Inteligência artificial substitui professor?

Inteligência artificial substitui professor?

A inteligência artificial ainda não está pronta para substituir os professores

Glauco Arbix comenta pesquisas a respeito do uso da IA na educação e diz que os resultados não são muito auspiciosos

  Publicado: 10/06/2025 

Nesta sua participação para a Rádio e o Jornal da USP, o professor Glauco Arbix comenta a respeito do aumento do uso da inteligência artificial na educação, conforme uma nova pesquisa que acaba de sair sobre esse tema. Foram entrevistados milhares de estudantes de 16 países, de várias áreas do conhecimento, e o que se apurou é que mais de 85% dos estudantes entrevistados, tanto da graduação quanto da pós, no mestrado e doutorado, revelaram que se utilizam, de alguma maneira, do ChatGPT e seus congêneres, e os usam das mais diferentes maneiras, seja para buscar informação, seja como ferramenta para correção de gramática ou para fazer resumo de documentos. Os estudantes pediram ajuda para usar essas plataformas, pois percebem que podem melhorar seu desempenho ao usá-las. “Eles não sabem fazer muito bem, às vezes eles não sabem distinguir o nível de precisão das respostas. Eles pedem que as universidades os ajudem, mas pedem também que as universidades ajudem os professores, porque percebem que os professores não estão preparados para dialogar com eles, para conversar e para ajudá-los a melhorar a sua aprendizagem.”

Uma segunda pesquisa, esta da Universidade de Michigan, em parceria com a Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, elaborou uma série de testes, na busca para saber como o ChatGPT responde quando é utilizado por professores para corrigir trabalhos, ensaios ou redações dos alunos, e os resultados foram muito ruins. “Na verdade, quando comparado com o avaliador humano, a inteligência artificial só avaliou com precisão cerca de 33% dos trabalhos. Mesmo quando se colocavam os critérios dentro das máquinas, critérios humanos para eles avaliarem trabalhos de estudantes humanos, os erros chegaram a 50%.” Arbix observa que muitos modelos considerados avançados, como o ChatGPT e o DeepSeek, estão se tornando piores à medida em que avançam no tempo. “Parece que os últimos modelos, que deveriam ser os mais avançados, estão com uma margem de erro maior do que os modelos anteriores, porque não há linearidade na tecnologia. Então o que os estudos mostram, na verdade, é que a inteligência artificial não está pronta para substituir professores. É difícil saber se um dia ela estará pronta. O tempo e a ciência vão dizer, mas é fundamental que as universidades, desde já, adotem referências para orientar alunos e professores quanto ao uso de IA, explicitando que é preciso ter transparência, proteger os dados e treinar as pessoas. Assim que se faz uma ciência e uma educação de qualidade.”


Observatório da Inovação
A coluna Observatório da Inovação, com o professor Glauco Arbix, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

 

FONTE:

https://jornal.usp.br/radio-usp/a-inteligencia-artificial-ainda-nao-esta-pronta-para-substituir-os-professores/?fbclid=IwY2xjawK27alleHRuA2FlbQIxMQBicmlkETFqZEpKZ2FWTlFmWThuRGlpAR4cQQyZKSXteiZ5JKXe9XKjr-sT-vkWgNfuU1FzlCmm1sJQonCieP2uZo9TMQ_aem_wVdaHmavr5sDYCVEHOKQCA 




ONLINE
14