Dia de Paralisação Nacional

Dia de Paralisação Nacional em Defesa da Escola Pública: CPERS se mobiliza em todo o estado em luta pela educação
Nesta quarta-feira (23), educadoras e educadores de todo o Rio Grande do Sul cruzaram os braços e ocuparam as ruas no dia de Paralisação Nacional em Defesa da Escola Pública, convocado pela Confederação Nacional das(os) Trabalhadoras(es) em Educação (CNTE). A atividade é uma das deliberações aprovadas na Assembleia Geral do CPERS e integra a 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que neste ano traz o tema: “Escola Pública não é Negócio. É Direito!”.
No estado, em todos os 42 núcleos do Sindicato, a rotina foi interrompida para dar lugar à resistência: foram realizadas visitas a escolas, panfletagens, entrevistas em rádios, aulas públicas e atos em frente às Coordenadorias Regionais de Educação e ao Banrisul.
A presidente do CPERS, Rosane Zan, deu voz à indignação da categoria durante a mobilização, pela manhã em São Luiz Gonzaga (33º Núcleo) e à tarde em Santa Cruz do Sul (18º Núcleo): “Não há valorização, não há reconhecimento. O governo Leite quer transformar a escola pública em balcão de negócios. Mas nós dizemos não. Exigimos o reajuste de 12,14% para todas e todos, o fim da cobrança previdenciária sobre aposentadas(os) e o respeito ao nosso trabalho”, asseverou.
Em Porto Alegre, a caminhada, organizada pelo 22°, 38° e 39° núcleos, partiu da Praça da Matriz e seguiu até o Banrisul, reunindo trabalhadoras(es) indignadas(os). A atividade denunciou o abandono, a invisibilidade e a exaustão da educação pública do RS, sob a gestão de Eduardo Leite (PSDB).
A realidade da educação pública gaúcha é cruel. Salários defasados corroem o poder de compra mês após mês. A cada ida ao mercado ou à farmácia, professoras(es), funcionárias(os) de escola e especialistas, contratadas(os) ou nomeadas(os), da ativa e aposentadas(os), sentem no bolso o peso do descaso. Para piorar, aposentadas(os) seguem pagando a previdência, uma injustiça que penaliza quem já dedicou a vida inteira ao serviço público.
O Sindicato exige com urgência o reajuste de 12,14% nos salários de toda a categoria. A defasagem salarial, somada à ausência de valorização, empurra milhares de profissionais ao endividamento e à exaustão.
No chão da escola, a sobrecarga é massacrante. As(os) profissionais não têm mais tempo para planejar, criar ou cuidar. Estão soterradas(os) por uma avalanche de planilhas exigidas pela Secretaria de Educação (Seduc), que burocratizam a rotina e colocam o pedagógico em segundo plano.
Além disso, cresce a preocupação com a implementação das Parcerias Público-Privadas (PPPs) na educação estadual, defendidas pelo governador Eduardo Leite (PSDB). As PPPs representam riscos graves, como a mercantilização do ensino, perda da autonomia pedagógica, precarização das condições de trabalho e enfraquecimento do controle social sobre as políticas educacionais. Em vez de investir na estrutura pública e valorizar suas(seus) trabalhadoras(es), o governo aposta em entregar a educação ao mercado.
A CNTE também reforça o alerta: a privatização da educação enfraquece a gestão democrática, transfere recursos públicos para mãos privadas e destrói direitos históricos como o piso salarial, planos de carreira e concursos públicos. Ao lado disso, avançam projetos que tentam calar a voz das(os) professoras(es), como o “Escola sem Partido”, e a precarização das(os) funcionárias(os) de escola, que seguem sem regulamentação salarial.
A luta segue e tem data marcada em Brasília: no próximo dia 29 de abril, a Marcha Nacional da Classe Trabalhadora reunirá milhares em defesa de direitos e dignidade. O CPERS também se somará a essa grande mobilização. Não aceitaremos caladas(os) o desmonte da educação. Lutamos por respeito, por justiça e por um futuro onde ensinar e aprender sejam, de fato, prioridade.
>> Confira, abaixo, mais fotos das mobilizações nos núcleos do CPERS:
>> 2° Núcleo – Santa Maria
>> 4° Núcleo – Cachoeira do Sul
>> 5° Núcleo – Montenegro
>> 6° Núcleo – Rio Grande
>> 7° Núcleo – Passo Fundo
>> 9° e 36° Núcleos – Santo Ângelo e Cerro Largo
>> 13° Núcleo – Osório
>> 14° Núcleo – São Leopoldo
>> 15° Núcleo – Erechim
>> 16° Núcleo – São Borja
>> 18° Núcleo – Santa Cruz do Sul
>> 19° Núcleo – Alegrete
>> 21° Núcleo – Uruguaiana
>> 22º, 38° e 39° Núcleos – POA e Gravataí
>> 24° Núcleo – Pelotas
>> 25° Núcleo – Lagoa Vermelha
>> 27° Núcleo – Três Passos
>> 23° Santana do Livramento:
>> 28° Núcleo – Soledade
>> 29° Núcleo – Santiago
>> 30° Núcleo – Vacaria
>> 31° Núcleo – Ijuí
>> 32° Núcleo – Taquara
>> 33° Núcleo – São Luiz Gonzaga
>> 34° Núcleo – Guaíba
>> 37° Núcleo – Carazinho
>> 40° Núcleo – Palmeira das Missões
>> 42° Núcleo – Camaquã
FONTE: