O conflito na Ucrânia
Fatores para entender o conflito na Ucrânia
Durante as últimas semanas, o medo da possibilidade de uma invasão russa na Ucrânia, cuja consequência seria uma resposta militar dos Estados Unidos e da OTAN, tem circulado pelo mundo. Ainda assim, o caráter dessa manobra é defensivo por parte da Rússia diante de décadas de avanço do Ocidente sobre o espaço de influência em um marco de enfrentamento entre as potências
27 de janeiro - Santiago Montag
Foto: New York Times
1. O que está acontecendo na Ucrânia? No Leste Europeu, está se desenrolando uma crise geopolítica que levou os principais líderes mundiais a colocarem sob a mesa um conflito congelado desde 2014, que até recentemente representava nada mais do que alguns pequenos conflitos isolados. A mais recente escalada da violência na primavera de 2021 aumentou os combates como resultado do contundente fracasso das negociações de paz entre Rússia, Ucrânia e Europa.
Live feita após o início do conflito e que ajuda a compreendê-lo:
A propaganda imperialista dedicou-se a mostrar que, desde então, a Rússia concentrou novamente suas tropas (mais de 100.000 soldados e veículos militares) ao lado das fronteiras ucranianas soando os alarmes no Ocidente (Estados Unidos e União Europeia) de que Moscou esteja planejando uma nova agressão militar contra o país. Os Estados Unidos responderam ameaçando enviar 8.500 soldados para o Leste Europeu e ordenaram que parentes de funcionários da embaixada dos EUA em Kiev, capital da Ucrânia, deixassem o país dando a impressão de que um ataque iminente se aproxima.
É necessário ter clareza que o movimento das tropas russas é uma forma de equilibrar as forças diante do envio ao longo de vários anos de tropas da OTAN em torno dos países da Europa Oriental. Lá, a OTAN realizou exercícios militares com dezenas de milhares de soldados ano após ano junto a Ucrânia, incluindo Sea Breeze e Rapid Trident. Esta política mais agressiva do imperialismo dos EUA foi expressa na Cúpula pela Democracia convocada por Joe Biden para impor limites à Rússia e à China em busca de uma justificativa para liderar o mundo.
Desde a queda da União Soviética, os Estados Unidos, liderando a OTAN, seguiram uma estratégia de cercar e reduzir a influência russa para evitar sua ascensão como potência, uma meta compartilhada por grande parte do establishment estadunidense durante a década de 1990. Essas principais diretrizes são expressas no pensamento do ex-acessor de Barack Obama e neorealista, Zbigniew Brzezinski em seu famoso livro O tabuleiro mundial (NdT), onde ele expõe a importância de dominar a Ucrânia para evitar que a Rússia se torne uma grande potência.
Este objetivo andava de mãos dadas com transformar o país em semi-colonial, ou seja, degradar e subjugar a oligarquia russa que emergiu após a queda da URSS. Isso pode ser interrompido em parte por Putin a partir de 1999 em parte por haver herdado o arsenal nuclear soviético e por causa do ciclo de aumento dos preços dos hidrocarbonetos nos anos 2000, o que permitiu-lhe alcançar maior autonomia relativa, mas não alcançar o status de grande potência.
Entre 1999 e 2004, o avanço da OTAN significou a adesão de países do espaço pós-soviético tanto à Aliança Atlântica quanto à União Europeia, entre eles estavam Polônia, Hungria, República Tcheca, os países bálticos como Letônia, Estônia e Lituânia, depois Romênia, Bulgária, Eslováquia e Eslovênia. Essas incorporações permitiram posicionar tropas e estruturas militares sobre o espaço de influência russo. Em 2008, ano da curta guerra na Geórgia, os Estados Unidos e a OTAN mantiveram bases militares em torno de grande parte do gigante asiático se incluíssemos países da Ásia Central, como Uzbequistão, Turquemenistão e Tajiquistão, que forneceram permissão para entrar no Afeganistão a partir daí. Avanços que implicavam não apenas a influência política e militar do “atlântico”, mas também o aprofundamento da desapropriação e do disciplinamento do movimento operário de todos esses países ao estabelecer as relações sociais capitalistas da produção dentro da ordem mundial neoliberal. E que, por outro lado, permitiram que os Estados Unidos apertassem o laço sobre a União Europeia que, após a unificação da Alemanha, convertia-se uma potência que aspirava alcançar maior autonomia, uma questão expressa não apenas na criação do euro como moeda mundial, mas no projeto do exército europeu - que foi truncado desde que a guerra no Kosovo serviu para implementação permanente de bases da OTAN na Europa.
Fonte: elordenmundial.com4
A isso se soma o fato que os Estados Unidos estão tentando levar uma parte do mercado de energia para a Europa (a principal entrada de fluxos da Rússia) desde que Donald Trump anunciou em 2017 reforçar, com o apoio da Polônia e contra a opinião da Alemanha, uma conexão entre o norte-sul da Europa transportando gás do terminal de GNL de Świnoujście (Polônia) para o resto da Europa Central, a fim de competir com gasodutos russos a partir do Leste.
Os próximos na lista da OTAN foram a Ucrânia e a Geórgia, duas linhas que a Rússia não permitiu ao Ocidente cruzar porque seus interesses vitais estavam ameaçados. Este é um projeto capitalista que tem como eixo colocar a Rússia como potência mundial. Durante a breve guerra na Geórgia em 2008, Putin decidiu apoiar separatistas na Abcásia e na Ossétia do Sul. No entanto, a OTAN nunca abandonou o objetivo de incorporar esse país à aliança, mas eles encontraram um limite. Pouco tempo depois, Albânia e Croácia se juntaram... A Ucrânia seria novamente alvo.
2. Como começou o conflito na Ucrânia?
Começou entre o final de 2013 e o início de 2014, após a queda do presidente ucraniano Viktor Yanukovych por seguir um caminho que favoreceu a influência da Rússia sobre o país e por se afastar de um acordo de livre comércio com a Europa. Isso levou a manifestações em massa na praça central de Kiev, Maidan, conhecida como Euromaidan por causa de sua afinidade com a União Europeia. Yanukovych foi substituído por um novo governo pró-ocidente e anti-russo em Kiev com núcleo composto por nacionalistas e ultranacionalistas.
Diante da ameaça de perder um país aliado, Putin enviou tropas sem idenficação para assumir os governos das áreas pró-Russas da Ucrânia, ou seja, Crimeia, Luhansk e Donetsk. A Crimeia foi imediatamente anexada através de um referendo que a grande maioria dos países não reconheceu, e os separatistas formaram a autoproclamada República Popular de Donetsk e a República Popular de Luhansk que lutaram por autonomia frente ao governo central ucraniano e impuseram regimes ditatoriais.
Desde então, o novo governo ucraniano, composto por um amplo setor nacionalista de extrema-direita (incluindo grupos neonazistas como a UPA e Pravy Sektor) tem lutado contra separatistas pró-russos na região de Donbas, apoiada pela Rússia. O conflito consolidou uma ruptura na sociedade ucraniana que há muito vem se aprofundando desde a queda da União Soviética e a independência da Ucrânia em 1991 entre um setor que busca adotar um caminho ligado ao Ocidente e outro com afinidades com a Rússia por seus laços etnolinguísticos, econômicos e políticos.
O conflito assumiu dimensões internacionais desde a queda de um avião com passageiros da Malaysian Airlines em 2014 que estava sobrevoando a região sob domínio separatista (investigações determinaram que se tratava de um míssil russo). Desde fevereiro de 2015, França, Alemanha, Rússia e Ucrânia tentam negociar um cessar da violência através dos Acordos de Minsk. O acordo incluiria um cessar-fogo, a retirada de armamento pesado e o controle total pelo governo ucraniano em toda a zona de conflito. No entanto, os esforços para chegar a um acordo diplomático e uma resolução satisfatória não foram bem sucedidos.
Nos últimos anos, a OTAN implantou batalhões reforçados em todo o Leste Europeu para deter possíveis futuras agressões russas em outros lugares da Europa. Por sua vez, a Rússia realizou ataques cibernéticos em solo ucraniano que afetaram a eletricidade de centenas de milhares de pessoas e empresas importantes. Por sua vez, a Ucrânia tem exigido repetidamente a sua adesão à OTAN e à UE, mas foi sistematicamente rejeitada para evitar a fúria da Rússia.
Ao longo dos 8 anos de guerra, ambos os lados apoiaram seus associados. Os Estados Unidos investiram 600 milhões de dólares anualmente em apoio ao governo ucraniano, além de contribuições em armas e aconselhamento militar, enquanto a OTAN tem realizado sistematicamente exercícios nas fronteiras, no Báltico e no Mar Negro. E nesses dias, Biden considerou enviar milhares de tropas aos países bálticos e à Europa Oriental, incluindo até navios de guerra. Da mesma forma que a Rússia tem feito grandes contribuições para os separatistas, tanto econômicos, comprando carvão e outros recursos minerais, bem como apoio militar, além de junto a seus aliados, como a China, terem realizado exercícios militares nos mares.
3. Qual é a disputa atual? Tanto os Estados Unidos quanto a Rússia aumentaram a força em sua retórica para forçar o outro a atender às suas próprias exigências. A Rússia quer que os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se retirem do solo ucraniano por razões de segurança nacional. Mas também para colocar um limite no avanço sistemático da Aliança Atlântica para o leste, algo que preocupa a Rússia desde a Guerra Fria. Embora a OTAN tenha confirmado que não pretende ajudar Kiev diante de um ataque e a resposta da União Europeia se limitaria a sanções, uma intervenção não pode ser totalmente descartada, por enquanto seguem dando apoio militar e financeiro ao governo ucraniano.
Por isso, em meados de dezembro de 2021, o Ministério das Relações Exteriores russo emitiu uma série de exigências que incluíam a proibição da entrada da Ucrânia na OTAN e a retirada de tropas ou armas implantadas em países que aderiram à aliança após 1997, o que incluiria grande parte da Europa Oriental, incluindo a Polônia, os ex-países soviéticos da Estônia, Lituânia, Letônia e os Balcãs.
Em suma, Putin quer garantias de que a Ucrânia nunca poderá se juntar à OTAN; que os países da OTAN ao longo da longa fronteira entre a Rússia e a OTAN nunca poderão abrigar forças militares significativas da OTAN; e o fim das sanções impostas a Rússia pela invasão de 2014, os colapsos nervosos de Skripal no Reino Unido e a tentativa de assassinato de seu oponente político Alexainder Navalny.
Os Estados Unidos e os aliados da OTAN rejeitaram essas exigências e advertiram a Rússia de retaliação se a Ucrânia for invadida, incluindo sanções econômicas, enquanto outro pacote de assistência militar à Ucrânia foi implementado, incluindo armas de pequeno porte (mísseis Stinger) e outras armas defensivas.
Essas ameaças entre os dois lados abriram a questão da guerra entre a Rússia e os Estados Unidos e a OTAN.
4. Haverá uma guerra em grande escala? Tal cenário é improvável. Na verdade, os Estados Unidos até deixariam passar uma incursão de menor escala pela Rússia. Embora existam setores políticos nos Estados Unidos que acreditam que a Rússia pode realizar um grande ataque, outros veem que essas chances estão distantes, já que Putin pode causar grandes danos com métodos de guerra assimétricos, como ataques cibernéticos.
Ceder a Putin pode custar caro para Biden com cerca de um ano na presidência e depois de passar por várias crises políticas no governo. Embora ele mantenha uma certa lucidez, desde que recentemente afirmou que a Ucrânia está longe de se juntar à OTAN para colocar panos frios no assunto. Além disso, nenhum dos lados está em uma posição (nem interessado em) sustentar uma guerra cujas características poderiam ser monumentais. No entanto, erros de cálculo podem ser caros, quem brinca com fogo pode se queimar.
Para Biden e seus aliados no Ocidente, seria entrar em uma nova guerra eterna em meio ao seu declínio relativo que tem se refletido após o desastre no Afeganistão; Além disso, os Estados Unidos estão tentando concentrar seus esforços na Ásia-Pacífico para conter a China. Para Putin, que lidera um gigante com pés de barro, isso aprofundaria a crise interna de uma economia dependente de hidrocarbonetos. Por outro lado, Putin está passando por uma situação de baixo apoio popular de seu governo. Em 2014, a guerra na Ucrânia catapultou o presidente para 90% de apoio, o que pode ser pensado que um de seus objetivos é recuperar o apoio fazendo retroceder o Ocidente, mostrando-se como uma figura forte. Mas também vale a pena perguntar:
5. Qual a importância estratégica da Ucrânia? A Ucrânia tornou-se um centro de gravidade para a rivalidade entre grande potências que moldará a política internacional nos próximos anos. O Serviço de Pesquisa do Congresso (CRS) deixou claro em um relatório recente que o conflito na Ucrânia gerou uma mudança na percepção da situação de "segurança global", onde é registrada a passagem de uma etapa do unipolarismo do imperialismo dos EUA para uma definida pela concorrência entre as grandes potências.
A Ucrânia foi historicamente importante para a Rússia. Há profundos laços culturais, econômicos e políticos com a Ucrânia e, em muitos aspectos, o país é central para a identidade e cosmovisão russa. Abrigava durante a época da União Soviética grande parte da produção agrícola, indústrias de defesa e grande parte do exército, incluindo a Frota do Mar Negro e parte do arsenal nuclear cuja base principal é o porto de Sevastopol na Crimeia. A frangmentação da URSS foi um duro golpe para a Rússia que perdeu grande parte do aparato produtivo desta região, especialmente os recursos da bacia de Donets (região separatista). Também através do solo cruza grande parte dos gasodutos que alimentam energia para a Europa, o que nos leva a falar sobre a nova linha que aguarda aprovação que atravessa o Mar Báltico, o Córrego Nord 2.
Sua construção foi concluída em meados de 2021, ligando diretamente a Alemanha à Rússia contornando a Ucrânia pois sua aprovação ainda é aguardada. Esta é uma demanda implícita no conflito ucraniano. Esse controle energético daria à Rússia maior influência geopolítica na região, principalmente na Europa central. Este é um ponto-chave que os Estados Unidos querem evitar, ou seja, qualquer tipo de aproximação entre essas potências. É por isso que um conflito permanente sem resoluções concretas favorece essa estratégia. Enquanto entre outros objetivos dos EUA podemos encontrar a privatização de empresas estatais como a gigante de energia Naftogaz (que contribui com 15% para o PIB ucraniano), ou seja, continuar a desapropriação iniciada em 1991 no espaço pós-soviético.
Por outro lado, a Rússia busca, como parte de sua estratégia, projetar-se em uma escala cada vez mais ampla. Para isso, a Ucrânia é uma peça-chave do tabuleiro por sua saída para o Mediterrâneo, Oriente Médio e Norte da África, onde a Rússia é um país com peso. Nisso, compete com os Estados Unidos pelo controle de hidrocarbonetos desde a implementação do fracking nos anos 2000, a partir de então o imperialismo dos EUA tem lutado por uma parte do negócio de venda de energia para a Europa.
Qual é a opinião da União Europeia? Dentro da União Europeia, as opiniões diferem. Em geral, o eixo franco-alemão tenta uma estratégia diferente da dos Estados Unidos. A Alemanha, que depende fortemente dos hidrocarbonetos russos, encontrou apoio tácito para apaziguar Moscou no presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu que a União Europeia deveria liderar suas próprias negociações com a Rússia para manter a paz. Isso mina ainda mais a ideia da suposta "frente unida" da OTAN que Antony Blinken, secretário de Estado de Joe Biden, tentou mostrar e pode indicar que a França está disposta a se comprometer no que diz respeito à agressão russa no Leste Europeu. Por sua vez, a Alemanha vetou a entrega de armas para a Ucrânia como algumas repúblicas bálticas pretendiam e só se limitaria a fornecer ajuda médica em caso de conflito.
Um dos principais problemas são as ameaças dos EUA de duras sanções à Rússia que destruiriam a economia russa. Estes incluem excluir a Rússia do sistema global de pagamento SWIFT ou cortar o gasoduto Nord Stream 2, entre outros. Como comenta Rafael Poch da Feliu, Putin responde dizendo que isso significaria a "ruptura completa das relações" com os Estados Unidos. Na Alemanha, o presidente eleito da CDU, Friedrich Merz, diz que excluir a Rússia da SWIFT será "uma bomba nuclear para o mercado de capitais e também para as relações comerciais e de serviços". Por exemplo, não será possível pagar pelo gás e, portanto, não haverá fornecimento. Isso traria aumentos acentuados no preço dp gás. Além disso, os bancos ocidentais têm US$ 56 bilhões em empresas russas. As empresas europeias têm 310 bilhões de euros depositados em empresas russas, estima a Economist. Esses milhões se tornariam automaticamente objeto da resposta da Rússia às sanções.
Por outro lado, isso poderia acelerar, por um lado, os processos já em andamento, na Rússia e na China, de utilizar outros métodos de pagamentos financeiros que não os dos Estados Unidos. Os russos com seu sistema testado pelo SPFS, e os chineses com o CIPS, (superior ao russo, mas ainda longe de SWIFT). Isso seria um golpe para a Europa, uma vez que a China é seu principal parceiro comercial e fortemente dependente do gás russo.
Isso explica porque é um objetivo fundamental para a União Europeia alcançar maior autonomia estratégica dos Estados Unidos a longo prazo.
6.O que buscam os ucranianos? A situação atual das ameaças russas empurrou mais uma vez a população ucraniana para os braços da União Europeia. Desde 2014, após o movimento Euromaidan, o oeste do país tem apoiado o presidente Petro Poroshenko, um empresário bilionário e firme defensor da integração da Ucrânia na UE e na OTAN. Em 2019, Poroshenko foi derrotado por Volodymyr Zelensky, ator e comediante cuja campanha foi baseada em um programa anticorrupção, melhorias econômicas, paz no Donbass e retomada da Crimeia. A vitória de um outsider político foi lida como uma expressão da profunda insatisfação dos ucranianos com o regime político e sua batalha vacilante contra a corrupção endêmica e a economia nas mãos de uma oligarquia. Seu governo estava longe de tirar o país da recessão econômica em que se está e Zelensky tem recebido pressão de setores de ultradireita para retomar à força as regiões separatistas, algo que pode servir como uma maneira de tornar a crise externa, enquanto internamente busca atacar os direitos trabalhistas.
Por outro lado, é interessante que a opinião de muitos ucranianos para ingressar na OTAN e na UE seja dividida de acordo com algumas pesquisas (que não incluem os habitantes da Crimeia e as regiões disputadas no leste). Mais da metade dos entrevistados apoia a adesão à UE e apenas 40-50% são a favor da adesão à OTAN.
Na auto-proclamada República Popular de Donetsk e na República Popular de Luhansk, há um bloqueio econômico que sufoca a população com alta inflação. A região é apoiada pela ajuda russa. Em uma resposta ineficiente levou os governos a atacar os salários dos trabalhadores e fechar minas de carvão. No entanto, eles têm resistido com greves exigindo o pagamento de salários em várias ocasiões e por trabalhar em condições extremas.
Está claro que a crise atual deixou feridas que continuam a se abrir. Pelo menos 14.000 pessoas perderam suas vidas e mais de 2 milhões foram desalojados. Os ucranianos foram pegos em um drama que não pode ser canalizado por partidos nacionalistas, pela intervenção imperialista dos Estados Unidos ou da União Europeia, nem pela Rússia com seus aliados locais. Nenhuma maneira de sair da crise atual pode ser da mão desses personagens que lutam por interesses alheios ao povo pobre e aos trabalhadores ucranianos que receberam o pior do impacto econômico da guerra.
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