Pix de Leite vai para entidade privada
ESCÂNDALO: Pix divulgado por Eduardo Leite vai para entidade privada que não tem site e nem redes
Um comitê gestor liderado pela Secretaria da Casa Civil e composto por entidades como Rotary Club e Lions Club é quem decidirá o que fazer com os quase R$ 40 milhões arrecadados
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
Créditos: Reprodução
Por Raphael Sanz
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), revelou em entrevista coletiva transmitida ao vivo na noite desta terça-feira (7) que os recursos arrecadados por meio do Pix ‘SOS Rio Grande do Sul’, que vem sendo divulgado incansavelmente pelo governo do Estado desde o último final de semana, não são destinados à gestão estadual, mas a uma entidade privada.
“O Pix não é para o governo, é para a conta de uma entidade privada que é da Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul, que são bancos públicos na verdade. É para uma entidade privada, não é dinheiro para o governo fazer nenhuma das ações que nós anunciamos. Os recursos do Pix são para, com a participação de entidades sociais, nós atendermos as pessoas que foram atingidas”, revelou o governador na coletiva.
As doações, que já somam mais de R$ 38 milhões, foram destinadas à tal Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul. Tentamos conferir mais detalhes acerca da entidade, mas o seu site aparentemente está fora do ar. Checamos no X, antigo Twitter, e no Instagram, e tampouco encontramos páginas oficiais da entidade nas redes sociais.
Para piorar, o jornal gaúcho Zero Hora apurou que esse Pix foi ativado pela primeira vez no último mês de setembro, durante as cheias no Vale do Taquari. A chave Pix foi reativada na última quinta-feira (2) quando as chuvas começaram a alagar municípios da Serra Gaúcha.
Para se precaver de uma possível acusação de improbidade administrativa, por se tratar de um mandatário usando a estrutura de um governo estadual para promover a entidade privada, Leite explicou ao jornal supracitado que sua Secretaria de Casa Civil encabeça um comitê gestor responsável por “definir ações, medidas e critérios” para o uso dessa verba.
O comitê foi criado por decreto e teve sua criação publicada no Diário Oficial no último domingo (5). Ao todo, são 19 representações que vão desde os gabinetes do governador e do vice-governador até entidades como o Lion Club e o Rotary Club, passando pela Casa Militar.
Confira a seguir a lista completa
Gabinete do Governador, por intermédio da Assessoria Técnica; Gabinete do Vice-Governador
Procuradoria-Geral do Estado
Secretaria de Desenvolvimento Econômico
Casa Militar
Secretaria de Logística e Transportes
Secretaria do Desenvolvimento Social
Secretaria da Habitação e Regularização Fundiária
Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul
Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs)
Central Única das Favelas (Cufa)
Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS)
Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs)
Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio)
Fundação Marcopolo
Instituto Elisabetha Randon
Lions Club
Rotary Club
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS)
FONTE:
Caos no Sul: 68% consideram o governo Eduardo Leite culpado pela crise
Governo conduzido pelo PSDB fragilizou as normais ambientais do Rio Grande do Sul
09/05/2024
Eduardo Leite (Foto: Maurício Tonetto/Secom)
247 – A pesquisa Quaest, cujos resultados foram divulgados nesta quinta-feira (9), aponta como o público percebe a responsabilidade do governo do Rio Grande do Sul, conduzido pelo tucano Eduardo Leite, diante da tragédia das chuvas no estado. Conforme os dados coletados pela Genial Investimentos entre os dias 2 e 6 de maio, 68% dos entrevistados acreditam que o governo estadual tem uma parcela significativa de responsabilidade no desastre. O estudo abrangeu 2.045 pessoas em 120 municípios e possui uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Por outro lado, apenas 20% dos entrevistados consideram que o governo do estado tem uma responsabilidade reduzida no evento catastrófico, enquanto 12% acreditam que ele não tem qualquer responsabilidade. A pesquisa também avaliou a percepção em relação ao governo federal e às prefeituras, revelando que uma parcela considerável da população atribui responsabilidade às autoridades em todos os níveis.
Os resultados também destacam que, segundo 70% dos entrevistados, investimentos em infraestrutura poderiam ter contribuído para evitar a tragédia, enquanto 30% acreditam que o evento era inevitável. Além disso, a pesquisa questionou como as pessoas avaliam a atuação das autoridades durante a tragédia, com 54% considerando positiva a atuação do governo do RS, 53% avaliando de forma positiva o governo federal e 59% a prefeitura de Porto Alegre. Os percentuais restantes indicam avaliações regulares ou negativas das atuações governamentais.
FONTE: