Funcionalismo do RS protesta
Funcionalismo do RS protesta por reposição salarial e melhorias no IPE Saúde; veja fotos
Manifestação reuniu centenas de trabalhadores diante de portas fechadas no IPE e no Palácio Piratini

Ato dos servidores públicos do Estado por reajuste salarial e em defesa do IPE. Frente dos Servidores marchou da sede do IPE até o Palácio Piratini cobrando o governador Eduardo Leite. Foto: Bettina Gehm/Sul21
Centenas de servidores do estado do Rio Grande do Sul se reuniram, na manhã desta sexta-feira (16), em um ato por reposição salarial e melhorias no IPE Saúde. O ponto de encontro foi em frente à sede do IPE, na Av. Borges de Medeiros, de onde marcharam até o Palácio Piratini. O ato foi convocado pela Frente dos Servidores Públicos (FSP/RS) e contou com representantes de 25 unidades sindicais.
Os servidores demandam reposição salarial de 12,14%, valor que busca corrigir uma parte das perdas acumuladas desde 2014. A categoria calcula uma perda salarial de mais de 70% em dez anos e afirma que o funcionalismo público do RS vem sofrendo anos de desvalorização, enquanto o governador Eduardo Leite (PSD) “desmonta direitos” dos trabalhadores.

O Cpers, sindicato que representa os professores da rede estadual, destacou que a categoria enfrenta inúmeras dificuldades no acesso a consultas, exames e procedimentos médicos, além da constante redução da rede credenciada no IPE Saúde. Por isso, os servidores cobram melhorias urgentes no atendimento e o credenciamento de médicos no serviço.
Representando a Federação Sindical dos Servidores do RS (Fessergs), a secretária geral Márcia Trindade ressaltou a importância do IPE Saúde para todo o funcionalismo. “Quando fomos chamado para pagamento na modificação que o governo fez no IPE, nós sanamos o IPE. Hoje, a sinistralidade está em 87%. Isso fomos nós que fizemos. E nós não conseguimos um atendimento médico porque, por uma opção política dessa gestão, não fazem credenciamento médico”, afirmou. “O interior do estado está muito mais deficitário do que a Capital. E, mesmo assim, médicos não conseguem se credenciar. Mas você vai até a direção do IPE e eles dizem que estão credenciando. Isso é mentira”.
Portas fechadas
Já em frente ao IPE, os manifestantes encontraram as portas da sede fechadas e com fitas de isolamento, impedindo que os banheiros do prédio pudessem ser utilizados. Os portões que dão acesso ao gramado com o símbolo do IPE também estavam fechados.

Tampouco no Piratini houve qualquer sinal de receptividade do governo às demandas dos servidores. Policiais faziam a segurança da entrada do palácio. Procurada pelo Sul21, a Casa Civil do RS declarou em nota que “manifestações fazem parte da democracia e da liberdade. Nenhum ofício foi protocolado na Casa Civil nesta sexta-feira (16) por conta de ação realizada na praça da Matriz”.

IPE deve reestruturar credenciamento de profissionais
Na manhã de quarta-feira (14), representantes do Cpers reuniram-se com o presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann, na sede do Instituto, em Porto Alegre, para exigir melhorias no atendimento e ampliação da rede de atendimento no interior.
Durante a reunião, foi apresentado para os membros do sindicato um projeto em que a equipe técnica do Instituto está atuando para a reestruturação do credenciamento. O edital para as novas regras será aberto no final de junho. “Notamos que os problemas apontados pelo Cpers são sempre os mesmos: cobranças indevidas, ausência de especialidades e falta de atendimento. Através deste plano, procuramos melhorar todas essas questões”, ressaltou Oppermann.
Enquanto os servidores protestavam por melhorias no IPE, entidades médicas se reuniram, nesta sexta-feira, com o presidente do Instituto. O objetivo do encontro foi retomar o diálogo sobre a crise de remuneração que afeta os profissionais de saúde e os hospitais credenciados ao IPE. A Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) busca também a revisão das tabelas de honorários do IPE e a inclusão de novos códigos de procedimentos.
Opperman reconheceu o esforço das entidades médicas e ressaltou que a prioridade é garantir a satisfação dos profissionais que atendem os segurados. O presidente explicou que o IPE encomendou um estudo atuarial para avaliar quais reajustes e correções podem ser implementados para garantir a sustentabilidade do sistema.
A expectativa é que seja estabelecido um cronograma de encontros, permitindo que as negociações avancem na reestruturação do modelo de atendimento do IPE Saúde e na valorização dos profissionais do setor.
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