Dia do bibliotecário
Importância do bibliotecário vai além de organizar livros
Ele está presente em nossas vidas desde a educação básica. Nos ensinou a cuidar dos livros, nos auxiliou na busca por mais conhecimento e nos ajudou, na prática, a entender como o alfabeto é organizado em volumes nas prateleiras. Nesta segunda-feira, 12, é comemorado o Dia do Bibliotecário, cuja importância vai muito além de apenas manter uma biblioteca em ordem.
O bibliotecário Bruno Márcio Gouveia, desde sempre, buscou a companhia de um livro. Essa parceria acompanhou o seu crescimento pessoal e o fez decidir pelo caminho do curso de biblioteconomia. Hoje, acumula nove anos na profissão e auxilia os alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, no complemento de suas teses e dissertações nas áreas de ciência, pesquisa e biologia.
“Ser bibliotecário tem os seus desafios e nem sempre as pessoas sabem disso, mas vale destacar que estamos espalhados em várias áreas, como portais de relevância (Google) e engenharia de software. Somos os mediadores entre o usuário e a informação”, orgulha-se.
Em função dessa busca constante por sabedoria, Bruno resolveu ampliar ainda mais o seu entendimento e finalizou, no ano passado, um mestrado em história. “São assuntos que se complementam. Sei que contribuo para a ciência e gosto de aprimorar os meus conhecimentos nesses assuntos, porque tudo reflete no meu trabalho”, pontua.
Conhecimento – Para fomentar ainda mais o conhecimento desde os primeiros anos de escola, o Ministério da Educação criou o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE). O plano é direcionado à aquisição e à distribuição de obras literárias às escolas públicas de educação infantil, anos iniciais e finais do ensino fundamental, educação de jovens e adultos e ensino médio, com acervos de títulos de diversos gêneros literários, como crônica, novela, romance, bibliografia, teatro, poesia, livros de imagens, histórias em quadrinhos, entre outros.
No início de março, o MEC e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) promoveram uma audiência pública para debater o edital de aquisição de obras literárias para alunos da rede de educação básica. Os principais objetivos da publicação são o apoio à formação dos acervos das escolas públicas; a ampliação das oportunidades de acesso dos estudantes à literatura de qualidade, e a contribuição para o desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes, em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Assessoria de Comunicação Social
Projeto incentiva leitura em órgão público de Araraquara
Quando o amor à profissão fala mais alto que os interesses profissionais, a dedicação e o entusiasmo tornam o trabalho um prazer. A bibliotecária Joelma Paula Moraes é prova disso. Servidora do Departamento Autônomo de Águas e Esgotos (DAAE) de Araraquara (SP), conseguiu introduzir uma biblioteca no ambiente de trabalho.
“A gente construiu, com a ajuda de funcionários, doações e uma parceria com a coleta seletiva da cidade, uma biblioteca para os servidores”, conta. O projeto começou em 2009 e, atualmente, já reúne cerca de 1,5 mil livros.
Os funcionários passaram a fazer doações de obras, de gêneros e temáticas diversas, e a equipe responsável pela coleta seletiva começou a separar os livros que eram descartados pela população. As obras são entregues diretamente na instituição.
Paralelo a isso, Joelma explica que o programa Caixa de Cultura, do Serviço Social da Indústria (Sesi), já existia no DAAE. A ação consiste em deixar disponível nas empresas uma caixa metálica com um acervo literário de 40 a 100 títulos.
“Eu peguei esse projeto e incrementei com a criação da biblioteca, para incentivar a leitura dos funcionários no horário de descanso no trabalho ou mesmo para levar pra casa”, diz Joelma.
Atualmente, o DAAE possui cerca de 480 funcionários. Por mês, a biblioteca do órgão realiza, aproximadamente, 30 empréstimos de livros. “Apesar de tanta tecnologia, o livro em papel não morreu”, comemora.
Outro projeto do departamento para incentivar a leitura é o chamado Momento Leitura. Quinzenalmente, a bibliotecária expõe os livros e dá dicas de leitura nos murais da instituição. Um informativo mensal distribuído aos servidores também tem espaço para o Momento Leitura, em que os funcionários fazem a indicação de obras literárias.
Mudança– Joelma diz que considera a profissão muito importante. “Aquela coisa do bibliotecário sentado, de óculos, silencioso não existe mais. A gente tomou outro comportamento”, diz. “Me formei em 1995, e de lá pra cá muita coisa mudou.”
Joelma explica que as pessoas tendem a achar que o bibliotecário já leu todos os livros. “Mas não é assim; a gente indica”, esclarece. Ela diz que procura estar sempre “antenada”, se inteirando dos lançamentos, tanto no que diz respeito à literatura de lazer quanto na específica que, no seu caso, é saneamento.
“Muitos servidores fazem o trabalho de conclusão de curso de mestrado, doutorado na área de saneamento e meio ambiente, então eles sempre nos procuram para ver se temos material”, afirma Joelma. “Eu tenho muita procura e tenho prazer em ajudar, porque isso faz a gente saber que o trabalho é válido. A profissão do bibliotecário é fundamental para o enriquecimento da educação. E isso não tem idade”, conclui.
Programa – Criada em 1948, a Caixa de Cultura é um programa integrador que promove ações culturais no ambiente de trabalho para fomentar a prática da leitura e da apreciação artística. Por meio de convênio, o Sesi coloca à disposição das empresas um acervo literário que varia de 40 a 100 títulos, de gêneros e temáticas diversas.
Após o tempo de permanência estipulado, que varia de quatro a seis meses, é efetuada a troca da caixa por outra com acervo atualizado e renovado, para utilização dos funcionários. O serviço é gratuito.
Homenagem– O Dia do Bibliotecário é comemorado no dia 12 de março em todo o país. A data, instituída pelo Decreto nº 84.631, de 1980, homenageia Manuel Bastos Tigre, considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil.
Nascido em 12 de março de 1882, Manuel Tigre foi aprovado em primeiro lugar no concurso para bibliotecário do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Trabalhou por dois anos na Biblioteca Nacional, assumindo, em seguida, a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil. Lá, trabalhou junto ao reitor da instituição, mesmo depois de aposentado.
Engenheiro de formação, trocou a ocupação pela biblioteconomia após conhecer o bibliotecário Melvil Dewey, que instituiu o Sistema de Classificação Decimal. Em 1915, aos 33 anos de idade, Manuel Tigre assumiu de vez a nova profissão.
Assessoria de Comunicação Social
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