Pelo fechamento total das escolas
Pela vida dos gaúchos: Conselho Geral defende fechamento total das escolas do Estado
Em edição histórica do Conselho Geral do CPERS, a primeira realizada a distância, cerca de 130 conselheiros(as) e dirigentes do Sindicato de todas as regiões do Rio Grande do Sul debateram e aprovaram, por unanimidade, o fechamento total das escolas estaduais em face da pandemia.
O crescente número de casos confirmados de Covid-19 no seio da comunidade escolar pautou o debate, que ocorreu na tarde desta sexta-feira (19). Embora publicamente o governo Leite (PSDB) afirme que as escolas já estão fechadas por conta da suspensão das aulas presenciais, a realidade é outra.
Direções, funcionários(as), professores(as), pais e estudantes têm arriscado a vida em aglomerações desnecessárias para entregar ou receber materiais e cumprir demandas da Secretaria da Educação e suas Coordenadorias Regionais. O resultado, previsto e denunciado pelo CPERS desde o início da pandemia, tem sido a disseminação do contágio entre trabalhadores(as) que atendem centenas de milhares de estudantes gaúchos.
“Não podemos permitir essa exposição gratuita ao vírus. Não é uma questão de defender somente as nossas vidas, mas as de todos os gaúchos. “, comenta a presidente Helenir Aguiar Schürer. A falta de protocolos claros, treinamento, EPIs e mesmo recursos para adquirir materiais de proteção e limpeza, também foram apontados pelos presentes.
“O governo não nos inclui nas discussões sobre o retorno das aulas presenciais, mas nos bota na linha de frente da contaminação. Isso é o mesmo que jogar nos ombros dos educadores a responsabilidade sobre possíveis contágios que ocorrerem nas instituições”, ponderou Helenir.
O caos das aulas programadas e do contracheque, o aprofundamento dos ataques de Eduardo Leite (PSDB) à categoria, seu alinhamento com Bolsonaro na retirada de direitos e nas políticas de mercantilização e destruição dos serviços públicos, a necessidade de articular a resistência apesar das dificuldades de mobilização e o adiamento das eleições internas do Sindicato devido à pandemia também foram pontos de pauta e de deliberação.
Devido a dificuldades técnicas e à extensão do debate, o Conselho Geral não se encerrou nesta sexta e a apreciação das propostas que vão orientar a luta da categoria continua na próxima semana.
Confira os quatro pontos já aprovados
1. Fechamento de todas as escolas em face da pandemia.
2. Os núcleos devem articular movimento com as direções das escolas e no sentido de ações de resistência às pressões do governo na sobrecarga de trabalho e na responsabilização do retorno às aulas sem segurança para os/as trabalhadores/as em educação e comunidade escolar;
3. Campanha publicitária potencializando a luta contra o autoritarismo e crueldade do Governo Leite(PSDB), articulando a visibilidade da campanha em todo o estado. Agregar na campanha a temática da sobrecarga de trabalho e pressão aos/às educadores/as e direções de escola, bem como a o atropelo, imposição e falta de condições para as atividades remotas.
4. Adiar as eleições do CPERS em face da pandemia, estabelecendo o calendário eleitoral no primeiro conselho geral presencial, por ocasião do retorno às aulas.
5. Manter a contribuição sindical do valor anterior à mudança do plano de carreira do magistério.
Leia também:
▶ Governo pede que escolas comprem EPIs com recursos que o Estado não repassa
▶ Escola se rebela contra imposições da Seduc e exige garantias para adotar salas virtuais
▶ É preciso fechar completamente as escolas do RS enquanto há tempo
▶ Chega de calote: CPERS lança campanha de denúncia a pressão por dignidade e salários
▶ Saiba como receber notícias do CPERS por whatsapp