Governador Leite causa desconforto

Governador Leite causa desconforto

Declaração de Leite sobre volta às aulas causa desconforto na Famurs

Governador criticou prefeitos que são contrários à liberação de escolas, mas autorizam atividades de entretenimento

14/10/2020

Governo do Estado do Rio Grande do Sul / Reprodução
Governador Eduardo Leite confirmou datas e protocolos para retomada das aulas presenciais na rede pública estadualGoverno do Estado do Rio Grande do Sul / Reprodução

O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, ficou surpreso com uma resposta do governador Eduardo Leite durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (14) sobre a volta às aulas presenciais na rede pública estadual. Junto com os secretários da Educação e da Saúde, Leite confirmou o calendário de retomada a partir de 20 de outubro e detalhou os protocolos sanitários.

— Se o prefeito argumenta que não tem segurança para um retorno presencial das aulas, não é razoável que voltem festas, eventos e atividades outras de entretenimento — disse Leite, ao responder pergunta sobre municípios que ainda não liberaram aulas.

Para o Maneco, isso fere a autonomia dos municípios:

— Se a maioria dos prefeitos não tem essa confiança, o governador não pode condicionar liberação de outras atividades à volta das aulas.

Maneco sustenta que as atividades são diferentes entre si e que não podem ser comparadas no momento de sua liberação. Também diz que cada uma requer um tipo de cuidado específico, e que a educação é uma delas.

— Com a autonomia que temos, podemos fazer um decreto mais rigoroso para a educação, por exemplo. O governador está equivocado. Pediremos para ele rever esse ponto — diz Maneco, ao mencionar que tem reunião com Leite na próxima semana.

O presidente da Famurs reforça o entendimento aprovado por duas vezes pela entidade de ser contrária à retomada das aulas presenciais neste momento. Sobre a liberação de escolas privadas pelos municípios, diz que esse tipo de estabelecimento possui melhor estrutura para adotar protocolos sanitários do que as instituições públicas.

— Outra coisa é o transporte. Na escola pública, isso precisa ser pensado. Na privada, não há essa necessidade — acrescenta Maneco.

Para o presidente da Famurs, “não há necessidade de correr esse risco” de retomada das aulas presenciais neste momento.


https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/10/declaracao-de-leite-sobre-volta-as-aulas-causa-desconforto-na-famurs-ckg9y4mlx001z015xe02vf0ys.html 

 

“Não tem nenhuma lógica a volta às aulas agora”, diz vice-presidente do Cpers sobre retomada presencial na rede estadual

Governo do Estado confirmou calendário de retomada e protocolos sanitários nesta quarta-feira (14)

14/10/2020

Félix Zucco / Agencia RBS
Aulas presenciais serão retomadas na rede estadual a partir de 20 de outubro Félix Zucco / Agencia RBS

 

A vice-presidente do Cpers, Solange Carvalho, manifestou indignação com o anúncio de volta às aulas na rede pública estadual e os protocolos sanitários detalhados pelo governador Eduardo Leite nesta quarta-feira (14). Pelo calendário, o Ensino Médio e o Ensino Técnico voltam no dia 20; Ensino Fundamental (Anos Finais), no dia 28; e Ensino Fundamental (Anos iniciais), em 12 de novembro.Segundo a professora, a revolta “é imensa” na categoria, argumentando que o governo está fazendo com que professores e alunos corram risco desnecessário durante a pandemia.

— Não tem nenhuma lógica a volta às aulas (presenciais) agora, faltando dois meses para acabar o ano. Familiares dos alunos e os professores são favoráveis à continuidade das atividades remotas até o fim do ano letivo — sustenta Solange.

Outra preocupação de Solange é quanto aos equipamentos de proteção individual (EPIs), que ainda não teriam chegado a todas as escolas, segundo ela. Conforme a dirigente sindical, ofícios enviados às escolas comunicam que educadores em grupo de risco precisarão “entrar em laudo”. Ou seja, precisarão de atestado médico que comprove que não poderão trabalhar.

— No caso dos concursados, teremos prejuízos financeiros. Mas nossa preocupação é com os contratados. Eles só podem ficar 15 dias (afastados por atestado médico) pelo IPE e depois precisam entrar pelo INSS. Só que vão perder vale-transporte, vale-refeição. Aí vai faltar funcionário. E para contratar outro, precisará demitir esses — destaca Solange, ao dizer que “muitos vão continuar trabalhando, mesmo doentes” para evitar demissões ou prejuízos.

O governo afirma que trabalhadores em grupo de risco continuarão em atividades remotas. 

Sobre a preparação de aulas remotas e presenciais, a vice-presidente do Cpers diz que é impossível concluir essas atividades dentro da carga horária.

— As pessoas já estão trabalhando da manhã até a noite. O professor também está aprendendo a preparar as aulas virtuais. A internet do governo é só pelo celular. Se precisamos preparar um vídeo, tem que ser por internet própria. Tudo isso dificulta — conclui Solange, ao lamentar, segundo ela, que a categoria não tenha sido ouvida em nenhum momento sobre a volta às aulas presenciais.

 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/10/nao-tem-nenhuma-logica-a-volta-as-aulas-agora-diz-vice-presidente-do-cpers-sobre-retomada-presencial-na-rede-estadual-ckg9uhz430001012tr6refjg0.html

 




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