O novo Ensino Médio é ruim?

O novo Ensino Médio é ruim?

Cartilha desbanca mitos do Novo Ensino Médio em São Paulo

Rede Escola Pública e Universidade produz material para auxiliar nos debates das comunidades escolares

 

 

“Protagonismo juvenil” e “liberdade de escolha”. Essas são algumas expressões falaciosas usadas pelo Governo do Estado de São Paulo para defender a implementação do Novo Ensino Médio, que começou a valer neste ano para a 1ª série da etapa e será ampliado nos próximos anos.

Para explicar, de fato, como a flexibilização do currículo da etapa deve impactar negativamente a vida escolar de milhares de estudantes, a Rede Escola Pública e Universidade (REPU) produziu uma cartilha sobre reforma do Ensino Médio.

LEIA A CARTILHA DA REPU SOBRE A REFORMA DO ENSINO MÉDIO

 

 

O material, que busca auxiliar nos debates das comunidades escolares, desbanca argumentos dos que apoiam o Novo Ensino Médio. Um deles é o de que haverá uma liberdade de escolha maior para os estudantes com a instituição dos itinerários formativos - com combinação de disciplinas das áreas de Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Matemática, além de formações técnico-profissionais - em que os adolescentes poderão escolher suas áreas de acordo com suas aptidões.

Os estudantes poderão ter que mudar de escola ou até de município para cursar o seu itinerário formativo. Isso porque mais da metade dos municípios paulistas tem apenas uma escola estadual (335 municípios, segundo o Censo Escolar 2020) e, portanto, são incapazes de oferecer os 11 itinerários previstos. Na prática, milhares de jovens perderão seu poder de escolha e podem entrar em áreas que não optaram fazer. Ou, ainda, deixarão para trás disciplinas que poderiam estar entre os seus interesses.

“Diante de um futuro incerto, o novo ensino médio paulista limita possibilidades, em vez de ampliá-las. Alimenta a ilusão de que uma formação generalista é algo velho e ruim, e coloca no lugar uma nova ilusão: a de que uma formação aligeirada e simplória é algo bom e moderno”, diz a REPU no material.

 

 

“Ao escolher um itinerário de ‘aprofundamento curricular’, todos os outros itinerários são deixados para trás. Se a opção de incluir os penduricalhos do Novotec [programa da rede estadual de cursos técnicos e profissionalizantes], a formação do ensino médio paulista ficará ainda mais reduzida”, aponta o material.

Os cursos técnicos de baixa complexidade, como AutoCAD, Excel e design de jogos, que farão parte do itinerário técnico-profissional, serão ofertados por pequenas escolas privadas - deixando de lado a obrigação de oferecer a quantidade necessária de recursos às escolas públicas. A esse processo, a REPU caracteriza como privatização da oferta educacional direta.

Membros da REPU publicaram recentemente o artigo “Ensino Médio Nem-Nem”, no site da CartaCapital, em que detalham como o caráter utilitário da reforma ocasionará um agravamento das desigualdades educacionais no Estado de São Paulo. Assinam o texto Débora Cristina Goulart, professora da Unifesp e dirigente da Campanha, Fernando Cássio, professor da UFABC e também dirigente da Campanha, e José Alves da Silva, professor da Unifesp.

Nacionalmente, o Ministério da Educação já anunciou cronograma para implementação do novo modelo no ano que vem.

https://campanha.org.br/noticias/2021/07/21/cartilha-desbanca-mitos-do-novo-ensino-medio-em-sao-paulo/ 

 

 

POR QUE O NOVO ENSINO MÉDIO É RUIM?

O Novo Ensino Médio é conteudista e reducionista quanto ao direito à educação. Feita via Medida Provisória, sem amplo debate na sociedade, a Reforma do Ensino Médio esvazia o currículo,  restringe as disciplinas obrigatórias e inclui disciplinas optativas que negam a formação plena dos estudantes.

Saiba mais neste carrossel produzido pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, com base na 'Cartilha sobre a Reforma do Ensino Médio', da REPU (Rede Escola Pública e Universidade).

Cartilha sobre a Reforma do Ensino Médio

O "Novo Ensino Médio Paulista" está sendo implantado durante a Pandemia, num período que dificulta a participação das comunidades escolares e dos estudantes, que terão que "escolher" os itinerários formativos sem ter informação suficiente e desconhecendo as fortes consequências que isso acarretará em sua vida escolar, podendo inclusive ser transferido de escola. Esse material pretende auxiliar nos debates das comunidades escolares a respeito dessa política. 

Confira aqui a Cartilha 

 

Cartilha sobre o PEI - Programa Ensino Integral

Criado em 2012, o Programa Ensino Integral (PEI) foi anunciado como um novo modelo de escola e de carreira docente. Em 2017, haviam 308 escolas PEI, sendo 50 na cidade de São Paulo. O material revela alguns impactos negativos do Programa, como o aumento de desigualdade interna à rede estadual.

 Confira aqui a Cartilha sobre o PEI

 

https://www.repu.com.br/materiais-para-escolas 




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