EJA volta ser prioridade
Educação de Jovens e Adultos (EJA) volta a ser prioridade federal
Nova versão do programa inclui bolsas de estudos, para que estudantes atinjam o ensino médio
Por Marcello Sigwalt
Relegada a segundo plano pela administração anterior, o programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) voltará a ser priorizado pelo governo federal, com base em um modelo desenvolvido pela Secretaria Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (Secadi/MEC).
Uma das inovações sinalizadas pelo Executivo é o pagamento de bolsas de estudos aos interessados, além da interlocução com o Ensino Técnico, de maneira a permitir a continuidade da formação, associada à profissão do aluno. A ideia já recebeu o nome provisório de “Alfabetiza Brasil EJA”.
De acordo com a secretária responsável pela Secadi, Zara Figueiredo, “é um direito dessas pessoas estarem dentro de sala de aula, em um curso que faça sentido para a idade delas e que dê uma formação, com a perspectiva que elas desejam, que pode ser ir para o mercado de trabalho ou para a universidade”.
Do contingente de 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais do país, 5,3 milhões se localizam na região Nordeste, e 5,2 milhões apresentam pelo menos, 60 anos. Outro dado relevante é que mais da metade da população na faixa etária de 25 anos (53,2%) concluiu o ensino médio. Tal parcela cai para 47%, no caso de pessoas pretas ou pardas, mas sobe para 60,7% para aquelas de cor branca.
A conclusão é que o país apresenta, pelo menos, 65 milhões de brasileiros (46,8% de adultos sem o ensino médio concluído) como estrato social com potencial para se beneficiar de políticas de inclusão, como o EJA, que lhes permite completar a educação básica (alfabetização, ensino fundamental e médio).
Iniciativa similar foi adotada, em 2014, pelo governo de Dilma Rousseff, com a implantação do ‘Projovem’ – que garantia uma bolsa de estudos a estudantes da EJA, além da criação de condições especiais nas escolas, como a destinação de espaços específicos para seus filhos. Nessa época, o orçamento para tais programas educacionais chegava a R$ 820 milhões.
Além do Projovem, o governo da petista criou o programa ‘Brasil Alfabetizado’, com recursos orçamentários direcionados a voluntários que, mesmo não sendo professores, eram responsáveis por turmas de alfabetização, sob a supervisão de secretarias municipais.
Posteriormente, ambas as iniciativas foram praticamente desativadas, seja pela crise econômica que se abateu, em seguida, sobre o país, como também por sua substituição por outros formatos educacionais, como escolas cívico-militares e homeschooling, termo em inglês que remete a ensino familiar ou doméstico.
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