DIÁRIO DO BOZ

Diário, eu não sou Papai Noel, mas estou com o saco nas costas. E qualquer dia ele vai estourar.

É que todo dia descobrem alguma maracutaia no meu governo. É cartão corporativo, é kit de robótica, é pastor mandando no MEC, é tratoraço, é busão superfaturado, é asfalto de mentira, é picanha, é prótese peniana, é... ticetera, pô!

Pois ontem, no tocante a corrupção, foi a vez de descobrirem o Bolsolão do SUS.

O Estadão, que me acha tão bom quanto o Lula, descobriu que quem tá comigo ganhou mais dinheiro do que quem não tá.

Então isso nem devia ser chamado de corrupção. É mais uma ação entre amigos.

O jornal comunodireitista escarafunchou e viu que, no ano passado, parte dos R$ 7,4 bilhões do FNS (Fundo Nacional de Saúde) foram parar no orçamento secreto e acabaram sendo distribuídos principalmente pros chefões do Centrão.

Por exemplo, a cidade de São Gonçalo, curral do Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara, tem 1,2 milhão de habitantes e recebeu R$ 133 milhões em emendas parlamentares (R$ 111 milhões do orçamento secreto).

Já Niterói, que é ali perto, tem o dobro de habitantes. Mas o prefeito é do PDT. Então recebeu só R$ 10 milhões. Já o Rio de Janeiro tem 6,7 milhões de habitantes. Mas, como o prefeito é o Eduardo Paes, um molusquista declarado, a cidade recebeu só R$ 14 milhões.

Pô, é que nem eu disse: “se eu puder dar o filé mignon pro meu filho, eu dou”.

Só que “filho”, no caso, são os caras do Centrão. Porque ali somos todos uns filhos da..., deixa pra lá, kkk!

O que importa é que pra eles eu dou filé mignon, picanha, maminha, colchão mole e, com a verba do FNS, umas ambulâncias também. Porque, comendo isso tudo de carne, tenho certeza que o cara vai parar no hospital, com intestino obstruído.

E eu falo isso de cadeira. Ou, melhor, de privada.

José Roberto Torero

20/5/22

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