Homenageadas na abertura dos Jogos Olímpicos

Homenageadas na abertura dos Jogos Olímpicos

As mulheres homenageadas na abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024

28 de julho de 2024

 

Dez personalidades femininas foram homenageadas com estátuas douradas durante a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024. O momento emocionante foi ritmado pelo hino francês, cantado por um coro de 34 mulheres e liderado pela cantora Axelle Saint-Cirel. 

Às margens do Rio Sena, o público pode acompanhar as estátuas douradas emergirem das águas destacando mulheres que influenciaram profundamente diversos campos, como exploração, filosofia, literatura e esporte.

Quatro das dez estátuas homenageando as mulheres pioneiras da França, da esquerda para direita: Louise Michel, Jeanne Barret, Alice Milliat e Simone Veil.

O objetivo da apresentação, segundo os organizadores, era dar ainda mais destaque a essas mulheres que mudaram a história mundial, enfrentando uma sociedade culturalmente machista. As estátuas douradas serão deixadas em Paris, como uma herança para a cidade.

Atualmente a capital francesa conta com 260 estátuas homenageando homens e somente 40 quarenta são de mulheres. A partir de agora, esse número sobe para 50.

Da Idade Média à Contemporânea, as mulheres francesas tiveram uma grande influência na conquista de direitos femininos. A luta pela igualdade de gênero, emancipação e direito básicos das mulheres são algumas das pautas que as homenageadas lutaram durante muito tempo.

As dez homenageadas são:

1. Simone de Beauvoir (1908-1986)




Simone de Beauvoir (1908-1986). Filósofa, ativista política e ícone do feminismo internacional, Simone de Beauvoir teve um impacto profundo na sua época com a publicação de O Segundo Sexo em 1949. Esta obra monumental explora as diferentes facetas da condição feminina e defende os direitos das mulheres face à opressão. Simone de Beauvoir examina os papéis e expectativas colocados às mulheres na sociedade e revela como as mulheres têm sido historicamente oprimidas e alienadas da liberdade.

2. Olympe de Gouges (1748-1793)




Olympe de Gouges (1748-1793) Pseudônimo de Marie Gouze, foi pioneira do feminismo na França sendo conhecida pelo seu ardente compromisso com a causa dos direitos das mulheres e com a abolição da escravatura. Olympe de Gouges Escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em 1791, onde destacou a participação feminina na Revolução Francesa e exigiu o acesso das mulheres à plena cidadania.

3. Alice Milliat (1884-1957)




Alice Milliat (1884-1957). Atleta francesa comprometida com o esporte feminino e a participação da mulher nos grandes campeonatos incluindo os Jogos Olímpicos. Fundou em 1912 a Federação Francesa de Esportes Femininos. O sucesso das iniciativas lideradas por Alice Milliat permitiu aumentar a visibilidade do esporte feminino e lutar contra os estereótipos da época. Em 1922, depois de muitas tentativas de incluir atletas mulheres em Olimpíadas, criou o Jogos das Mulheres em Mônaco, reunindo delegações da França, Inglaterra, Itália, Noruega e Suécia.

4. Gisèle Halimi (1927-2020)



Gisèle Halimi (1927-2020). Advogada franco-tunisiana, foi ativista feminista pelos direitos das mulheres. Esteve no centro de inúmeras batalhas jurídicas, nomeadamente lutando pela descriminalização do aborto e pelo reconhecimento do estupro como crime em defesa das vítimas de violência sexual. Lutou pela igualdade e justiça social, combateu a tortura e o colonialismo. Foi eleita membro do parlamento e serviu como embaixadora na UNESCO.

5. Paulette Nardal (1896-1985)




Paulette Nardal (1896-1985). Mulher preta, nascida na Martinica, escritora, jornalista e pioneira do movimento da consciência literária negra. Foi uma das autoras envolvidas na criação do gênero Negritude. Além de sua escrita, Paulette e sua irmã Jeanne foram as primeiras estudantes negras a ingressar na Sorbonne (1920), a mais tradicional universidade francesa. Desempenhou um papel crucial na divulgação de ideias literárias e políticas de negritude , introduzindo a consciência racial no discurso francófono.

6. Jeanne Barret (1740-1807)



Foi a primeira mulher a dar a volta ao mundo, feito que realizou entre 1766 e 1769. Disfarçada de homem e sob o nome de Jean Barret, ela conseguiu integrar a expedição a Bougainville, driblando a proibição de mulheres embarcarem em navios. Apaixonada por botânica, ela se tornou assistente do naturalista Philibert Commerson, desempenhando um papel crucial na coleta e identificação de novas espécies de plantas. Ela não só abriu caminho para as mulheres em áreas reservadas aos homens, mas também enriqueceu o campo da botânica com inúmeras descobertas.

7. Christine de Pizan (1364-1431)



Christine de Pizan (1364-1431). Nascida em Veneza e criada em Paris, é reconhecida como a primeira mulher profissional de letras. Sua obra The City of Ladies marcou uma virada na literatura do período ao defender os direitos das mulheres e ao reconhecer suas contribuições para a sociedade, desafiando a misoginia presente no meio literário, predominantemente masculino. A partir de 1399, iniciou uma verdadeira carreira profissional, produzindo dezenas de manuscritos originais. Seus escritos abriram caminho para outras grandes figuras femininas na história literária.

8. Louise Michel (1830-1905)



Louise Michel (1830-1905). Figura emblemática da Comuna de Paris (1870), participou ativamente em funções políticas e militares dentro da Guarda Nacional estando na linha de frente das barricadas e também em funções de apoio como motorista de ambulância. Ativista anarquista pela igualdade social, após a queda da Comuna, foi deportada para a Nova Caledônia em 1871 e regressou a França em 1880. Durante os anos de exílio, ela leu as obras de Bakunin e Kropotkin, reforçando suas crenças anarquistas. Antes de seu exílio, Louise Michel abriu uma escola diurna em Paris, em 1865, demonstrando o seu compromisso com a educação dos mais necessitados. Como forte defensora dos direitos das mulheres, ela continuou a lutar pela justiça social e pela igualdade.

9. Alice Guy-Blaché (1873-1968)



Alice Guy-Blaché (1873-1968) Pioneira do cinema francês, foi a primeira cineasta e roteirista de filmes ficcionais. Alice dirigiu mais de mil filmes durante os 20 anos de carreira, administrou seu próprio estúdio e serviu de inspiração para outras mulheres iniciarem suas carreiras. Com apenas 22 anos, foi a responsável por encabeçar a primeira produção do mundo com uma narrativa cinematográfica: La Fée aux Choux (A Fada do Repolho), feito por volta de 1896 sendo baseado num antigo conto francês. Ela inovou ao introduzir avanços tecnológicos como colorização e som sincronizado em suas obras.

10. Simone Veil (1927-2017)




Simone Veil (1927-2017). Sobrevivente do Holocausto, ela se tornou uma figura importante na luta por justiça social na França e Europa. Virou referência do feminismo após se tornar Ministra da Saúde em 1974 por lutar pela melhoria de vida das mulheres e instituir a descriminalização do aborto por meio da “Lei Veil”. Enfrentou uma oposição feroz para garantir que as mulheres pudessem decidir livremente sobre os seus corpos, marcando um momento decisivo para a justiça social e os direitos humanos. Em 1979, foi eleita Presidente do Parlamento Europeu, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo.



FONTE:

- Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues

https://ensinarhistoria.com.br/as-mulheres-homenageadas-na-abertura-dos-jogos-olimpicos-paris-2024/?fbclid=IwY2xjawEVCKJ
leHRuA2FlbQIxMQABHV3zZKLVnSkLP_sfFqnVGkcibsfYbOceFvJWxFAL1TNK7O3t1HivQ275kA_aem_tSCdusUIZl2N7uMsk8FQrQ
 

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NÃO É UM DOS CAVALEIROS DO APOCALIPSE!

Ah... Essa direita que só entende mundo por sua visão particular da Bíblia. A figura que galopou sobre o rio é uma representação de SEQUANA, a deusa protetora do rio Sena e das fontes, personagem da mitologia celta gaulesa.



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O banquete das drag queen na abertura das Olimpíadas escandalizou os conservadores. Entenderam como a Santa Ceia! Como se não tivessem existido na história outras comemorações populares e religiosas com banquetes: Saturnalias, Dionisíacas, bodas de Eros e Psiquê, simpósios gregos... até o banquete de Platão.





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