Destruição da educação pública de SP

Destruição da educação pública de SP

Tarcísio e Feder aprofundam a destruição da educação pública de São Paulo

Sendo que 91,3%, disseram terem ficado sobrecarregados com as plataformas e a intensa cobrança de metas extorsivas. Enquanto 74,3% reconheceram impactos negativos do modelo na sua saúde física e mental e 78,3% afirmaram saber de colegas que adoeceram em decorrência das dificuldades impostas pelas novas tecnologias.

Como se vê, o modelo que começa a ser implantado em São Paulo não beneficia ninguém, a não ser as empresas de plataformas digitais. Adoece ainda mais as professoras e professores, tira dos estudantes a oportunidade de aprender, controla o conteúdo aplicado, limitando o aprendizado a uma única forma de encarar a vida e impede o pleno desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Tanto que a reportagem “Material didático do governo de SP é raso e pouco confiável, dizem autores de livros didáticos”, de Laura Mattos na Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira (4), aponta que a Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale) analisou as plataformas digitais do governo paulista e confirmou a falta de qualidade dessas plataformas.

“O material traz atividades que não apresentam rigor conceitual e editorial, além de ignorarem exigências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que determina as diretrizes da educação no país e aponta os aprendizados a serem desenvolvidos em cada nível escolar”, dizem os escritores.

Para piorar, aliado à utilização obsessiva das plataformas digitais, a vigilância descabida sobre o trabalho dos profissionais da educação e a pressão por metas e resultados extorsivos leva as professoras e professores ao desespero, além de castrar a possibilidade de um aprendizado que envolva todas as nuances da vida.

De acordo com a APP-Sindicato, “o uso obrigatório, intensivo e indistinto das plataformas educacionais sem a adequada discussão e reflexão tem levado professores(as), pedagogos(as) e o conjunto da comunidade escolar a um vazio pedagógico”.

Em vez disso, lutamos por instrumentos de apoio e mediação do ensino-aprendizagem, com a utilização das ferramentas digitais como apoio pedagógico e não o centro do processo. A gestão democrática com espaço para todos os envolvidos no processo educacional se colocarem com total liberdade e um ensino que abranja toda a diversidade humana continua a ser a nossa luta.

As professoras e professores da rede oficial de ensino do estado de São Paulo se insurgem contra mais a imposição de um sistema que desconhece toda a realidade do estado e exclui grande parcela de crianças e jovens do processo de ensino-aprendizagem como ocorreu no período pandêmico e até hoje não houve correção para suprir a demanda dos que ficaram sem aprender o que precisavam aprender.

Porque as plataformas digitais aprofundam o processo de pressão por metas incabíveis e seleciona ao bel prazer do secretário e do governador o que as crianças e jovens podem aprender, limitando-os ao pensamento único, ou melhor, pensamento nenhum.

Além disso, a maioria das escolas, principalmente nas periferias, é totalmente carente de estrutura básica para o ensino, imagine o acesso à internet com qualidade? Além de muitas salas de aulas terem a infraestrutura elétrica comprometida, superlotação de turmas e porte escolar inadequado agravam o problema.

Seguiremos lutando pela autonomia das professoras e professores, da equipe pedagógica e dos estudantes na produção do ensino-aprendizagem. Contra a mercantilização da educação pública. Porque educação pública é vital para a maioria da população e a tecnologia não pode ser um entrave ao bom andamento do processo de ensino-aprendizagem e sim um aporte que possibilite a dinamização do processo, sempre com a supervisão dos profissionais da educação, inclusive para o processe de aprendizagem não ser deturpado.

Tarcísio e Feder querem tomar o lugar de maior inimigo público da educação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliás, o governador do estado faz de tudo para conquistar todas as pessoas que ainda não aprenderam que a democracia e o respeito aos direitos humanos constituem a melhor forma de governar.




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