Estudantes com dívidas no Fies

Estudantes com dívidas no Fies

Governo quer reabrir negociação para estudantes com dívidas no Fies

MEC propõe desconto de até 99% para parcelas em atraso e criação de cotas para financiamento estudantil a minorias

 

Movimentação de estudantes em São Paulo. Imagem ilustrativa

Movimentação de estudantes em São Paulo. Imagem ilustrativa. 
Lucas Lacaz Luiz/Estadão Conteúdo

 

Daniel RittnerBasília Rodrigues  da CNN  Brasília    19/07/2023

O governo avalia reabrir a possibilidade de negociação, com desconto de até 99%, das dívidas de estudantes inadimplentes com o Fundo Financiamento Estudantil (Fies).

O “perdão” deverá valer para quem tem débitos vencidos e não pagos em 30 de junho de 2023, conforme minuta de uma medida provisória em discussão no governo e obtida pela CNN.

Atualmente, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), as parcelas em atraso do programa de financiamento de cursos universitários somam pouco mais de R$ 11 bilhões.

No ano passado, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia aberto uma renegociação, que valia para dívidas vencidas em 30 de dezembro de 2021.

Agora, volta à mesa de mais uma “anistia” parcial, nas mesmas condições da rodada anterior.

De acordo com a minuta da MP, elaborada pelo Ministério da Educação e ainda pendente de aval de outras áreas do governo, estudantes do Fies que estão com dívidas há mais de 90 dias com bancos e instituições financeiras poderão quitar o débito com desconto de 12% — em caso de pagamento à vista. Se a opção for pelo parcelamento, o estudante poderá dividir em 150 parcelas, com perdão total de juros e multas

Se a dívida for mais antiga e tiver mais de 360 dias em aberto, o desconto poderá chegar a 99% do valor consolidado, desde que o estudante esteja cadastrado em programas sociais (CadÚnico) ou tenha recebido o auxílio emergencial em 2021.

Para estudantes que tenham dívidas longas, mas não estejam inscritos no CadÚnico, o desconto será de até 77% do valor consolidado.

O Fies é um programa pelo qual o governo paga as mensalidades de estudantes de graduação em instituições privadas de ensino superior enquanto eles cursam a faculdade. Por se tratar de um financiamento, o estudante precisa quitar a dívida posteriormente.

Cotas

A minuta estabelece ainda que o Ministério da Educação poderá abrir critérios específicos na “formulação da política de oferta de vagas e de seleção de estudantes”.

Essas cotas valerão para estudantes pobres (com renda per-capita de 0,5 salário-mínimo), também para estudantes negros, indígenas, com deficiência e também aqueles que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

A nota que o estudante alcançar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também poderá ser usada para classificação e seleção no Fies.

Outras medidas

Ainda não há definição, no governo, se as mudanças serão encaminhadas ao Congresso Nacional por medida provisória ou projeto de lei.

O texto ainda está sendo discutido pelo MEC com o Ministério da Fazenda e outras pastas. Não chegou, até agora, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Outras medidas infralegais estão sendo estudadas — e algumas já aplicadas — pelo Comitê Gestor do Fies, com o objetivo de corrigir o que o atual governo considera como distorções e defasagens do programa.

Uma delas, anunciada em junho, foi o aumento do teto de financiamento dos cursos de medicina — que passou de R$ 52,8 mil para R$ 60 mil por semestre.

 

FONTE:

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/governo-quer-reabrir-negociacao-para-estudantes-com-dividas-no-fies/?fbclid=IwAR3wFJTyn-HL4Xm-GerMJEMBRnDZieI-RNLI2uu9wrpazm7wcDw14j8PDz4 

 

 

Projeto do novo Fies quer resolver inadimplência e deve ser apresentado ainda este mês, diz ministro à CNN

Lula decidirá se enviar propostas de mudanças no Fies via Medida Provisória (MP) ou Projeto de Lei (PL)

 

Flávio Ismerimda CNN    São Paulo  18/07/2023

O projeto que regulamenta o novo Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) quer combater a inadimplência do programa e deve ser apresentado até o final do mês, segundo afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, à CNN nesta terça-feira (18).

Proposta será enviada à Casa-Civil, comandada pelo ministro Rui Costa, para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decida se enviará as mudanças ao Congresso via Medida Provisória (MP) ou Projeto de Lei (PL).

“Vai ser uma decisão do presidente lula se vai encaminhar como MP ou como PL para o Congresso Nacional para corrigir e garantir que o Fies volte a ser um instrumento de financiamento para aqueles que não têm condições de pagar a universidade”, afirmou o ministro.

 

 

Santana adiantou que medidas como a retomada do financiamento integral do ensino superior, a equalização do endividamento dos alunos e o uso do Fies como mecanismo para melhorar os cursos de pedagogia — e, consequentemente — a formação dos professores estarão presentes no texto.

“86% em média dos cursos de pedagogia são à distância, nós queremos estimular que essa formação seja presencial, ou pelo menos mista. Queremos usar o Fies para financiar de forma diferenciada esses cursos de licenciatura para a formação inicial dos professores”, disse.

Escolas de ensino integral

Segundo o ministro, Lula também deverá assinar a sanção do projeto que regulamenta as escolas de ensino integral até o final do mês. A pasta tenta espaço na agenda do presidente para realizar um grande evento, já que afirma que essa é uma das grandes bandeiras do petista.

“As evidências já mostraram que a escola de tempo integral é a escola que dá mais oportunidade para nossa infância e juventude. É a escola onde a criança passa o dia inteiro na escola, faz três refeições, atividade física, computação, artes, complementação do reforço escolar. Vários países do mundo funcionam assim”, explicou Santana.

Senado aprovou, no dia 11, uma proposta que incentiva a abertura de novas vagas de ensino integral na educação básica. O projeto de lei foi aprovado no início de julho pela Câmara dos Deputados. A medida segue agora para sanção ou veto do presidente da República.

O projeto permite que a União faça transferências financeiras aos estados e municípios que aderirem ao Programa Escola em Tempo Integral. O objetivo é criar 1 milhão de novas matrículas nessa modalidade nos próximos anos. O investimento do Executivo será de pelo menos R$ 2 bilhões em 2023 e 2024.

As matrículas em tempo integral são aquelas em que o estudante permanece na escola ou em atividades escolares por tempo igual, ou superior a sete horas diárias, ou a 35 horas semanais, em dois turnos.

De acordo com a proposta, as escolas em situação de maior vulnerabilidade social terão prioridade no programa.

Com informações de Larissa Arantes

FONTE:

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/projeto-do-novo-fies-quer-resolver-inadimplencia-e-deve-ser-apresentado-ainda-este-mes-diz-ministro-a-cnn/ 




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