Os educadores de Tarcísio
Os educadores de Tarcísio
Alguém arrisca medir a distância entre Paulo Freire e os educadores de Tarcísio?
Slides – material didático, na visão da Pasta - do Centro de Mídias SP, criado supostamente para “contribuir com a formação dos profissionais da Rede e ampliar a oferta aos estudantes de uma educação mediada por tecnologia, de forma inovadora, com qualidade e alinhada às demandas do século XXI”, ensinam que a Lei Áurea foi assinada por D. Pedro II e que 36 dividido por 9 dá 6. Para os educadores de Tarcísio, a Capital paulista fica no Litoral.
Erros em materiais didáticos podem ser corrigidos, mas o problema maior é outro. Quem aponta é César Callegari, que integrou por 12 anos o Conselho Nacional de Educação e foi secretário municipal da Educação de São Paulo à época do prefeito Fernando Haddad.
“Inaceitável é a tentativa de imposição de uma única visão sobre os conteúdos educacionais, e de transformar professores em meros exibidores de slides. Em educação, diversidade e autonomia dos professores e das escolas são virtudes a serem respeitadas. O Programa Nacional do Livro Didático há décadas vem assegurando essas virtudes”, disse Callegari à coluna.
Antes de sequestrar da Princesa Isabel a honra de libertar os escravos, o governo Tarcísio abrira mão dos livros componentes do Programa Nacional do Livro Didático, do MEC, anunciando a aquisição de material exclusivamente digital. Diante das esperadas reações negativas, o governador bolsonarista deu meia volta e pediu ao MEC a reintegração de São Paulo ao PNLD.