Educação é a resposta
Educação é a resposta
Ouvindo diretores de escolas na programação da Gaúcha, nessa semana, percebi que existe uma angústia sobre recuperar o tempo perdido nas tarefas pedagógicas ou priorizar o acolhimento
13/07/2024 Andressa Xavier
Quase 900 estudantes não foram encontrados pela Secretaria de Educação Estadual.
Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
O Rio Grande do Sul tem uma geração de crianças e adolescentes que acumula prejuízos no aprendizado. Primeiro foi uma pandemia mundial. Agora, uma enchente histórica. Ambas tiram meses de presença em sala de aula e de convivência com a comunidade escolar que, sabemos, são importantíssimas ferramentas para a construção de um futuro mais promissor.
Ouvindo diretores de escolas na programação da Gaúcha, nessa semana, percebi que existe uma angústia sobre recuperar o tempo perdido nas tarefas pedagógicas ou priorizar o acolhimento, tamanha a complexidade do problema. Se por um lado é preciso garantir o conhecimento de matemática, biologia e português, por outro é necessário lidar com famílias que perderam suas casas — e algumas que ainda estão vivendo em abrigos. São quase 3,3 mil alunos nessa situação no Estado. Além disso, quase 900 estudantes simplesmente não foram encontrados. Ou as famílias se mudaram, ou não voltarão às aulas tão cedo. Não se sabe exatamente, até porque os documentos e histórico escolar ficaram, em muitos casos, também debaixo d´água.
O vínculo é importantíssimo para manter o aluno na escola. Ter relações, gostar do ambiente, querer fazer amigos. Isso tudo é especialmente importante porque os casos de ansiedade que fizeram parte da rotina em 2020 e 2021 se proliferam agora, quando crianças choram e se assustam ao ouvir a primeira gota de chuva encostando no telhado.
Se parece pouco para quem não foi diretamente afetado, é bastante para uma criança ter perdido cadernos, lápis e mochilas. Em muitos casos, tendo perdido a casa toda, os brinquedos, a rotina. Tudo levado ou ensopado. Uma parcela grande de crianças frequenta a escola também como oportunidade de fazer uma refeição completa, que muitas vezes falta em casa. Das escolas ainda fechadas, os refeitórios são o coração dos prédios. O local que também garante a permanência.
Felizmente nos momentos de crise a solidariedade se evidencia. Vimos muitas imagens de pessoas que entraram nos bairros e vilas para salvar moradores e retirá-los em segurança, muitos já com a água no pescoço. Civis e militares salvaram pessoas de bote e de helicóptero. Pois há os que ajudam a salvar também o futuro das escolas. Nos últimos dias ouvi falar muito sobre o trabalho do Instituto Jama, como referência em auxílio às escolas. Conversei com quem escabeça esse projeto, o empresário Jayme Sirotsky. Há anos focado em educação, ele viu a necessidade de ajudar mais agora. De produtos de limpeza a ações de infraestrutura, o Jama ajudou mais de 12 mil alunos. Seu Jayme acredita que a educação é essencial para a evolução da sociedade. Que só isso proporcionará mudanças no comportamento, na política, nas comunidades. Que seja inspiração!
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