar. No entanto, a falta de autonomia das crianças e a dificuldade em manterem os cuidados de distanciamento e higiene necessários acarretam dúvidas."Há argumentos para os dois lados e queremos ouvir as entidades", comentou Leite.

Segundo ele, o certo é que o retorno será gradual e por etapas, a cada duas ou três semanas. O governo também quer ouvir as entidades sobre o ensino integral. Serão consultadas 1520 entidades, entre sindicatos, associações, conselhos de educação e assistência social, Conselho Tutelar, Apaes, etc. Para a coordenadora do Comitê de Dados Covid-19 e ex-secretária de Planejamento do Estado, Leany Lemos, a organização da volta às aulas merece atenção redobrada e tem sido estudada com afinco, inclusive se baseando em experiências já adotadas por outros países durante a pandemia. "Esse é o tema mais complexo em relação à pandemia. É muito bem-vinda essa consulta para que a decisão do governo seja a mais bem alinhada ao que a sociedade ambiciona", aponta.

No total, mais de 2,5 milhões de pessoas estão ligadas ao ensino no Estado, da educação infantil à pós-graduação, sendo 800 mil alunos apenas na rede estadual. "Isso representa 20% da sociedade e, portanto, precisamos ter cuidado para a circulação dessas pessoas e disseminação do vírus. Não dá para nos resignarmos com as aulas sendo absolutamente interrompidas e suspenso o ano letivo, não é correto", ressaltou Leite.

O secretário estadual da Educação, Faisal Karam, reforçou a importância da consulta pública. "É momento de compartilhamento, de ouvir as entidades e definir o que é prioridade, como e quando voltaremos, respeitando o momento em que vivemos", encerrou.

 

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