Merenda escolar e aprendizagem
A merenda escolar apoia a aprendizagem
Há uma solução simples, mas eficaz, tanto para melhorar a segurança alimentar quanto para obter melhores resultados de aprendizagem: refeições escolares gratuitas
16/09/2025

Coalizão Global para Alimentação Escolar - (crédito: SEDUC/AM)
Ville Tavio — ministro de Comércio Exterior e Desenvolvimento da Finlândia desde junho de 2023
A Finlândia foi o primeiro país do mundo, em 1943, a promulgar uma lei que garantia às crianças em idade escolar uma refeição gratuita durante os dias de aula. Inicialmente, a comida era servida apenas para crianças desfavorecidas, mas, desde 1948, as refeições escolares gratuitas passaram a estar disponíveis para todos os alunos. Havia uma forte determinação em desenvolver o país rumo a uma sociedade de bem-estar igualitária. Compreendia-se que uma das melhores maneiras de melhorar a economia era educar toda a população. A educação era vista como um investimento, e crianças famintas não são capazes de aprender bem.
Mais de 70 anos depois, a Finlândia se desenvolveu em um moderno Estado de bem-estar, reconhecido por ter um dos melhores sistemas educacionais do mundo. As refeições escolares gratuitas continuam sendo uma parte essencial do sistema educacional finlandês para garantir acesso e participação igualitários às crianças.
O desenvolvimento da Finlândia tem sido impulsionado por uma democracia estável, pela igualdade de gênero e pela participação de mulheres e meninas na sociedade, por uma educação de alta qualidade e inclusiva, e pelo desenvolvimento econômico e tecnológico. As refeições escolares fazem parte da educação inclusiva na Finlândia. No que diz respeito à cooperação educacional, a Finlândia foca especialmente na educação de meninas, na formação de professores, na educação profissionalizante e na educação de pessoas com deficiência. As refeições escolares e o aprendizado digital são uma parte importante do trabalho da Finlândia no setor educacional.
Em muitas partes do mundo, a situação é bem mais sombria. A frequência escolar, em si, aumentou consideravelmente, o que é uma boa notícia. No entanto, enfrentamos uma crise persistente de aprendizagem, em que a maioria das crianças em países de baixa e média-baixa renda está na escola, mas, muitas vezes, não consegue nem sequer ler ou escrever uma frase simples. Ao mesmo tempo, as colheitas são incertas devido às condições climáticas extremas.
Há uma solução simples, mas eficaz, tanto para melhorar a segurança alimentar quanto para obter melhores resultados de aprendizagem: refeições escolares gratuitas.
Dessa forma, a Finlândia foi um dos países fundadores da Coalizão Global de Refeições Escolares, criada em 2021. Atualmente, ela conta com mais de 100 países-membros e outras 108 organizações parceiras, sendo copresidida por Finlândia, Brasil e França. Nossos países estão trabalhando juntos para desenvolver ainda mais a Coalizão. O objetivo é apoiar e incentivar os países a aprimorarem seus sistemas alimentares e educacionais e promoverem o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A meta final da Coalizão é que toda criança no mundo receba uma refeição escolar diariamente até 2030.
Prestamos apoio financeiro a programas de refeições escolares em todo o mundo. Em 2024, a Finlândia destinou 5 milhões de euros aos programas de refeições escolares do Programa Mundial de Alimentos (WFP) globalmente. Esse valor também inclui apoio à Secretaria da Coalizão de Refeições Escolares, coordenada pelo WFP. Além disso, oferecemos expertise técnica para países que desejam desenvolver os próprios programas de refeições escolares.
Os programas de refeições escolares podem fortalecer a segurança alimentar de forma geral, mas também podem contribuir para a economia local. Quando implementados corretamente, os programas alimentares podem ajudar a diversificar os sistemas alimentares. O uso de produtos produzidos localmente nas refeições escolares beneficia o consumo de produtos agrícolas locais e pode promover a diversificação da produção. Isso, por sua vez, impacta positivamente a resiliência a crises e a economia das comunidades locais.
Olhando para o futuro, nossa missão permanece clara. Estamos trabalhando para que, até 2030, toda criança em qualquer lugar tenha acesso a uma refeição escolar saudável e nutritiva. Esse objetivo é muito ambicioso, mas alcançável. Como resultado, teremos uma juventude próspera, capaz e motivada a construir um mundo melhor, mais igualitário e mais próspero.
- A Finlândia lançou um site sobre o modelo finlandês e os atores relevantes: www.educationfinland.fi/schoolmeals.
FONTE:
Alimentação escolar foi determinante para saída do Brasil do Mapa da Fome, diz Janja
Janja fez uma participação virtual na 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, que acontece em Fortaleza nesta quinta (18/9) e sexta-feira (19/9)

Fortaleza (CE)* — A primeira-dama Janja da Silva ressaltou, nesta quinta-feira (18/9), que a alimentação escolar foi determinante para a saída do Brasil do Mapa da Fome. Janja, que é embaixadora da alimentação escolar do Brasil, fez uma participação virtual na 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, que acontece em Fortaleza, e lembrou que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) é referência mundial.
"O Brasil se orgulha do Pnae, pois ele promove alimentação, saúde, cidadania e esperança", afirmou Janja. A primeira-dama também pontuou que a alimentação escolar ajuda a combater a evasão e cria condições para o desenvolvimento pleno de crianças e adolescentes.
Sobre a 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar
Nesta quinta (18/9) e sexta-feira (19/9), Fortaleza recebe a 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar. O evento reúne ministros, autoridades governamentais e parceiros de mais de 100 países para debater avanços, trocar experiências e firmar compromissos em torno da oferta de refeições saudáveis e nutritivas para estudantes em todo o mundo.
O evento é realizado pelo Governo do Brasil, por meio do Ministério da Educação, em parceria com o Secretariado da Coalizão para a Alimentação Escolar, sediado pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Brasil é referência mundial com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Essa política garante refeições diárias a quase 40 milhões de estudantes em 150 mil escolas, somando 50 milhões de refeições por dia, um investimento anual de R$ 5,5 bilhões.
O governo federal destaca que o Pnae contribuiu para a saída do Brasil do Mapa da Fome, aliado a outras políticas públicas de combate à insegurança alimentar e promoção da cidadania. Além disso, o Brasil se destaca pela experiência em cooperação técnica internacional. O país já apoiou mais de 80 países, ao longo das últimas décadas, no fortalecimento de programas de alimentação escolar. O Brasil é copresidente da Coalizão, ao lado da França e da Finlândia.
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