Mortalidade diária em Gaza

Mortalidade diária em Gaza

Mortalidade diária em Gaza já é maior do que em qualquer outro conflito do século 21

Militares israelenses estão matando 250 palestinos por dia e muitos outros estão ameaçados pela fome, doenças e frio.

11/01/2024

 

Foto: Alef Multimedia/ Oxfam

 

Militares de Israel estão matando 250 palestinos por dia em Gaza, maior número já observado em qualquer outro conflito no século 21, à medida que o confronto se aproxima do seu 100º dia (próxima segunda-feira, 15/1). No total, mais de 20 mil pessoas já morreram desde que as hostilidades foram iniciadas em 7 de outubro de 2023, quando o grupo Hamas invadiu Israel e provocou a morte de 1.200 pessoas, além de sequestrar dezenas de outras.

“A escala das atrocidades que Israel está cometendo em Gaza são chocantes”, afirma Sally Abi Khalil, diretora da Oxfam para o Oriente Médio. “Nesses 100 dias, o povo de Gaza suportou um inferno. Nenhum lugar é seguro e toda a população corre risco de fome.”

Sally afirma ser “inimaginável” que a comunidade internacional apenas assista ao conflito e bloqueie continuamente os apelos para um cessar-fogo.

Segundo cálculos da Oxfam com base em dados disponíveis, a média diária de mortes em Gaza é maior do que qualquer outro conflito armado recente, incluindo a Síria (96,5 mortes por dia), o Sudão (51,6), Iraque (50,8), Ucrânia (43,9) Afeganistão (23,8) e Iémen (15,8).

A Oxfam alerta que as pessoas em Gaza estão tendo que viver em condições cada vez mais precárias, em espaços cada vez menores, devido aos constantes bombardeios por parte de Israel. Mais de um milhão de pessoas – mais de metade da população de Gaza – foram forçadas a procurar abrigo em Rafah, na fronteira egípcia. Segundo informações da equipe da Oxfam local, há uma superlotação no local, com pouca água e alimentação, e não há mais medicamentos essenciais.

A crise é agravada pelo fato de haver uma restrição à entrada de ajuda humanitária – a fronteira está fechada e apenas 10% da ajuda necessária tem entrado em Gaza.

Além das vítimas diretas da ação militar de Israel, há uma grande ameaça à vida de milhares de pessoas devido à fome e doenças. Há também a questão do clima, que está mais frio e úmido, deixando a situação dos refugiados ainda mais crítica, pela falta de cobertures e combustível para aparelhos de aquecimento.

Segundo um engenheiro que foi deslocado para a região de Al-Mawasi com sua família, a situação é catastrófica. “Estamos dormindo deitados sobre sacos de farinha para nos proteger da chuva. Minha esposa e minhas filhas usam um coberto à noite. Não há cobertores suficientes para todos. Não temos nada.”

No campo de Jabaliya, houve inundação de esgoto não tratado quando tubulações e uma estação de bombeamento foram danificados pelos ataques aéreos israleneses. A falta de água potável e de saneamento adequado representa um enorme risco para a saúde. Os casos de diarreia, por exemplo, são hoje 40 vezes superiores aos verificados no ano passado – e esses números devem piorar ainda mais nos próximos dias.

“A única maneira de interromper o massacre e evitar que mais vidas sejam perdidas é com um cessar-fogo imediato, a liberação dos reféns de ambos os lados e a entrada da ajuda humanitária necessária”, afirma Sally, diretora da Oxfam para o Oriente Médio.

 

FONTE:

https://www.oxfam.org.br/noticias/mortalidade-diaria-em-gaza-ja-e-maior-do-que-em-qualquer-outro-conflito-do-seculo-21/ 

 

 

Bebês morrem de causas evitáveis na Faixa de Gaza sitiada

Nascimentos prematuros aumentam em até 30% no último mês e as condições para as mulheres grávidas é desumana, afirmam as equipe médicas em atuação no norte de Gaza.

23/11/2023

Refugiados palestinos do norte de Gaza estão se abrigando em escolas para fugir da violência dos ataques aéreos de Israel.

O colapso dos hospitais e do sistema de saúde de Gaza, além das catastróficas condições de vida na região, está resultando na morte de bebês por causas evitáveis, alerta a Oxfam.

Os recém-nascidos de até três meses estão morrendo diarreia, hipotermia, desidratação e infeção, já que suas mães não têm o apoio médico necessário e estão vivendo em terríveis condições, sem água, saneamento, aquecimento ou comida.

A Oxfam afirma que a pausa humanitária de quatro dias, se ocorrer, é muito curta e frágil para fazer qualquer diferença devido ao tamanho das necessiades e destruição local. Sem equipamento essencial e apoio médico, bebês prematuros e abaixo do peso tem quase nenhuma chance de sobreviver.

A Juzoor, organização parceira da Oxfam em Gaza, é uma das poucas operano no norte de Gaza, apoiando cerca de 500 mulhes grávidas entre as 35 mil pessoas que vivem em 13 abrigos que não têm acesso à água potável e saneamento – são mais de 600 pessoas dividino um banheiro apenas. Eles informam que em cada um desses abrigos no último mês, pelo menos um recém-nascido morreu de causas totalmente evitáveis.

De acordo com a rede de médicos da Juzoor, os nascimentos prematuros aumentou entre 25% e 30%, com as mulheres grávidas enfrentando uma série de desafios, como ter que andar longas distâncias em busca de segurança, correndo das bomas e sendo obrigadas a viver em abrigos lotados em condições precárias. Também informam que os casos de descolamento de placenta, uma condição severa que ocorre em mulheres grávidas durante o parto e que representa um risco de vida tanto para a mãe como para o bebê, mais do que dobrou.

Umaiyeh Khammash, diretor da Juzoor, afirma que no último mês, pelo menos um bebê morreu em cada um dos abrigos. “O acesso a hospitais é extremamente perigoso e virtualmente impossível, então muitas mulheres estão tendo que fazer o parto com praticamente nenhum apoio nos abrigos.”

A comida está cada vez mais escassa e deve acabar a qualquer momento, afirma Khammash. “A falta e combustível afetou os hospitais no norte de Gaza e nos abrigos onde operamos. Não há luz elétrica, nem aquecimento. O inverno está chegando e está frio. É realmente um desastre para todas e todos, mas especialmente para as mulheres grávidas.”

A maioria dos hospitais no norte e Gaza não estão em operação devido aos ataques militares de Israel e os que continuam em atividade no sul estão superlotados e sem suprimentos essenciais. Mesmo antes da escalada da violência e do aumento do cerco, a Faixa de Gaza tinha uma das mais altas taxas de mortalidade neonatal do mundo, representando 68% de todas as mortes infantis.

Para Sally Abi Khalil, diretor regional da Oxfam no Oriente Médio, “Além do terror e carnificina em Gaza, agora estamos no estágio de ver bebês morrendo por causa de diarreia e hipotermia. É estarrecedor que recém nascidos cheguem a este mundo e tenham tão poucas chances de sobreviver.”

“Nossos parceiros nos contam que em alguns casos, mães estão tendo seus filhos em salas de aula abarrotadas de gente, sem apoio médico, dignidae ou mesmo higiene básica. Não acredito que alguém, de qualquer parte do mundo, discordaria que isso é simplesmente desumano.”

A Oxfam trabalha com a Juzoor para dar apoio a pessoas que estão em 13 abrigos no norte de Gaza, oferecendo kits de higiene e comida. A Juzoor mobilizou uma equipe de 60 profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiras, parteiras e psicólogos para providenciar o cuidado necessário.

A Oxfam apela para um cessar-fogo urgente e acesso humanitário desimpedido para restaurar serviços vitais e providenciar o apoio médico necessário, especialmente para mulheres grávidas e bebês recém-nascidos.

FONTE:

https://www.oxfam.org.br/noticias/bebes-morrem-de-causas-evitaveis-na-faixa-de-gaza-sitiada/ 




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