Encontro de Aposentadas da CUT/RS

Encontro de Aposentadas da CUT/RS mobiliza educadoras na sede do CPERS, em Porto Alegre
Nesta terça-feira (15), a Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS) realizou o seu Encontro de Aposentadas(os), no Salão de Atos Thereza Noronha, localizado na sede do CPERS, em Porto Alegre. O evento reuniu educadoras(es) e demais categorias para discutir a conjuntura nacional da Previdência e o empobrecimento daquelas(es) que contribuíram por décadas com o desenvolvimento do país.
A presidente do CPERS, Rosane Zan, a secretária-geral do Sindicato, Suzana Lauermann, a coordenadora do Departamento de Aposentadas(os), Sandra Regio, as diretoras Vera Maria Lessês, Juçara Borges, Sandra Santos e Sandra Silveira, além dos diretores Elbe Belardinelli e Leandro Parise estiveram presentes na atividade.
Na mesa de abertura, Rosane saudou o público e falou do Desconto Previdenciário, que tem debilitado o salário de professoras(es), funcionárias(os) de escola e especialistas aposentadas(os). Enquanto as(os) trabalhadoras(es) enfrentam dificuldades para pagar contas e comprar remédios, a votação pela inconstitucionalidade do confisco segue travada no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Estar aqui hoje discutindo esse tema é de suma importância. O Desconto Previdenciário tem nos atacado diretamente no último período, por isso, no dia 6 de agosto, iremos a Brasília levar um documento ao STF cobrando para que haja agilidade no julgamento”, informou a presidente.
O presidente da CUT/RS, Amarildo Cenci, refletiu sobre a conjuntura de pejotização da classe trabalhadora e elogiou a participação das(os) aposentadas(os) nas mobilizações encabeçadas pela entidade. “Fazer essa discussão é uma obrigação de uma central sindical que é das trabalhadoras e dos trabalhadores. Aqui não existem inativos, existem cidadãos sempre conectados e sempre na luta”, ressaltou.
Secretária de Formação da CUT/RS e ex-presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, destacou a maldade que o governador Eduardo Leite (PSD) fez com as(os) servidoras(es) aposentadas(os) no Rio Grande do Sul aderindo ao confisco previdenciário. “Aqui se inverteu toda ordem, o aposentado paga mais do que os que vão se aposentar. Também precisamos entender a importância do Congresso, porque elegemos alguém para dirigir o país e um Congresso para não deixar ele dirigir”, pontuou.
Diante do aprofundamento das relações de trabalho precarizadas, muitas pessoas com mais de 60 anos seguem trabalhando e esbarram, cotidianamente, no etarismo. “Nem todo mundo que é idoso está aposentado, essa também é uma questão importante. Muitos que estão no mercado de trabalho, aos 55 anos, já são discriminados, imagina com 60”, afirma o Secretário das Pessoas Aposentadas, Pensionistas e Idosas da CUT, Ari Nascimento.
Nesta terça (15), outro grave ataque à classe trabalhadora está previsto para ser votado na Câmara dos Deputados: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66, que impõe a estados e municípios as mesmas regras da Reforma da Previdência aplicadas à União.
“A grande luta que nós temos é garantir uma previdência justa. Sobretudo nos regimes próprios temos desafios enormes, como o confisco a partir de um salário mínimo e, agora, a ameaça da PEC 66”, expôs o Secretário de Aposentados e Assuntos Previdenciários da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Sérgio Kumpfer.
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O futuro da Previdência e os desafios das(os) servidoras(es) públicas(os) aposentadas(os)
Durante o Encontro de Aposentadas(os) da CUT, o ex-ministro do Trabalho, das Comunicações, da Previdência Social e das secretarias de Relações Institucionais e de Governo dos mandatos de Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), Ricardo Berzoini, dialogou com as categorias acerca dos desafios atuais e do futuro da Previdência.
Em sua apresentação, Berzoini tratou de justiça tributária, desigualdade de renda e expectativa de vida no Brasil. “Esse não é um debate fiscal, é um debate essencialmente social”, enfatizou. “Se reconhecemos que vivemos cada vez mais, temos que encontrar uma maneira de fugir da discussão de simplesmente adiar direitos, mudar a forma de cálculo, aumentar a contribuição dos trabalhadores e criar mais obstáculos para o acesso a determinados benefícios”, argumentou o antigo deputado.
O evento também recebeu contribuições analíticas de Luciano Fázio, pós-graduado em Previdência Social pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que palestrou sobre a realidade previdenciária das(os) servidoras(es) públicas(os).
O especialista explicou os pormenores dos regimes próprios da Previdência e salientou que a aposentadoria é um direito assegurado pela Constituição. “A concepção de que a Previdência não é social, mas sim conquista trabalhista é perigosa, pois às vezes o mínimo e o máximo se confundem. Quando se fala em direito social, na verdade, o Estado é chamado para garantir a sua proteção”, alertou Luciano.
Atentas(os) às explanações e interessadas(os) em provocar reflexões, as(os) aposentadas(os) envolveram-se ativamente no Encontro realizado pela CUT e saíram da atividade com a certeza de que se manter coletivizadas(os) é o único caminho para enfrentar as(os) inimigas(os) da classe trabalhadora e alcançar a dignidade que lhes é direito. À luta, companheiras(os)!
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