Inadimplência do adicional de penosidade
Funcionários de escolas estaduais (RS) denunciam inadimplência do adicional de penosidade
Convocada pelo sindicato dos professores, categoria realizou protesto nesta quinta (27) em frente às Coordenadorias de Educação do Estado (RS)

"O pagamento do adicional de penosidade é um direito dos nossos agentes educacionais, que fazem tanto pelas nossas escolas e estudantes”, defende a presidenta do Cpers, Rosane Zan - Foto: Rafa Dotti
O Cpers-Sindicato (entidade que representa professores e funcionários das escolas estaduais) convocou nesta quinta-feira (27) todas as Coordenadorias Regionais de Educação do Estado (CREs) para manifestação pelo não pagamento do adicional de penosidade aos funcionários das escolas estaduais pelo governo Eduardo Leite (PSDB). Em Porto Alegre (RS), a manifestação reuniu os Núcleos 38 e 39 da Capital, em frente à 1ª CRE.

Categoria realiza protesto em frente às Coordenadorias de Educação do Estado (RS) – Foto: Rafa Dotti
A lei que regulamenta o pagamento adicional foi aprovada em julho de 2024 para vigorar em janeiro de 2025. Os trabalhadores seguem sem receber. “É triste vermos como o governo Leite trata uma parte essencial da categoria. Esses funcionários e funcionárias que falaram aqui no ato são a voz viva de quem está no chão da escola. Imagina, se eles e elas cruzassem os braços, a escola não funcionaria. O pagamento do adicional de penosidade é um direito dos nossos agentes educacionais, que fazem tanto pelas nossas escolas e estudantes”, defendeu a presidenta do Cpers, Rosane Zan.

Funcionárias que atuam diretamente nas escolas relataram a dura realidade enfrentada no dia a dia – Foto: Rafa Dotti
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado informou que o pagamento vai acontecer em folha suplementar no dia 5 de março. Para os servidores, esse atraso no pagamento é um desrespeito às condições de trabalho dos servidores, que atuam em contextos desafiadores nas escolas municipais.
A trabalhadora da Escola Técnica Estadual (ETE) Senador Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, Djenifer Batista expressou a indignação com o atraso no pagamento do adicional de penosidade. “É um total desrespeito conosco. Não é porque limpamos o chão ou fazemos a merenda que não merecemos respeito e um salário digno”, denunciou.
Já a funcionária de manutenção e infraestrutura da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) América Rute Hoffmeister destacou a incerteza em relação ao pagamento prometido pelo governo para o dia 5. “É o nosso direito! A gente já recebe tão pouco e trabalha tanto, com tanto amor. Hoje estou aqui representando toda a classe das merendeiras e da manutenção, que fazem a limpeza dos colégios, faça chuva ou faça sol. Passamos calor, não temos nem direito a um ar-condicionado, nem mesmo um ventilador. Só estamos lutando pelo que é nosso, de nosso direito”, salientou.

A Secretaria de Educação do Estado informou que o pagamento vai acontecer em folha suplementar no dia 5 de março – Foto: Rafa Dotti
“Em janeiro, quando não foi pago, o governo alegou um erro na folha. Um absurdo, uma desculpa esfarrapada, nós consideramos isso um calote. Em fevereiro acontece a mesma coisa. A resposta da secretaria é resultado da pressão que estamos fazendo desde ontem (26) nas redes sociais do sindicato, dos núcleos e do nosso protesto”, destaca a representante do Núcleo 38º Nicia Oliveira.

A lei que regulamenta o pagamento adicional foi aprovada em julho de 2024 para vigorar em janeiro de 2025 – Foto: Rafa Dotti
De acordo com o sindicato, as medidas que o governo Leite tem adotado estão prejudicando diretamente as condições de trabalho, que enfrentam desafios diários para oferecer educação de qualidade. E que a não concessão do adicional compromete ainda mais a motivação e o bem-estar dos trabalhadores, que já lidam com a sobrecarga de tarefas e a escassez de recursos nas unidades escolares.

Cartazes criados pelas funcionárias e funcionários manifestaram suas inconformidades – Foto: Rafa Dotti
Os atos também cobraram o atraso do pagamento de gratificações de Direções das Escolas, a exclusão de funcionários e professores aposentados do reajuste salarial e a falta de estrutura das unidades de ensino para suportar o calor extremo.

Em Porto Alegre (RS), a manifestação reuniu os Núcleos 38 e 39 da Capital, em frente à 1ª CRE – Foto: Rafa Dotti
Manifestações também ocorreram no interior do estado
Além do ato na capital, diversas outras regiões realizaram atividades para demarcar o dia de luta e denúncia da educação gaúcha e contaram com a presença de diretores dos núcleos e também de representantes da direção estadual.

Cachoeira do Sul – Foto: Cpers

Carazinho – Foto: Cpers

Guaíba – Foto: Cpers

Ijuí – Foto: Cpers

Montenegro – Foto: Cpers

Pelotas – Foto: Cpers

Santa Cruz – Foto: Cpers

Santa Maria – Foto: Cpers

Santa Rosa e Três de Maio – Foto: Cpers

São Borja – Foto: Cpers

Soledade – Foto: Cpers

Três Passos – Foto: Cpers

Vacaria – Foto: Cpers
Com informações do Cpers/Sindicato
Editado por: Katia Marko
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