Future-se do ensino técnico
MEC lança Future-se do ensino técnico e tecnológico
Chamado de “Novos Caminhos”, o projeto de privatização do ensino técnico e tecnológico, apresentado por Weintraub para ser o Future-se da Rede Federal de Educação Profissional, foi lançado em 08 de novembro pelo MEC. Confira detalhes.
Um tanto quanto ‘escondido’ da mídia, em um período em que Lula saiu da prisão e Evo Morales sofreu golpe de estado na Bolívia, o MEC apresentou em 8 de novembro sua proposta para privatizar a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
Chamado de “Novos Caminhos”, o projeto pretende ser o “Future-se” dos Institutos Federais e dos CEFET. O eixo central da proposta fala em “parcerias da Rede Federal com o Sistema S” e “disseminar a cultura do empreendedorismo e alavancar o desenvolvimento de pesquisas aplicadas que atendam as reais demandas do setor produtivo”.
A proposta foi apresentada pelo ministro Abraham Weintraub e pelo Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Ariosto Antunes (veja aqui).
No eixo “Gestão e Resultados”, o MEC prevê “reconhecer mais de 11 mil diplomas” de pessoas que concluíram a formação técnica na rede privada de ensino desde 2016, mas não tinham chancela “por falta de ordenamento jurídico”.
O eixo “Articulação e Fortalecimento” prevê garantir atualização pedagógica para 40 mil professores, que “terão aulas sobre empreendedorismo, orientação profissional e vocacional”. Também serão ofertadas bolsas para os projetos que se insiram na visão empreendedora, subjugada às demandas do setor produtivo. Tudo isso com ênfase nos itinerários formativos da reforma do ensino médio.
Com o “Novos Caminhos”, o governo quer facilitar as parcerias público-privadas entre a Rede Federal de Educação Profissional, as unidades federativas, o Sistema “S” e as instituições privadas de ensino. A ideia do governo é abrir 1,5 milhão de vagas na educação profissional e tecnológica até 2023.
E tudo isso reduzindo o orçamento de custeio e de investimento dos Institutos Federais e dos CEFET. Sem falar, é claro, nos ataques às carreiras de docentes e técnico-administrativos em educação.
Sindicato é pra lutar, não para assistir!
MEC lança Novos Caminhos para impulsionar a educação profissional e tecnológica
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Ariosto Antunes, detalharam o programa em coletiva à imprensa nesta terça-feira, 8 de outubro
Guilherme Pera, do Portal MEC
Potencializar a educação profissional e tecnológica com incremento de 80% nas matrículas — subindo de 1,9 milhão para 3,4 milhões — até 2023. O programa Novos Caminhos, do Ministério da Educação (MEC), abre novas oportunidades e novos cursos com foco nas demandas do mercado e nas profissões do futuro. É mais renda, mais emprego e mais capacitação.
O programa foi lançado nesta terça-feira, 8 de outubro, pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, e pelo secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC (Setec), Ariosto Antunes. O evento, com coletiva à imprensa, aconteceu no auditório do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília.
Para o ministro da Educação, o programa tem o objetivo de quebrar preconceitos no país contra as funções técnicas. “A Europa tem quase 50% dos jovens fazendo ensino técnico. O país mais rico da América do Sul, o Chile, tem 30% de ensino técnico. E quanto o Brasil tem? 8%”, comparou.
Weintraub também destacou que a educação profissional é mais uma oportunidade para jovens entrarem no mercado de trabalho. “Um curso técnico bom permite ao jovem ter renda superior a alguém formado em curso superior, que não tem foco na realidade", afirmou.
Segundo o secretário da Setec, o principal público-alvo dos Novos Caminhos são jovens que não trabalham nem estudam: isso representa 11,1 milhões das 48,5 milhões de pessoas de 15 a 29 anos do país, ou 23%. “A educação tem que estar voltada para o mercado de trabalho, não pode dar as costas e ignorar as demandas do setor produtivo”, disse.
Para isso estão previstas uma série de ações divididas em três eixos: Gestão e Resultados, Articulação e Fortalecimento, e Inovação e Empreendedorismo. As iniciativas vão desde melhorias na regulação da oferta de cursos técnicos, formação de professores bem como a ampliação da oferta de cursos profissionais e técnicos.
Os três eixos - O eixo Gestão e Resultados prevê o reconhecimento de diplomas de mais de 11 mil pessoas que se concluíram a formação técnica na rede privada de ensino superior desde 2016, mas não tinham a chancela do MEC por falta de ordenamento jurídico.
Também haverá o marco regulatório para a oferta de cursos da rede privada de Ensino Superior com novas regras e segurança jurídica. Outra medida será a atualização do catálogo de cursos da educação profissional e tecnológica para facilitar a inclusão de novos cursos e adequação às novas tendências e demandas do mercado. Isso não acontece desde 2014.
Com ênfase no itinerário formativo do Novo Ensino Médio, o eixo Articulação e Fortalecimento foca na oferta de cursos para a formação de professores e gestores educacionais, além de abrir novas vagas para a qualificação profissional de jovens e adultos.
A meta é preparar 40 mil docentes da rede pública até 2022, com aulas sobre atualização tecnológica (indústria 4.0), técnicas pedagógicas voltadas para a educação profissional, empreendedorismo e orientação profissional e vocacional.
Serão abertas ainda mais 21 mil vagas para formação de professores de ciências e de matemática. Outra iniciativa é articular junto às unidades da Federação a oferta de 2 mil vagas de mestrado profissional em redes estaduais até 2022.
Mais de 100 mil vagas voltadas para a qualificação profissional de jovens e adultos devem ser ofertadas. Isso será possível com a repactuação de R$ 550 milhões do Bolsa Formação com recursos que estão parados nas contas dos estados e do Distrito Federal. Um trabalho conjunto vai viabilizar a reavaliação da oferta e da demanda pelas unidades da Federação, que poderão buscar parcerias com o Sistema S e a Rede Federal, por exemplo.
O eixo Inovação e Empreendedorismo traz a implementação de um escritório, do MEC, para fomentar projetos que estimulem as atividades de pesquisa aplicada, inovação e iniciação tecnológica. Serão lançados editais concorrenciais para grupos de alunos, professores e pesquisadores com investimento de R$ 60 milhões até 2022.
Esse escritório atuará na articulação de parcerias entre público e privado. Além disso, serão criados mais 5 polos de inovação nos institutos federais para disseminar a cultura do empreendedorismo e alavancar o desenvolvimento de pesquisas aplicadas que atendam as reais demandas do setor produtivo aproximando a educação do mercado de trabalho.
Para mais informações acesse a página do Novos Caminhos no Portal MEC.