Políticas educacionais nos países ricos

Políticas educacionais nos países ricos

 

Os países mais ricos possuem uma gama bastante variada de políticas educacionais instituídas nos últimos sete anos, mas poucas iniciativas têm seu impacto avaliado após o início das atividades. Essa conclusão foi elaborada por pesquisadores da Organização pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e divulgada na pesquisa "Perspectivas da Política de Educação 2015" (do inglês Education Policy Outlook), publicada nesta segunda-feira (19).

O estudo analisou 450 reformas ou políticas educacionais implementadas nos 34 países mais ricos pertencentes à OCDE (o que não inclui Brasil) entre os anos de 2008 e 2014. O objetivo é entender quais são os focos de cada nação quando o assunto é melhorar o ensino - área que recebe, em média, 12% das verbas públicas desses países - e também servir de inspiração para novas ações. Leia a seguir os levantamentos da pesquisa.

Preparo para o mercado de trabalho: É a principal preocupação desse grupo de nações. Cerca de 29% das políticas públicas analisadas têm relação com a melhor qualificação dos jovens para atuação profissional. Três países destacados pelo relatório nessa área são Portugal, Dinamarca e Suécia. Muitos países também introduziram políticas para garantir aos estudantes a possibilidade de conseguirem emprego ou então uma vaga em cursos de formação continuada.

Requalificação das escolas: Com o intuito de tornar as escolas ambientes mais positivos e incentivar a atração e retenção de bons docentes, esse tópico também é destacado pela pesquisa da OCDE, com 24% das ações voltados para esse campo. A Austrália, por exemplo, criou o Instituto Australiano para Ensino e Liderança nas Escolas, algo que também aconteceu na Holanda. Já Estados Unidos e França focaram-se na formação inicial dos professores, enquanto que a Finlândia adotou medidas visando a criação de um sistema de desenvolvimento profissional para o pessoal não docente. Alguns países nórdicos e o Japão introduziram reformas nos seus currículos de ensino.

Qualidade e equidade de ensino: 16% das políticas analisadas tiveram como foco garantir um ensino bom e igualitário. Muitos países deram prioridade a políticas que visam apoiar os estudantes desfavorecidos ou escolas com uma população estudantil diversa. Estas políticas incluem, por exemplo, o apoio da Nova Zelândia às suas populações Māori e Pasifika, o regime Pupil Premium em Inglaterra (o qual se trata de um esquema de financiamento adicional às escolas públicas para melhorar o aproveitamento de alunos desfavorecidos) e, no Chile, a Lei de Subsídio Escolar Preferencial, destinada a apoiar os alunos oriundos de camadas vulneráveis da população. Por outro lado, Austrália e Polônia se focaram em ampliar o acesso e a qualidade do ensino infantil.

Avaliação e classificação: Quase 12% das políticas em discussão incidiram nesta faceta do ensino. O Chile e o México, por exemplo, fortaleceram as suas instituições de avaliação. Já a Itália, através do seu projeto VALES, introduziu políticas destinadas a criar ferramentas e processos de apoio às avaliações internas e externas das escolas.

Financiamento: Foco de 11% das ações pesquisadas, tais medidas estão divididas entre as focadas nas redes (como nos Estados Unidos, com o "Corrida para o Topo", e na Alemanha, com o "Investindo no Futuro"); as focadas nas instituições (como no México, com as "Escolas Dignificadas", e na Bélgica, com reformas menores dedicadas); e as dedicadas aos estudantes, como ocorre na Nova Zelândia. 

Governança: Dadas as crescentes complexidades dos sistemas educacionais, países como Dinamarca (com o projeto Folkeskole) e Canadá (com estratégias e prioridades nacionais que todos obedecem) desenvolveram visões abrangentes para seus sistemas de ensino. A Estônia, por sua vez, aprimorou cargos e responsabilidades por meio da criação de novas instituições ou da reorganização de arranjos governamentais locais. 

Falta de avaliação

Apesar das boas iniciativas destacadas pelo relatório, os pesquisadores da OCDE também ressaltaram que apenas 10% das 450 políticas analisadas tiveram seus impactos analisados após um determinado tempo. O estudo destaca que uma melhor avaliação das políticas públicas tende a torná-las mais efetivas, como também é essencial para a criação de opções de política de ensino que serão mais úteis, exequíveis e bem‑sucedidas.

Para conferir o documento na íntegra, acesse o site da OCDE. A pesquisa está disponível em inglês e francês. Também estão disponíveis pequenos resumos da pesquisa em outros 23 idiomas.

http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/noticias-pr/1001-paises-ricos-diversificam-politicas-educacionais-mas-pouco-avaliam-seus-impactos-na-sociedade




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