Denúncias de assédio moral na 1ª CRE
39º Núcleo do Cpers leva à Secretária de Educação denúncias de assédio moral na 1ª CRE
Representantes da diretoria do 39º Núcleo do Cpers e profissionais vinculados à 1ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio Grande do Sul (CRE) levaram à Secretária de Educação do Estado, Raquel Teixeira, denúncias de assédio moral e autoritarismo na CRE, desde a chegada do novo coordenador. Ainda, também abordaram questões de sobrecarga e exaustão generalizadas na categoria, o que tem levado a um quadro crescente de adoecimento entre professores, diretores, supervisores, orientadores e demais servidores da rede.
O pedido de reunião partiu da direção do 39º Núcleo e contou com o apoio da deputada estadual Luciana Genro (PSOL), que articulou o encontro com a Secretaria. Segundo a diretora do 39º, Neiva Lazzarotto, o Cpers recebeu denúncias sobre as práticas de assédio moral e autoritarismo na gestão da 1ª CRE, que teriam levado ao afastamento de servidores e ao esvaziamento de setores, incluindo a destituição da chefia de Recursos Humanos. De acordo com informações divulgadas pela própria Secretaria, cerca de 30 servidores da Coordenadoria estão afastados atualmente por licença médica ou férias.
“Trouxemos com bastante peso a questão do adoecimento para a secretária, que demonstrou impacto diante dos relatos. Ela reconheceu que há situações que não condizem com as orientações da Secretaria”, relatou Neiva. A dirigente explica que, após mudanças feitas pelo governo de Eduardo Leite, o processo seletivo para coordenadores das CREs passou a ser uma seleção aberta, e não apenas voltada para os quadros internos.
Dentre os relatos, consta que o coordenador não dirige a palavra aos servidores, que vem desestruturando o setor de recursos humanos e provocando um clima de tensão dentro do ambiente de trabalho, com diversos servidores chegando a chorar no local. “Essa situação de afastamentos e desestruturação do RH da coordenadoria tem consequências nas demandas das escolas e no bom atendimento dos alunos, como substituição de professores em licença saúde e aposentados, acarretando o não atendimento dos alunos. Então é algo muito grave”, explicou Daniel Damiani, Secretário do 39° Núcleo.
A Secretária de Educação comprometeu-se a ouvir o coordenador e a adjunta da 1ª Coordenadoria, e marcou um novo encontro com a comissão. Na avaliação de Neiva, a reunião foi importante para deixar claro que, embora haja divergências sobre a política educacional adotada, a utilização de métodos baseados em autoritarismo e assédio moral institucional “não é tolerável em nenhuma circunstância”.
“É uma questão muito grave, que atinge diretamente trabalhadores da educação, uma categoria já extremamente desvalorizada mesmo realizando um trabalho fundamental. Seguirei acompanhando esse tema e prestando suporte ao Núcleo e aos servidores”, afirmou Luciana Genro.
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