Covardia em escolas
Covardia em escolas
E quando a violência ocorre justamente na escola, cometida por quem deveria proteger os alunos? Neste mês, dois casos estarrecedores vieram a público.
Cida Barbosa 20/02/2025
- (crédito: bedneyimages/Freepik)
A escola é parte fundamental da rede de proteção de crianças e adolescentes contra a violência. Para além da sua atividade original, funciona como um canal de denúncia de abusos físicos, psicológicos e sexuais, seja porque meninos e meninas se sentem mais seguros para revelar a um educador o que estão sofrendo, seja porque os profissionais de ensino podem perceber vestígios de que algo está errado. E como a imensa maioria das agressões ocorre na casa das vítimas — praticadas pela própria família —, por vezes é na escola que elas conseguem o socorro para livrá-las dos maus-tratos.
Mas, e quando a violência ocorre justamente na escola, cometida por quem deveria proteger os alunos? Neste mês, dois casos estarrecedores vieram a público. E revoltam pela covardia, contra vulneráveis que, de tão tenra idade, não conseguiam contar em casa a dor e a humilhação a que eram submetidos.
Em Osasco (SP), a dona de uma creche particular foi gravada dando sucessivos tapas no rosto de um menino de 2 anos e sacudindo-o para forçá-lo a tomar uma vitamina durante o horário de lanche. Uma ex-funcionária fez o vídeo e denunciou.
Em Duque de Caxias (RJ), o algoz também foi um dono de colégio infantil. A gravação mostra a agressão a um menino de 4 anos. Ele dá um puxão forte no braço do garotinho, que cai. Em seguida, o suspende e o coloca contra a parede. Depois, o sacode várias vezes e o joga no chão. A mãe recebeu as imagens de um perfil fake. Ela disse que notava marcas no filho e que ele chorava e pedia para não voltar à escola.
Covardias assim atingem também pais ou responsáveis. Quando mandamos meninos e meninas para um estabelecimento de ensino, acreditamos que eles estarão num local seguro, onde receberão orientações para seu crescimento pessoal e serão respeitados.
Graças às denúncias, a polícia chegou a esses dois abusadores. Não fosse isso, certamente seguiriam a torturar crianças. Esperamos que a Justiça os faça pagar exemplarmente pelo crime covarde.
Crianças e adolescentes sendo machucados é um problema público, diz respeito a todos nós. E a denúncia tem a capacidade de livrá-los do sofrimento. Se souber ou desconfiar de maus-tratos, não deixe de agir. Denuncie. Isso pode fazer toda a diferença na vida de quem não consegue se defender sozinho.
FONTE:
https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/02/7065508-covardia-em-escolas.html