Pedido de prisão confirma ilegalidades

Pedido de prisão confirma ilegalidades

Pedido de prisão de líder dos professores ‘confirma ilegalidades’ de Ratinho Jr., diz sindicato

Governo do Paraná pediu nesta terça (5) a prisão imediata da presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Olegario Mazeto, após manutenção da greve contra a aprovação da privatização das escolas públicas

Altvista / APP-Sindicato
Com apoio da OAB-PR, entidade estuda medidas políticas e jurídicas para
cancelar o pedido de prisão

São Paulo – O Sindicato dos Professores e Funcionários de Escolas do Paraná (APP-Sindicato) contestou o pedido de prisão da presidenta da entidade, Walkiria Mazeto, feito pelo governo de Ratinho Jr. (PSD). “Não possui qualquer fundamento legal”, afirma a entidade em comunicado divulgado nesta quarta-feira (5), horas após a Procuradoria Geral do Estado (PGE) tornar público documento que pede detenção da líder sindical devido à manutenção da greve dos professores. O movimento é contra a aprovação da privatização de 204 escolas públicas no Paraná nesta terça (4).

No pedido, assinado pela procuradora Mariana Carvalho Waihrich, o governo afirma que a paralisação, iniciada no dia 25 de maio, “desobedece ordem judicial” que suspendeu o ato no sábado (1º). A PGE também declara que a greve vai contra a “essencialidade do serviço de educação” por se tratar de um “serviço indispensável”.

“O que se seguiu nos próximos dias foram retratos de violência, atos antidemocráticos e terrorismo”, acusou o órgão sobre a manifestação dos trabalhadores da educação na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). “Além de manter o movimento paredista ilegal, a APP-Sindicato incitou até mesmo os estudantes menores de idade, gerando a responsabilidade por deixar os alunos sem aula e, pior, estimulando-os a participar de movimento que poderia ensejar risco à sua saúde física – E sem a autorização dos pais ou responsáveis!”, alegou a procuradora.

Ilegalidades do governo Ratinho Jr.

O órgão pediu ainda que a entidade seja multada em R$ 100 mil, valor que deverá incidir desde a data do início da greve. E sugeriu que Walkiria Olegário Mazeto seja multada em R$ 10 mil por “disseminação de notícias falsas” e “incitação de menores de idade”.

“Tudo isso só confirma as atitudes antissindicais e ilegais deste governo, além de sua truculência contra o funcionalismo público, o autoritarismo e o abuso de poder desproporcional do Estado contra a organização dos(as) trabalhadores(as) da educação”, afirmou a direção da APP-Sindicato.

A organização dos professores afirmou que está reunida com deputados estaduais, Defensoria dos Direitos Humanos e Ordem dos Advogados do Paraná (OAB-PR) para tomar “todas as medidas políticas e jurídicas necessárias para o cancelamento imediato desta proposição que não possui qualquer fundamento legal”. A APP-Sindicato rebateu as acusações da PGE e ressaltou que todos procedimentos adotados “têm zelado pelo cumprimento das normas, para assegurar a legalidade da greve”.

Greve dos professores do Paraná

Em paralelo, a greve dos professores no Paraná continua mantida. Nesta quarta, a partir das 18h, os trabalhadores da educação farão uma assembleia para decidir os próximos passos da luta contra a privatização das escolas no estado.

Além da categoria, ontem, a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e outras 20 entidades do setor divulgaram nota conjunta de repúdio à aprovação, em segunda votação, do Projeto de Lei 345/2024. Entre diversos pontos, elas destacam que a medida fere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Por exemplo ao prever a atuação do segmento privado nas dimensões “administrativa e financeira da escola”.

Privatização de escolas

Isso porque o PL determina que a gestão dos recursos, inclusive de origem federal, “caberá ao/à presidente/a da Unidade Executora. Mas deverá levar em consideração o plano de trabalho do parceiro contratado” (Art. 6º; §3º)”. “Trata-se de um processo explícito de privatização da gestão escolar pela via da terceirização de uma atividade-fim da escola pública”, resumem as entidades educacionais.

O projeto, chamado de “Parceiros da Escola”, tem como função principal repassar a verba que seria direcionada às escolas públicas para uma empresa que vai decidir como gastar esse dinheiro. A medida foi aprovada na Alep sob forte repressão e violência contra os professores e alunos. Até o fechamento desta nota, nenhuma decisão judicial foi tomada após o pedido de prisão da presidenta da APP-Sindicato.

 

FONTE:

https://www.redebrasilatual.com.br/educacao/prisao-greve-privatizacao-escolas/?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR0_oinOOWF3k
3R2Wis6XcHWjoSSFZWhlJLR_-Sf97k7JxCQOXvLl0txuZI_aem_ATZQcCz1vuNzvEIQL69IPFpMRQlAT1V_LTaz5VzT5
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