MEC regulamenta escolas cívico-militares
MEC regulamenta a instalação de 54 escolas cívico-militares em 2020
O plano, uma das principais bandeiras do governo Bolsonaro para a educação, prevê a atuação de militares na gestão de colégios públicos já existentes
Em portaria publicada na edição desta quinta-feira 21 do Diário Oficial da União (DOU), o ministro da Educação Abraham Weintraub regulamenta a instalação de 54 escolas cívico-militares no Brasil em 2020, em caráter de “modalidade piloto”. O governo tem o plano de instalar o projeto em 216 escolas (54 por ano) até 2023. As unidades escolhidas ainda não foram divulgadas, apenas o processo para selecioná-las.
O plano, uma das principais bandeiras do governo Bolsonaro para a educação, prevê a atuação de militares na gestão de colégios públicos já existentes. No mês de setembro, todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal estiveram aptos para indicar duas escolas à primeira etapa do plano governamental denominado Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).
Para selecionar as escolas participantes, o Ministério da Educação (MEC) informa que levará em conta critérios como a existência de alunos em situação de vulnerabilidade social e desempenho abaixo da média estadual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb.
Os colégios devem ter de 500 até mil alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental ou alunos de ensino médio. A ideia é que os militares atuem em tutorias e na área administrativa. De acordo com o governo, os militares não devem substituir professores em salas de aula.
Devem ser contratados militares da reserva, por meio de processo seletivo. A duração mínima dos serviços é de DOIS anos, prorrogável por até dez. O contrato com os militares da reserva pode ser cancelado a qualquer momento. Os profissionais vão ganhar 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar. Estados podem destinar policiais e bombeiros para ajudar na administração da escola.
O Ministério da Educação repassará verba ao governo, que investirá na infraestrutura das unidades escolares, material escolar e reformas. Segundo o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, devem ser usados, na primeira fase, 540 militares da reserva para atuar em 30 escolas.
Também nesta terça-feira, deputados do Rio Grande do Sul aprovaram um projeto que prevê monitores cívico-militares em escolas das redes públicas estadual e municipal.
Escola-quartel de Bolsonaro vai pôr mais dinheiro no bolso de militar do que na escola das crianças
O Ministério da Educação anunciou nesta quinta-feira (21) a localização das 54 escolas públicas selecionadas para o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares em 2020
De acordo com a pasta, cerca de 1.000 militares, tanto da reserva como da ativa, vão participar do projeto-piloto, atuando na gestão educacional das instituições. Das 54 escolas, 38 são escolas estaduais e 16 municipais, localizadas em 23 estados e no Distrito Federal.
O mais inusitado do projeto é que os recursos vão ser maiores para pagar o salário dos militares, que já recebem o soldo, do que com investimento nos alunos. Segundo o Ministério da Educação, cada escola terá um custo extra de R$ 1 milhão, o que totaliza R$ 54 milhões em recursos
Mas a maior parte desses recursos (R$28 milhões) terá como destino o Ministério da Defesa, a quem caberá arcar com os pagamentos dos militares da reserva das Forças Armadas. A parte menor, R$ 26 milhões, serão aplicados nas infraestruturas das unidades, materiais escolares e reformas. Os professores não aparecem como prioridade de investimento. Pelo contrário, provavelmente não receberão um centavo.
Se investisse os R$ 54 milhões somente nas escolas, ou seja em Educação, o programa poderia modernizar e beneficiar mais de 108 escolas em todo o país. (Carta Campinas com informações do MEC/Agência Brasil)