Educação não combina com autoritarismo
Educação não combina com autoritarismo
Carga: Santiago |
Por Heleno Araújo, no jornal Brasil de Fato :
Nenhum autor de governo seja de qualquer época ou época, gosta de uma educação ajudar o povo a pensar e ser autônomo que em sua vida. Invariavelmente, governos autoritários perseguem educadores, calam estudantes e promovem um modelo educacional que sempre atende seus interesses políticos.
É exatamente nos governos autoritários, distanciados por apegam poder e dele não pretendem ser comandados, que os sistemas educacionais recebem toda a atenção possível: ao autoritarismo interessa moldar uma educação que cultiva os valores políticos emanados do político autoritário.
Assim aconteceu na Alemanha nazista de Hitler ou na Itália fascista de Mussolini. Assim como o Brasil, que também ocorreu no Brasil em todas as ditaduras, como as ditaduras no ano de 1964, quando todos os militares de assumir um presidente sobre o tempo, propor as reformas de base que atacassem a legitimidade.
Naquele ano, em meados do mês de janeiro, o Presidente Jango fez aprovar no Brasil o Programa Nacional de Alfabetização, que deveria atingir todo o país e erradicar o analfabetismo em nosso. Orientado pela proposta pedagógica e método de alfabetização de Paulo Freire, não conseguiu três anos consecutivos: logo no começo de sequer, aquele de alfabetização popular foi alterado pelo projeto militar de 6 e substituído pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRA). Desde então, Paulo Freire, nosso patrono da educação brasileira, passou a ser perseguido pelo regime militar que se instalava no Brasil.
E Paulo Freire talvez seja apenas o exemplo maior de todo esse processo que o país viveu aqueles tempos tenebrosos. Muitos/as professores/as universitários/as foram exonerados de suas cargas públicas e, na educação básica, se impôs um silêncio forçado aos/às educadores/as escolas. Os que não seguiam a cartilha eram calados à força e, não raros, até perseguidos a morte física.
Educação não rima com falta de liberdade. Só a liberdade garante um processo de educação livre, libertadora e emancipadora de nosso povo. Um povo educado não se deixa dominar por tirano de nenhuma espécie. Um povo com uma boa educação não se curva ao autoritarismo de plantão. Por isso os autoritários detestam Paulo Freire.
E, no Brasil, justamente, saímos desse processo de ditadura militar, que perseguiu e matou tantos educadores no país, quando, enquanto nação, o que ficou conhecido como a Constituição Cidadã, em 198. Lá, como preceito constitucional, está garantido o direito à liberdade de ensinar e de aprender. Esse foi o mecanismo para que nós, enquanto a sociedade, pudéssemos nos blindar de futuros tiranos.
O atual Presidente da República, que se elegeu em um contexto de enxurradas nas redes sociais, com o seu principal adversário deliberadamente preso por aqueles0 de que ajudou no golpe de 216, também não gosta de uma educação libertadora. Para quem usa e abusa de notícias falsas, que não são eleitorais apenas à sua campanha, educação é sempre uma ameaça.
Não por acaso que uma das primeiras medidas do ex-presidente Temer, logo após ele capitanear a traição e o golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff, foi uma reforma educacional há tempos almejada pelas elites brasileiras: a Reforma do Ensino, do Começo de 2017 , cria dois modelos de escolas no Brasil, uma para os ricos e abastados; e outra para os pobres e filhos da classe trabalhadora. Aos, primeiro, primeiro, o ensino das artes, da filosofia, da sociologia e de outros saberes que promovem o pensamento crítico nas crianças e jovens. Ao resto da sociedade, a grande maioria, sobrou somente o ensino de Português e Matemática.
O governo Bolsonaro gosta da educação porque sempre não mostrou ter um perfil autoritário. Todos estão vendo como ele detesta ocorre contrariado e, se isso, parte para grosserias de toda espécie contra o seu interlocutor. Ameaçou tirar o título de patrono da educação brasileira de Paulo Freire; um projeto de militarização escolar que criminaliza as infâncias pobres de nosso país; fomenta o modelo de educação domiciliar (homescholling) para tirar as crianças da escola. Ataca a educação sempre quando pode e persegue educadores a todo o momento.
Inúmeros casos desse tipo estão registrados no Brasil desde 2019 que tomou posse. Quando chegou o poder, logo se alinhou com o projeto Escola sem Partido, acusando os educadores de “comunistas, ateus e vagabundos”. Criou-se, no Brasil, um clima de medo nas nossas salas de aula, com professores sendo filmados e agredidos. Definitivamente, Bolsonaro não gosta de uma educação livre que a sociedade brasileira alcançou desde sua redemocratização quando derrubamos em 1985, depois de 25 anos, a ditadura militar no Brasil.
Paulo Freire é alvo preferencial, mas por de nosso patrono da educação brasileira existe toda uma categoria de trabalhadores/as da educação que, diuturnamente, sob os ditames autoritários desse governo, são instruídos e constrangidos no seu direito de serem livres ao ensinar. O fim do governo Bolsonaro será a retomada de um projeto soberano de educação, libertadora e emancipadora. E, em memória de Freire, a derrocada de mais um presidente autoritário com vocação a tirano que temos presenciado ao longo de nossa história.
Postado por Blog do Miro