Impacto positivo da EJA

Educação que gera oportunidades: MEC divulga impacto positivo da EJA na renda da população
Na última quarta-feira (10), o MEC divulgou, durante o segundo dia do Seminário Nacional da Educação de Jovens e Adultos: 1º Ano do Pacto pela Erradicação do Analfabetismo e Valorização da Educação de Jovens e Adultos (Pacto EJA), uma pesquisa sobre o retorno econômico da EJA no Brasil. O objetivo foi analisar o primeiro ano de execução do Pacto EJA e apontar quais devem ser os próximos passos para o aprimoramento e fortalecimento dessa modalidade de ensino.
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Segundo dados do levantamento, concluir o Ensino Médio por meio da EJA resulta em um aumento médio de 6% na renda mensal da população entre 18 e 60 anos, quando comparado a pessoas que interromperam os estudos no Ensino Fundamental. O efeito é ainda mais expressivo entre os adultos de 26 a 35 anos, que registraram um acréscimo de até 10% na remuneração. De acordo com a pesquisadora responsável, economista e diretora da consultoria Metas Sociais, Fabiana de Felício, é fundamental que essas informações sejam bem divulgadas, estimulando que jovens e adultos retornem à sala de aula.
Contudo, é importante destacar que o cenário atual no Rio Grande do Sul tem sido marcado por retrocessos sob a gestão de Eduardo Leite (PSD), pois, observa-se o aumento de fechamento de turmas e cortes de investimentos, atitudes que comprometem a permanência e a aprendizagem de estudantes. Essas ações fragilizam o acesso à educação e, em especial, à EJA, que atende majoritariamente alunas(os) em situação de vulnerabilidade social, agravando desigualdades históricas no acesso ao ensino.
Neste ano, um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) trouxe mais um dado preocupante que reforça o cenário de abandono da EJA no Rio Grande do Sul: entre 2023 e 2024, a rede estadual perdeu 7.944 matrículas nessa modalidade, a queda mais acentuada de um ano para o outro desde o fim da pandemia de Covid-19, em 2021. Esse dado escancara o impacto das políticas atuais promovidas pelo governo estadual.
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Essa redução não pode ser atribuída apenas à falta de divulgação. Acreditar que somente “difundir” a EJA basta é uma ideia equivocada. É preciso muito mais: ações concretas de busca ativa, abertura de novas turmas, valorização de todas(os) as(os) profissionais da educação, estrutura adequada, investimentos reais e consistentes. Só assim será possível garantir o acesso, mas também a permanência e o sucesso escolar.
O CPERS reforça, mais uma vez, a urgência por ações concretas! É preciso dar um basta à negligência, especialmente diante da constante redução de turmas, reflexo direto de um projeto cruel de privatização do ensino. Essa realidade tem provocado consequências graves: compromete o direito à educação de jovens e adultos e impacta diretamente a economia dessas(es) estudantes, limitando suas oportunidades de trabalho, renda e crescimento.
Foto destaque: Rovena Rosa/Agência Brasil
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