Mega operação

Mega operação

 

 

"Por que a GloboNews editou o vídeo da senhora Debora Velloso, mãe do investigador da Polícia Civil Rodrigo Velloso Cabral, morto na chacina dos complexos do Alemão e da Penha? Por que cortou da edição justamente a fala em que ela critica Claudio Castro e a operação desastrosa?

D. Débora disse com todas as letras: "Os bandidos encurralaram ele, assim como o delegado. Aquele infeliz do Cláudio Castro sabia que os policiais não tinham condição de encarar o CV. Meu filho só tinha 40 dias de corporação."

Por que cortaram?"

Graca Lago

"Na noite da última terça-feira, 28, horas após o massacre de mais de 130 pessoas nos complexos de favelas da Penha e do Alemão pelas polícias de Claudio Castro, uma das corporações perpetrantes da matança, a Polícia Civil do Rio de Janeiro, publicou uma nota oficial prometendo vingança pelos quatro agentes mortos durante a “megaoperação” — dois da Civil, dois do Bope.

“Os ataques covardes de criminosos contra nossos agentes não ficarão impunes. A resposta está vindo, e à altura”, diz a nota, anunciando para quem tem olhos e ouvidos a próxima chacina policial no Rio.

Um dos agentes mortos durante a “megaoperação” contra o Comando Vermelho, Rodrigo Velloso Cabral, da Civil, tinha 34 anos de idade e pouco mais de um mês como policial. Um amigo de Rodrigo deixou o seguinte comentário na nota oficial postada pela corporação no Twitter/X:

“A esposa e a filha do meu amigo Rodrigo não queriam um herói. Apenas que ele voltasse pra casa hoje. Fazem 2 meses que ele terminou a formação na ACADEPOL. É lamentável perder a vida numa guerra sem sentido. Ainda vão usar seu nome e dos seus companheiros para fazer politicagem."

A professora Jacqueline Muniz, do Departamento de Segurança Pública/Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos da Universidade Federal Fluminense (UFF), ressaltou o seguinte em postagem no Facebook sobre a megachacina na Penha e no Alemão:

"A operação foi conduzida, em sua maioria, com agentes generalistas que não trabalham em unidades especializadas e nem têm qualificação em operações policiais de alto risco. Em boa medida, são policiais convencionais que tocam a rotina burocrática, investigativa e ostensiva, e não apresentam padrão elevado de tiro defensivo por modalidade de tiro policial e por tipo de armamento. Eles, por razões profissionais, atuam em guarnições pequenas ou em tropas e não como corpos táticos, não dispondo de disciplina tática e nem especialização para cenários de alto risco. Este improviso feito pela convocação de policiais sem expertise e preparo técnico para operações policiais especiais amplificou as chances de letalidade e vitimização, entre policiais e civis, multiplicando a insegurança profissional e institucional, a oportunidade de balas achadas/perdidas e de agentes expostos indevidamente. Isto releva a manipulação de policiais como mercadorias políticas e o barateamento de suas vidas tal qual a vida dos moradores das periferias de onde saíram a maioria dos policiais fluminenses."

Na entrevista coletiva sobre a “Megaoperação Contenção” dada nesta quarta-feira, 29, pela cúpula da Segurança Pública do Rio, o secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi, aquele que acusou de “vilipêndio de cadáver” os moradores da Penha e do Alemão que foram buscar na mata dezenas de mortos na megachacina; na coletiva, dizíamos, Curi ironizou a frase infeliz sobre quem trafica e quem usa drogas dita pelo presidente Lula dias atrás.

“Hoje em dia, todo mundo é vítima. O ladrão é vítima da sociedade. O traficante outro dia virou vítima do usuário”, disse o delegado Curi.

Após a “Megaoperação Contenção”, surgiu a notícia de que o PL de Claudio Castro — e dos Bolsonaro — vai encomendar uma pesquisa com o nome de Felipe Curi como opção de candidato ao governo do Rio nas eleições do ano que vem. Caso a necropesquisa do PL constate que o delegado Curi ainda não é um candidato alvissareiro, o que poderia ajudar?"

Hugo Souza

FONTE

https://www.facebook.com/photo?fbid=24618650321145931&set=a.210103645760605&locale=pt_BR 

--------------------

 

O MASSACRE DE CLÁUDIO CASTR0

 

O cantor gospel abusou. Sem gaguejar mandou sua polícia invadir os Complexos do Alemão e da Penha para barbarizar. São 121 mortos. 100 armas. O que diz que nem todos executados estavam armados. Pelo menos 20 não tinham passagem na polícia. O que especula que a matança foi muito além dos que constavam no mandado de prisão, desculpa para esculachar a casa dos moradores. A arapuca da Penha foi armada na mata e um degolado como troféu da barbárie.

Cláudio Castro espera um troco nas urnas, porque seus eleitores querem sangue contra o crime organizado que dita as leis nos territórios ocupados. Chamou os governadores da direita para se armarem contra Lula, antecipando as eleições e o contraponto: a direita mata bandidos, a esquerda protege bandidos em nome dos direitos humanos. Há também uma armação para transformar as organizações criminosas em narcoterroristas, visando atrair Trump para intervir na soberania do país. É claro que o massacre provocado pelo (des)governo do Rio de Janeiro visa tirar a direita das cordas. E, se para isso é preciso sangue, Castro mostrou a sangria feia em profundidade.

Que Cláudio Castro providenciou essa chacina para sujar as urnas de sangue não resta a menor dúvida. E a intenção de mostrar que não perdoa bandidos, enquanto a esquerda os protege com os “direitos humanos”, pode alterar a correlação de forças entre esquerda e direita — até então dominada pela esquerda, com a direita nas cordas do ringue político. Algo pode mudar? Pesquisas logo após o massacre de Castro dizem que sim.

Se, na sociedade em geral, o Brasil aprova a chacina com mais de 50%, no Rio de Janeiro esse número chega a mais de 60%. Mas o que a esquerda ainda não entendeu é que os favelados apoiam o massacre em mais de 80%! É aqui que a voz das ruas diverge da opinião dos acadêmicos. E deve haver uma razão para essa percepção.

Vamos ainda queimar neurônios e pesquisas para chegar perto da realidade. Aqui, arrisco enxergar — sem precisar das lentes das pesquisas — que a comunidade de moradores não quer ser tutelada pela organização criminosa (CV, ADA, PCC ou que tais). Essas organizações fazem as leis, extorquem os moradores, dominam o comércio ilegal que mata o legal. E a disputa entre elas e com as milícias traz insegurança, com conflitos ao arrepio da lei. Também a polícia é rejeitada — quando se porta exatamente como quem deveria combater — ao deixar de ser polícia. Mas é certo que a comunidade anseia por uma polícia que seja, de fato, o braço de ferro do Estado como organizador da lei (o que quase nunca é).

Às vezes, não percebem — como em massacres dessa natureza — que a força legal defende a ilegalidade de um governador que apenas quer ser senador, afogando as urnas numa poça de sangue de culpados e inocentes, com a permissão explícita de matar ao arrepio da lei. Nunca é demais lembrar que está naturalizada a execução de culpados, numa pena de morte absurdamente ilegal e tacitamente aceita pela sociedade.

Essa parece ser a percepção dos 80% que estão longe de onde aconteceu, admitindo o sacrifício de inocentes para alcançar uma paz que não chega. Até porque a intenção do gestor não é a paz, mas o efeito colateral equivocado. Os 20% estariam mais perto do ocorrido, sofrem por suas famílias ou vizinhos — ou ainda entenderam a armadilha proposta pelo governador.

Portanto, as esquerdas têm muito trabalho pela frente na discussão sobre Segurança Pública — tema em que, quase sempre, apanham da direita. Lula fez um decreto oportuno agora, em que separa o faccionado (pertencente a uma facção) do cidadão morador que não é faccionado. Para quem pertence às facções, as penalidades são mais severas, tentando separar o joio do trigo. Espero que tenha êxito.

Pena que essa discussão venha misturada (ou tenha sido provocada) pela chacina das 121 vítimas de Cláudio Castro. Para este massacre, é preciso que a lei enquadre o marginal governador em crimes eleitorais. Não houve outra intenção no massacre cometido: sujar a urna eleitoral com sangue.

____________

(121 mortos (ao todo foam 125, tem mais 4 policiais, não contabilizados pelo raciocínio do parágrafo)

(arrisco enxergar - aqui me valho de 4 anos no Complexo de Manguinhos, trabalhando como psiquiatra da Clínica da Família)

Texto: Edmar Oliveira 

FONTE:

https://www.facebook.com/photo?fbid=24629287326748897&set=a.210103645760605&locale=pt_BR 




ONLINE
20