Ensino militar no Brasil
Frente parlamentar apoia ensino militar no Brasil
Foi lançada nesta terça-feira (9), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar de Apoio ao Ensino Militar no Brasil. Composta por mais de 200 deputados e coordenada pelo líder do governo na Casa, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), a frente foi anunciada durante o 1º Simpósio Brasileiro de Escolas Cívico-Militares.
O evento discutiu este tipo de ensino que vem crescendo no Brasil e está previsto no Decreto 9.465/19, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Frente foi lançada durante o 1º Simpósio Brasileiro de Escolas Cívico-Militares
As escolas cívico-militares são escolas públicas administradas por alguma instituição militar (Forças Armadas, Bombeiros ou Polícia Militar), mas com gestão pedagógica da Secretaria de Educação do estado ou do município. A ideia é que instituições localizadas em locais violentos adotem, voluntariamente, padrões de ensino empregados nos colégios militares para os ensinos fundamental e médio.
Em todo o País, existem cerca de 120 escolas cívico-militares, sendo 60 em Goiás. O método tem sido adotado como forma de combater a violência nas cidades brasileiras, garantindo a segurança de alunos e professores e prevenindo o tráfico de drogas nas escolas ou em suas proximidades. Os militares que vão para as escolas são em geral profissionais reformados que são reconvocados.
"Além da segurança, do civismo, do patriotismo, da hierarquia, da disciplina, os militares estão dentro das escolas para dar suporte ao professor", explicou o idealizador do simpósio, Tenente Davi, do Exército.
Apoiador do evento na Câmara, o deputado General Peternelli (PSL-SP) reforçou que a parte pedagógica da escola segue seu ritmo normal. "Há o emprego da polícia nos aspectos administrativos de manter a escola limpa e organizada e também nos aspectos disciplinares. Todo o restante da escola, a parte pedagógica, segue o seu ritmo normal com a diretora, com os professores. É somente nos locais em que haja violência", afirmou.
Disciplina e autoridade
O tenente-coronel da PM de Goiás Francisco Santos foi responsável pela implantação, em 2014, de uma escola cívico-militar em Céu Azul, na região do Entorno do Distrito Federal.
Segundo Santos, um ambiente que era deteriorado foi reformado e reorganizado, mesmo com poucos recursos. Ele também afirmou que os alunos passaram a ter disciplina e os professores recuperaram sua autoridade, sendo recebidos de pé pelos alunos em sala de aula.
“O aluno está ali para aprender e não para questionar, a não ser que o questionamento seja construtivo. Precisamos de críticas construtivas e com soluções. Se você tem um problema, me apresente três soluções. Nosso trabalho foi elevar a autoestima dessas pessoas em uma região em que eles não têm vontade de estudar”, detalhou.
Entre os resultados do método, Francisco Santos citou o fechamento de dez bocas de fumo na região e a melhoria das notas dos estudantes. “Deixei os alunos com uma média de 8,5. O índice de reprovação na escola não chega a 1%”, afirmou.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse gostar do ensino militar por conta da disciplina. “Não é que os militares pensem melhor. Existem boas escolas civis, mas as cívico-militares são boas porque têm disciplina”, acredita.
Cronograma
Apesar de ter sido lançada em um evento que tratou especificamente do ensino cívico-militar, a Frente Parlamentar de Apoio ao Ensino Militar vai apoiar as academias e as escolas militares, tanto voltadas para o público civil como para o militar.
O deputado Major Vitor Hugo informou que os parlamentares vão se reunir para elaborar um cronograma de trabalho, estudar o modelo de diferentes estados e divulgá-los, em parceria com o Ministério da Educação.
Edição – Ana Chalub
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