Educação no RS é castigada
Educação no RS é castigada pela crise climática e pela política de Eduardo Leite. É preciso erguer a força da nossa categoria em luta!
Ignorar alertas meteorológicos, como os emitidos no ano passado sobre as enchentes, é parte da política neoliberal de Eduardo Leite que coloca à frente de tudo os interesses capitalistas. Na educação planos de privatizar a administração de escolas (que por hora estão suspensos), avanço do Novo Ensino Médio com Itaú-Unibanco, trabalho terceirizado e com contratos precários nas escolas com descontos indevidos nas folhas de pagamento, demissões e constante ameaça aos empregos se somam agora aos alertas de uma onda de calor extremo com grande risco à integridade de educadores e educandos. As nossas vidas valem mais que os interesses econômicos deste governo, é preciso reerguer a força da nossa categoria na luta, a exemplo da luta na educação no Pará.
Diego Nunes 10/02/2025
Foto: Divulgação/CPERS
Eduardo Leite ignorou os alertas meteorológicos e não preparou o estado e nem a população para receber o volume de chuvas que recebeu em maio do ano passado, depois vestiu um colete da defesa civil e saiu dizendo que o evento foi inesperado. Agora ignora os alertas de calor extremo que estão causando grandes incêndios na Argentina próximo à fronteira e queria manter as aulas. A secretária da educação Raquel Teixeira teve a pachorra de dizer que as escolas gaúchas nunca estiveram tão bem preparadas para começar as aulas, mesmo com esse calor.
Segundo o MetSul, essa será uma semana de extremos que terá 43ºC de temperatura e sensação de até 50ºC além de muitos temporais. Mesmo assim o adiamento das aulas dependeu de uma liminar concedida ao CPERS pelo TJ e não de decisão da SEDUC. Ao contrário, se dependesse do governo Leite as escolas do estado, a ampla maioria sem ar condicionado nas salas e muitas escolas com ventiladores sucateados que sequer funcionam, estariam cheias de alunos expostos a condições insalubres. Desta vez o justiça concedeu a liminar, mas não podemos confiar apenas em medidas judiciais, é preciso confiar na força dos trabalhadores em luta.
É para castigar e disciplinar os trabalhadores da educação que Raquel Teixeira afirmou à Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (10) que irá retirar as "férias" de inverno para compensar esse adiamento do início do ano letivo. Esta ignorância toda do governo Leite não se reduz apenas à questão climática, o governo ignora as condições estruturais de muitas escolas e as condições de trabalho de muitos trabalhadores da educação. As funcionárias das escolas estão com seus salários há 11 anos congelados e sofreram descontos absurdos em suas folhas de pagamento devido as confusões do chamado reenquadramento dos agentes educacionais que Leite realizou no ano passado. É preciso reorganizar a força da nossa categoria para a luta, pois todos esses abusos deste governo são também resultados da conivência da direção do CPERS Sindicato (PT, PCdoB, PSOL, PDT), que não constrói campanhas sérias de mobilização contra os ataques de Eduardo Leite e Raquel Teixeira. Se a direção não constrói é preciso construir pela base e exigir assembleias que deem voz a nossa categoria.
Os professores e povos originários do Pará mostram o caminho. Encerraram hoje uma greve em aliança com os povos originários pois obrigaram o governador Helder Barbalho (MDB) a assinar um compromisso de revogar o projeto de lei 10820 que ataca a educação indígena e altera o plano de carreira dos professores. Foi mantido o estado de greve até o projeto ser completamente revogado. Essa é a única linguagem que os governos neoliberais entendem, ocupação e greve. Aqui no RS é preciso organizar essa batalha em cada escola junto das comunidades escolares, para lutar por melhores condições de vida e emprego e uma educação pública de qualidade com profissionais valorizados. É preciso batalhar por uma aliança operária estudantil que imponha inclusive a redução das jornadas de trabalho sem redução salarial, pelo fim da escala 6x1, pois nossas vidas valem mais que os lucros deles e todas as demandas da nossa classe se conectam e podem se unificar.
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