Fim Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares
Escolas cívico-militares: como o fim do programa federal pode afetar os estudantes
O governo federal encerrou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, que abrangia 216 escolas no País
Na última quinta-feira, 12, o governo do presidente Lula (PT) anunciou o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), estabelecido durante a gestão Bolsonaro (PL). Até o final de 2022, 216 escolas haviam aderido ao programa federal, segundo o Ministério da Educação (MEC).
Afinal, o que há de diferente nestas escolas e o que mudará para os estudantes que estão matriculados nestas unidades de ensino?
O que é uma escola cívico-militar
Apesar da similaridade na denominação, as escolas cívico-militares não são iguais aos colégios militares, que estão ligados a entidades como o Exército, as Polícias Militares e os Bombeiros.
Nos colégios militares, os alunos passam por uma seleção para ingressar na unidade de ensino e devem seguir uma série de condutas pertinentes à carreira militar. Além disso, como explica a professora Catarina de Almeida Santos, 50, da Universidade de Brasília (Unb), que pesquisa a militarização nas escolas brasileiras, os professores nesses colégios são militares com formação em licenciatura.
"Os militares estão lá trabalhando dentro dessas escolas. Lá também vai ter essas normativas de cabelo, vestimenta, essa coisa toda. É uma escola que tem ou usa infraestrutura diferenciada e que seleciona o público", afirma.
Ela explica ainda que os colégios militares foram criados para servir aos filhos dos militares - atualmente, parte das vagas nessas escolas são destinadas a estes dependentes, que não precisam ser aprovados na prova de seleção.
Já as escolas cívico-militares são escolas comuns da rede pública de ensino que passaram por uma militarização, segundo Catarina. Os professores continuam sendo civis, assim como a equipe pedagógica. Os militares entrariam para auxiliar a gestão, principalmente na parte disciplinar.